De gênio e de louco todo mundo tem um pouco. O problema são os chefes que exageram na carga e como também é da cultura popular, a diferença entre o veneno e o remédio está na dose. Um chefe transtornado pode enlouquecer e até prejudicar enormemente sua carreira se você não compreender logo tratar-se de uma doença mental, e que a pessoa precisa é muito mais ajuda, do que de revolta. Mas quando convivemos com os transtornos, terminamos “transtornados”. Quem nunca teve, por exemplo, um “chefe paranóide”?
Desconfiadíssimos ao extremo, dos mais próximos e até da própria sombra. Nenhuma capacidade para criar relacionamentos. São amargos, críticos, hostis. E como atacam o mundo com pedras, recebem pedradas de volta. E esse jogo só ajuda na alimentação permanente de suas próprias convicções de mais desconfiança, hostilidade, suspeita e críticas.
O que fazer? Primeiro compreender esse transtorno. Depois, por incrível que pareça, não querer mal, nem deixar de gostar da pessoa. Aumentar a percepção de segurança, e de confiança no ambiente, pois um ambiente pode ampliar ou minimizar os efeitos desse chefe transtornado. Seja sempre correto, assertivo e trabalhe muito para diminuir as tendências exageradas da hiperdesconfiança e insegurança desse chefe. E, acima de tudo, não se permita deixar “transtornar”, nem entre no jogo, alimentando e insuflando mais ainda os extremos desconfiados e hostis desse chefe para com outras pessoas da área e outros departamentos.
E, claro, busque eticamente novas colocações na empresa, pois nem eu nem você somos psiquiatras ou psicólogos de profissão, e não teremos condições de lidar com isso por muito tempo. Saiba sair correta e eticamente, mas aprenda um pouco com isso, pois você poderá precisar viver de novo, em outros níveis, experiências similares. (Da série: não enlouqueça com seu chefe).
José Luiz Tejon Megido
Publicitário, jornalista e escritor de 28 livros em autoria e coautoria
Autor do blog Cabeça de Líder, da Revista Exame
Professor de MBA da ESPM e da FGV
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