MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Júlio César, viúvo, tendo a esposa Cornélia morrido de parto, casou-se com Pompeia que tinha um admirador insistente, Públio Clódio Pulcro, mas sem a consumação de relacionamento sexual.
Um dia, quando Pompeia patrocinou o festival da Bona Dea ("boa deusa"), onde nenhum homem poderia participar, Clódio, disfarçado de mulher esteve lá com o objetivo de seduzi-la. Na saída, ele se perdeu no Palácio, foi descoberto e depois processado por sacrilégio.
Os fuxicos provocaram a indignação dos cidadãos, mas César não apresentou nenhuma evidência no julgamento de Clódio e inocentou-o; porém, apesar da absolvição, repudiou Pompeia e se divorciou, dizendo "minha esposa não deve estar nem sob suspeita". E assim nasceu o provérbio usado até hoje: "A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta".
Naquele tempo, César se preocupou com a aparência, diferente do Brasil de hoje, em que poucos combatem publicamente a exibição do adultério, espionagem, falsificações, pedofilia e repetidos escândalos de corrupção.
...E não é preciso voltar ao passado de Roma. Além fronteiras encontramos vergonha, condenações e até autopunição apenas por suspeitas. No Japão, um ministro se suicidou ao ser acusado de receber propina; no Brasil, ministros, parlamentares e hierarcas do partido no poder são considerados “heróis” pelo mesmo motivo.
Em muitos lugares, ministros renunciam, caem gabinetes, parentes próximos de monarcas são presos. Num país do Oriente Próximo, de maioria sunita, cortaram as mãos de um membro da família real, e na Itália, um juiz comandou a campanha das mãos limpas processando e sentenciando políticos e banqueiros.
Na Argentina – com regime semelhante ao implantado no Brasil da Era Lula – agentes governistas “suicidaram” um Promotor no dia anterior ao que ia denunciar a presidente Cristina K por falsificação e conluio antinacional com potência estrangeira.
Aqui, vimos à demolição da Petrobras, a maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo, pelo assalto premeditado de dirigentes do governo federal, do partido dos trabalhadores e seus aliados, deixando rastros e acumulando fortunas pessoais.
Digam-me, a senhora Graça Foster, presidente da Petrobras, sob cujos olhos os escândalos se multiplicaram e continuaram mesmo após o flagrante de corrupção, parece honesta? Parece honesta a presidente Dilma, que presidia o conselho da Petrobras na compra criminosa da refinaria de Pasadena?
Também no PT-governo, as mulheres de Dilma não mostram a menor preocupação com as velharias históricas do tempo de Pompéia: espelham-se no exemplo do chefão Lula da Silva. Quando não roubam, mentem; quando não mentem são zeros à esquerda. Exemplos de alcances ao Erário em Erenice e Rosemary Noronha; exemplos de mentiras com Maria do Rosário e Miriam Belchior, todas assumindo grosseiras caricaturas bolivarianas dos direitos humanos.
Nas cerimônias oficiais não encontramos nenhuma “mulher de César”; nem mesmo os dirigentes governistas e partidários, travestidos de honestos, como Clódio de mulher; nem entre as ministras que preenchem cotas politiqueiras para emperrar a burocracia e facilitar o aparelhamento dos “companheiros” na administração pública.
Isto reforça a rejeição demonstrada por dois terços do eleitorado brasileiro, aceitemos ou não a validade das urnas eletrônicas e a retidão da Justiça Eleitoral. O povo brasileiro está farto das repetidas descobertas de falta de caráter, ladroagem e impunidade, que são aplicativos que distinguem a marca do Partido dos Trabalhadores, como a cor vermelha e a estrela de cinco pontas...
É inaceitável conviver com o PT-governo corrompido, corrupto e corruptor. Qual o patriota aceita a conduta antiética, desonesta e criminosa do governo e de um partido que subverteram os valores morais para tirar vantagens? É insuportável ver a Bandeira Nacional, desprezada pelos bolivarianos, cobrir tanta infâmia e covardia, como versejou Castro Alves. Vamos às ruas, brasileiros, é preciso repudiar as pompéias do lulo-petismo!
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