sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Zero e o Infinito - by Miranda Sá

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Sinto-me obrigado a dizer que o título deste artigo foi tirado da tradução francesa do livro do jornalista húngaro Arthur Koestler, “Le Zéro et l’Infini”, que a edição portuguesa da Livraria Tavares Marins adotou. Koestler, não sei por que, é pouco conhecido no Brasil apesar de uma preciosa antologia. Este, publicado em 1947, tirei (e herdei) da estante do meu pai.
Para os curiosos, a designação original é “Darknness at Noon”. Um dos melhores trabalhos sobre a repressão stalinista, um pouco romanceado para facilitar os pouco afeitos aos crimes cometidos por Stálin e sua gangue liquidando a velha guarda bolchevista nos “julgamentos de Moscou”.
O livro é esgotado; quem o encontrar num sebo, compre-o, leia-o, e se espante com as revelações nele contidas, “uma radiografia em que se vê com impressionante nitidez o câncer que se prepara para devorar a humanidade”, como escreveu Domingos Mascarenhas, responsável pela tradução e o seu prefácio.
Arthur Koestler precedeu à nova visão histórica da “política da memória” a novidade criada pelo festejado historiador alemão Andreas Huss, a partir da lembrança do Holocausto e aplicada também nos estudos sobre os Julgamentos de Moscou, as ditaduras asiáticas e sul-americanas.
Com relação ao Brasil, vejo o Zero e o Infinito como uma equação da continuidade expondo a escalada das deformações do Governo Federal ocupado por um partido ideologicamente deteriorado e dominado por malfeitores.
Partimos do zero, que é o número das realizações do PT-governo para implantar uma política de afirmação democrática com Justiça e desenvolvimento econômico. Sem fazer piada, nesse item o lulo-petismo é um “zero à esquerda”, incapaz de refletir nosso emblema de ordem e progresso.
Se eles acrescentaram algo de bom foi em proveito da hierarquia petista e dos chegados à intimidade do pelegão Lula da Silva e do seu fantoche, Dilma Rousseff. Servindo-os, o BNDES é uma caixa preta blindadíssima para esconder créditos e empréstimos, principalmente no Exterior, de onde é mais fácil chegar-se aos paraísos fiscais. Tudo em segredo.
Entre os males praticados, não fizeram pior por falta de oportunidade e não por falta de vontade. É do programa do PT e dos seus satélites ameaças concretas às liberdades de expressão e de imprensa, e a preparação de um golpe totalitário com o decreto-lei 8243, de inspiração fascista. Assim, a morbidez lulo-petista quer implantar a censura e instituir uma falsa representação popular através de organizações de massas do lulo-petismo.
No caldeirão diabólico da gestão petista, cozinhou-se o venenoso decreto que driblou a Lei de Responsabilidade Fiscal, a manobra desonesta que anistiou Dilma da violação da Lei. Esse esgotamento de respeito republicano, de ética e honradez pode passar despercebido pela turba ignorante, mas é visto e gravado no concerto das nações, fazendo remexer no túmulo o Barão do Rio Branco.
Infelizmente a decadência cultural e profissional do Itamaraty dirigido por um comissário stalinista, contribui para isto. O mundo hoje nos vê muito diferentes do tempo em que nossa diplomacia se impunha pela honradez e o saber. O patriotismo do Barão e o brilho intelectual de Ruy Barbosa foram deletados quando Yigal Palmor, porta-voz da chancelaria israelense, disse publicamente que “O Brasil é um anão diplomático”, envergonhando-nos.
O pior é que o nanismo diplomático brasileiro é um fato. E a culpa se deve à política externa obediente ao Foro de São Paulo, traçada (imaginem!) pelo analfabeto Lula da Silva coadjuvado pelo extremista Marco Aurélio “Top-Top” Garcia, “diplomata” sem prestar o concurso Rio Branco.
Um pouco atrasado, acabei de ler “Aposta em Teerã”, do ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia, analisando o fracasso do Itamarati ao superestimar a projeção do Brasil: Entrou  numa briga de cachorro grande metendo-se de enxerido num acordo para a entrega de urânio enriquecido do Irã à margem dos EUA e da Rússia. Sofreu a humilhação ao ver que tudo já estava resolvido por Obama e Medvedev...
O Infinito na Era Lulo-Petista é a estupidez. Os diplomatas de carreira cochicham nos corredores que a política exterior do PT-governo é “megalonanica”. E nós, brasileiros desonrados, não podemos suportar isto. Já não podemos adiar a exigência da saída de Dilma pela renúncia ou pelo impeachment. O gigante pela própria natureza não pode continuar deitado!

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