data: 13 agosto 2013
por Ronaldo Gomlevsky – Nesta hora em que aparentemente o barco faz água, ratos são vistos abandonando o navio e tentando lançar responsabilidade, apenas sobre as largas costas dos timoneiros. É mais fácil explicar o porquê do abandono e sair na boa, do que tentar entender o que está se passando, quem, quando, fez o quê, e a partir daí, tirar conclusões inteligentes, cautelosas e por isto mesmo, mais precisas e mais aproximadas da realidade.
Estou me referindo aos efeitos relativos às manifestações do povo brasileiro, nas ruas de todo o país, já há mais de dois meses. No Brasil, a CORRUPÇÃO, os MALFEITOS, a FALTA DE VONTADE POLÍTICA e o DESCASO com a necessidade pública (do povo) não chegaram, apenas, nas últimas eleições. São eternos conhecidos de nossa sociedade e geradores de danos a ela, que além de irreparáveis,parecem ser perenes, como uma doença terminal que não conhece remédio.
Fazem parte da “vita brasillis” e estão presentes por aqui, desde que Pero Vaz de Caminha identificou por escrito, onde tinha conseguido amarrar a nave do rei comedor de frangos assados inteiros (quem não gosta?). Aliás, por falar em família imperial, imagine você, quantos séculos de abusos, de rapinagem, de esbulho e de desmandos foram praticados nesta terra, em nome da tal Coroa?
O brasileiro, tido como passivo, vai às ruas e acaba com a popularidade de governantes que foram eleitos e reeleitos com esmagadora votação, pouco tempo antes. Em menos de quinze dias, tal qual um efeito contrário ao da absurda alta da inflação nos tempos de Sarney, os detentores de belas performances em pesquisas de popularidade, viram sua bola murchar e seus índices despencarem com uma rapidez só mesmo vista nas pistas internacionais de Fórmula 1. Os governantes mais atacados, certamente, não são os inventores das mazelas pelas quais são acusados. São na pior das hipóteses, os herdeiros de um comportamento que o povo não mais aceita.
No caso do governador do Estado do Rio, os índices de investimento em tudo o que se refere à melhoria de qualidade de vida povo, não ficam nada a desejar, se comparados com governantes do mesmo estado, em épocas passadas. O que está acontecendo hoje no Brasil é o mesmo que acontece com uma represa cheia d’água que transborda. Por outro lado, mesmo que ainda não esteja muito claro, parece que se perdeu o controle do que se passa nas ruas. Existem os manifestantes que lutam por qualidade de vida nacional, estadual e municipal, de forma pacífica. Aqueles que querem mais educação, mais saneamento, mais segurança, mais educação, e, por isto mesmo, irreprimível e irretocável, sua conduta.
Escondidos em seu meio, ou melhor, mascarados no meio de quem é do bem, existem os vagabundos, chamados “vândalos” que não passam de aproveitadores de ocasião, prontos para quebrar e assaltar, furtar, roubar tudo o que for possível de dentro dos estabelecimentos indefesos, depredados por eles mesmos, numa flagrante prática criminosa e que está deixando uma pulga atrás da orelha de quem está assistindo.
A ação da OAB, da PM, de certas ONGS, do MINISTÉRIO PÚBLICO, é fundamental para que os protestos legítimos não só tenham consequência, como a baderna que está em vigor no ato das passeatas e manifestações seja devidamente reprimida. Não é o que se vê! Além do bem maior que é a melhoria da qualidade de vida do povo e que precisa ser buscada diariamente, as propriedades pública e privada, também precisam ser garantidas.
O medo que todos temos é o de deixar escapar o rumo democrático que tomou a vida nacional. É hora de definições. Que país você quer? Eu quero um país em que as pessoas sejam respeitadas, tenham qualidade de vida, cumpram a lei dentro de um sistema de garantias à livre iniciativa, à propriedade privada, ao bem público, com saúde, segurança e educação para todos os cidadãos!
Ronaldo Gomlevsky é Editor Geral da Revista MENORAH
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