No primeiro semestre, o segmento de imóveis residenciais teve um comportamento melhor do que o esperado na capital e na região metropolitana de São Paulo, segundo o sindicato da habitação (Secovi). As vendas de imóveis novos aumentaram 46% em relação ao primeiro semestre de 2012 (o valor de comercialização dos imóveis passou de R$ 6,3 bilhões para R$ 10,6 bilhões) e o número de lançamentos, pesquisado pela Embraesp, cresceu 51%.
O comportamento do mercado imobiliário contrasta com o de outros ramos, em que houve queda da produção e das vendas ou, na melhor das hipóteses, ritmo de atividade insatisfatório. O setor imobiliário beneficiou-se com a tendência de alta de preços menos acentuada que a dos últimos anos. Essa tendência já estaria chegando à comercialização de lotes edificáveis, que constituem o principal gargalo do mercado, em especial na capital.
Parece passar a fase de represamento dos lançamentos registrada em 2012, após os indícios de corrupção na área de aprovação de projetos da Prefeitura. Entre os primeiros semestres de 2012 e 2013, as aprovações de projetos cresceram 22%.
Um terceiro aspecto diz respeito ao comportamento do consumidor, que tem preferido adquirir a moradia própria a se endividar para a compra de outros bens. Em São Paulo e no Rio, por exemplo, isso se explica pelo elevado valor dos aluguéis. A comparação entre a prestação e o aluguel estimula a aquisição financiada do imóvel, se o comprador tiver poupança para dar a entrada. Em média, a entrada corresponde a quase 1/3 do valor do imóvel nas operações do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com recursos das cadernetas.
Na avaliação dos técnicos do Secovi, a decisão de morar em bairros centrais da capital está tão cristalizada que muitas famílias adquirem imóveis compactos, com áreas menores do que as desejadas, para não enfrentar os problemas de transporte a que estariam sujeitas se seus membros residissem em bairros distantes ou em municípios vizinhos.
Não obstante a recuperação do mercado imobiliário, que está mais forte no segmento residencial do que no segmento corporativo, os reflexos positivos do aumento das vendas ainda não são generalizados, como se vê pelo comportamento das cotações dos papéis das construtoras de capital aberto negociados em bolsa. O índice de ações imobiliárias caiu 21%, neste ano, o pior resultado entre os índices setoriais.
Fonte: Estadão
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