terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A última que morre - BERNARDO MELLO FRANCO - PAINEL


FOLHA DE SP - 07/01

Até ontem, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) acalentava a esperança de prorrogar sua sobrevida fora da cadeia. O petista torcia para que o ministro Joaquim Barbosa esperasse a volta dos colegas, em fevereiro, para submeter seu último embargo ao plenário do STF. No fim de dezembro, Cunha se dizia aliviado por não ter sido preso antes do Natal. Os outros três condenados do PT, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, tiveram menos sorte: passaram as festas na Papuda.

Milhagem Cunha avisou a amigos que, em vez de pegar um avião, viajaria de carro de São Paulo a Brasília, onde deve se entregar hoje à PF. Segundo aliados, ele chamou um motorista e faria todo o trajeto no banco do carona. A distância entre as duas cidades é de 1.015 quilômetros.

No banco A exemplo de Dirceu, o ex-presidente da Câmara deve pedir autorização para trabalhar fora da cadeia. Cunha já disse a amigos que pensava em pedir emprego no Grêmio Osasco, time de futebol que ele ajudou a fundar em seu reduto eleitoral.

Faca no pescoço O Palácio do Planalto ameaça rebaixar o PP na Esplanada caso o partido não se comprometa a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em Estados estratégicos como Rio, Paraná e Rio Grande do Sul.

Na balança Hoje o PP comanda o Ministério das Cidades, que tem um robusto orçamento de R$ 26,6 bilhões. O partido pretende apoiar Dilma nacionalmente, mas indica que pode liberar alianças com a oposição nos Estados. Auxiliares da presidente dizem que isso seria "insuficiente" para manter a pasta, que desperta os instintos mais primitivos do PMDB.

Prioridades Atacado por parlamentares que não tiveram emendas liberadas, o Ministério das Cidades empenhou R$ 18,9 milhões no último dia de 2013 para fazer propaganda de suas ações.

Dá... O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), levará a ministros na quinta-feira um plano de reconstrução de áreas mais atingidas pela chuva.

... uma mão? Os projetos têm custo estimado em R$ 840 milhões. O governo capixaba quer ajuda federal.

Quero as datas Dilma evitou bater boca com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que criticou a demora nas obras da Copa. Mas cobrou de sua equipe um cronograma objetivo com as datas em que poderá inaugurar os seis estádios atrasados.

Pontapé A presidente quer entregar até o próximo dia 22 a Arena das Dunas, em Natal. Em fevereiro deve ser a vez do Beira-Rio, em Porto Alegre. Ficariam para março os estádios de Cuiabá, Manaus e Curitiba. O Itaquerão é o caso mais complicado: só deve estar pronto em abril.

Na mão A vida não está fácil para o prefeito Fernando Haddad (PT). Com a popularidade em baixa, ele não deve ter a companhia de Dilma no primeiro palanque do ano: a festa de aniversário de São Paulo, dia 25. A presidente deve estar no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

A vez dos chefes Depois das vítimas, os algozes. A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de SP quer parar de ouvir ex-presos políticos para identificar militares que torturaram e mandaram torturar na ditadura.

Bagulhão A base dos trabalhos será um documento conhecido como "Bagulhão": a lista de 233 agentes apontados como torturadores em 1975. O deputado Adriano Diogo (PT) quer esmiuçar a cadeia de comando e chegar aos oficiais que chefiaram a máquina da repressão sem sujar as mãos.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
"A oligarquia Sarney só se sustenta com ajuda federal. Só que, desta vez, demoraram demais para reconhecer a própria incompetência."

DO PRESIDENTE DA EMBRATUR, FLÁVIO DINO (PC do B-MA), sobre Roseana Sarney ter aceitado ontem ajuda do Ministério da Justiça para o Maranhão.

contraponto


Parabéns, meu querido...
De férias da política para tocar seu programa de reportagens na Globo News, o ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) ainda se diverte com memórias pitorescas dos quatro mandatos que exerceu em Brasília.

Uma delas era o hábito de ser acordado, a cada 17 de fevereiro, por uma voz bem conhecida ao telefone.

--Era o Paulo Maluf, que ligava todos os anos para desejar felicidades. E pensar que eu desejei a cadeia para ele durante muito tempo...

Depois que Gabeira se despediu do Parlamento, em 2010, Maluf riscou seu nome do caderninho.

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