Do jornal O Tempo
O Ministério Público de Minas Gerais está fazendo uma devassa em contratos firmados sem licitação pela Prefeitura de Belo Horizonte durante a gestão do atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT). Pelo menos 85 contratos com dispensa de licitação, cujos valores somam mais de R$ 55 milhões, são analisados pelo órgão de controle. Deste total, 35 deles já são investigados por meio de inquéritos instaurados pelos promotores de Defesa do Patrimônio Público.
As investigações tiveram início após a revelação, no fim de 2011, de que a empresa dele, a P-21 Consultoria e Projetos Ltda., recebeu R$ 2 milhões entre sua saída da prefeitura e a assunção no atual cargo. A maior parte foi paga pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e pela construtora Convap, que têm contratos com o município de Belo Horizonte sob investigação do Ministério Público.
Os promotores apuram outras contratações feitas pelo Executivo municipal entre 2003, quando Pimentel assumiu a prefeitura no lugar de Célio de Castro, e 2008, último ano do petista no cargo.
Os promotores apuram outras contratações feitas pelo Executivo municipal entre 2003, quando Pimentel assumiu a prefeitura no lugar de Célio de Castro, e 2008, último ano do petista no cargo.
Um total de 32 contratos sem licitação firmados com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), da UFMG, é alvo de inquérito civil. Os contratos foram feitos para prestação de consultorias diversas. De acordo com os promotores ouvidos pela reportagem, porém, os procedimentos têm “objetos genéricos” e “contratações mal explicadas”, como a prestação de serviços de “consultoria gerencial”, “consultoria de gestão de recursos humanos”, “consultoria e assessoramento para avaliação e implementação de programas e projetos” e até “consultoria psicológica”. Por esses contratos, firmados com diversos órgãos da administração municipal, a prefeitura da capital mineira desembolsou R$ 40,7 milhões entre 2003 e 2008.
Pimentel tem estreita ligação com a UFMG, instituição onde atuou como professor do departamento de economia a partir de 1978 até virar secretário municipal da Fazenda na gestão de Patrus Ananias.
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