segunda-feira, 24 de junho de 2013

Especialistas divergem sobre chances de eliminação da pobreza extrema

 Míriam Leitão - 
24.6.2013
 | 
12h03m
NA GLOBONEWS


No momento em que o Brasil está nos jornais pelos protestos de rua, é bom refletir um pouco sobre a política pela qual o país tem sido elogiado, de redução da pobreza.
Os programas de transferência de renda são uma política pública indispensável, mas as manifestações dos últimos dias mostram que eles não resolvem todos os nossos problemas. Significam o fim da pobreza? 
No meu programa na Globonews, eu conversei com a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Iets, que acaba de lançar um livro sobre o tema, e com Tiago Falcão, secretário extraordinário da Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social.
Quando eu perguntei se eles achavam que o Brasil seria capaz de eliminar a extrema pobreza, Sônia disse que é muito difícil, porque as famílias entram e saem dessa faixa, em função de fatores diversos. Já Falcão acha que é possível superá-la.
Sônia destacou a melhora nos indicadores de pobreza, após a estabilização e principalmente a partir de 2004. As transferências de renda, nesse processo, são importantes, segundo ela, por terem efeito grande sobre a desigualdade, mas o efeito mais forte é o do mercado de trabalho. Tiago concordou com a pesquisadora e lembrou ainda de outras políticas, como a de aumento do salário mínimo, que também têm um efeito importante na renda das famílias mais pobres.
No livro, Sônia conta a história dos programas de transferência de renda, que existem no Brasil desde a década de 70. Inicialmente, eram destinados a idosos e pobres que tinham contribuído para a Previdência. Depois, a situação muda, com a Loas (Lei Orgânica de Assistência Social), em 1988, e mais adiante, outros aparecem, como o Bolsa Escola, o Pet, o Bolsa Alimentação e, enfim, o Bolsa Família.
Sobre os "filhos" do Bolsa Família, Falcão diz que alguns jovens, que estão constituindo famílias, ainda precisam do apoio do programa. Citou ainda o plano Brasil sem Miséria, que tem o objetivo de reforçar as políticas de apoio às ações de transferência de renda.
Sônia e Falcão falaram também sobre as manifestações que ocorrem por todo o país, mesmo com a melhora dos indicadores sociais.
Vejam abaixo a entrevista:

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