A distância dessas elevações de preços anunciados em relação à inflação, entretanto, vem diminuindo, o que indica uma potencial redução no ganho real. Em agosto, a diferença entre a alta em 12 meses do m² nas 16 cidades do Fipezap e a inflação medida pelo Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), era de 8,9 pontos percentuais. Em novembro, o intervalo caiu para seis pontos.
No caso de São Paulo, a distância caiu de 9,9 pontos em agosto para oito no mesmo período. No Rio, de 11,5 pontos, o intervalo foi para 9,4 pontos. A alta do preço pedido pelos imóveis só não tem subido mais rápido que a inflação, entretanto, em Brasília – onde, para a pesquisadora Ana Castelo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), houve estouro de uma bolha imobiliária localizada. Para Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-RJ – que representa o mercado imobiliário fluminense –, o preço dos imóveis no Rio também pode começar a acompanhar a inflação em 2014. De janeiro a novembro de 2013, isso não aconteceu em nenhum dos 18 bairros, segundo informações da entidade.
“Pode ser que aconteça [de acompanhar] o nível da inflação. Não vai subir como em 2010 e 2011, mas não vai cair”, afirma. Para este ano, a projeção do sindicato é de um alta de 15%, ante um IGP-M de 5,41%, de acordo com previsões de analistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus.
Economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci avalia ser praticamente impossível prever quando os imóveis deixarão de ter ganho real, sobretudo porque as vendas continuam aquecidas. Em outubro, o número de unidades novas vendidas – 27.751 – já havia superado o total de 2013 como um todo.
“Se eu continuar a lançar e a demanda a absorver, é muito difícil estimar quando vai deixar de ganho real”, afirma. Em 2011 e 2012, colocamos 66 mil imóveis [novos no mercado] e vendemos 55 mil, e este ano vendemos mais do que lançamos”
Para Zylberstajn, coordenador do Fipezap, um eventual recuo só deverá ocorrer se o mercado de trabalho apresentar retração. Para novembro, entretanto, a Fipe prevê que o desemprego atinja nova mínima histórica.
“Há demanda com uma situação muito próxima de pleno emprego”, comenta o economista. “A pergunta é até quando isso vai durar. Eu certamente não esperaria que os preços subam acima da inflação para sempre.”
fonte: iG
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