Por Luís Marins
Neste final de abril de 2003, estive em Boston como convidado do Bentley College para dar a conferência final do MBA – Class 2003. O tema que o Bentley College deu para minha conferência foi “What Goes On In The Mind of a CEO?” (O Que Passa na Mente de um Presidente?). O Bentley College (1917) é considerada a mais importantes escola de contabilidade dos EUA e está entre as 10 melhores escolas de economia e administração, segundo revistas especializadas.
Nestes tempos de mercados globais e de extrema competição eu disse que as 10 perguntas que tiram o sono de um presidente de empresa hoje são, dentre outras, basicamente as seguintes:
1. Como posso diferenciar minha empresa?
2. Como consigo recrutar e manter (reter) comigo as melhores pessoas?
3. Como conseguir maior (ou total) comprometimento de meu pessoal com nossos clientes, nossas marcas, com nossos produtos, com nossa empresa, enfim?
4. Como fazer para que o meu pessoal faça as coisas com atenção aos detalhes?
5. Como conseguir que o meu pessoal acompanhe as coisas até o fim, fazendo um total follow-up dos programas e projetos que implementamos, das solicitações dos clientes, de tudo, enfim?
6. Como posso fazer com que meu pessoal seja orientado para o “Caixa” e compreenda que para uma empresa “Sucesso é um cash-flow positivo”?
7. Como posso fazer com que o processo de comunicação de minha empresa realmente funcione? Interna e externamente?
8. Como posso incutir um genuíno “senso de urgência” em meu pessoal e uma maior velocidade nas decisões e ações?
9. O que eu não estou enxergando e que vai acontecer e pode ser fatal para o nosso negócio – tanto em termos de tecnologia, mercado, novos competidores, etc.?
10. Enfim, o que eu faço para Motivar as pessoas a darem o melhor de si para nosso sucesso e de nossos clientes e para que me ajudem a conseguir os nove itens acima de maneira contínua?
2. Como consigo recrutar e manter (reter) comigo as melhores pessoas?
3. Como conseguir maior (ou total) comprometimento de meu pessoal com nossos clientes, nossas marcas, com nossos produtos, com nossa empresa, enfim?
4. Como fazer para que o meu pessoal faça as coisas com atenção aos detalhes?
5. Como conseguir que o meu pessoal acompanhe as coisas até o fim, fazendo um total follow-up dos programas e projetos que implementamos, das solicitações dos clientes, de tudo, enfim?
6. Como posso fazer com que meu pessoal seja orientado para o “Caixa” e compreenda que para uma empresa “Sucesso é um cash-flow positivo”?
7. Como posso fazer com que o processo de comunicação de minha empresa realmente funcione? Interna e externamente?
8. Como posso incutir um genuíno “senso de urgência” em meu pessoal e uma maior velocidade nas decisões e ações?
9. O que eu não estou enxergando e que vai acontecer e pode ser fatal para o nosso negócio – tanto em termos de tecnologia, mercado, novos competidores, etc.?
10. Enfim, o que eu faço para Motivar as pessoas a darem o melhor de si para nosso sucesso e de nossos clientes e para que me ajudem a conseguir os nove itens acima de maneira contínua?
A discussão com os mais de 200 participantes – alunos, staff e professores do Bentley College e convidados de outras universidades da região de Boston – MIT, Harvard, Babson – foi animada e estendeu-se para o coquetel após a conferência.
Os desafios hoje são tantos e tão grandes que, disseram os participantes, o tema deveria ser “O Que Tira o Sono de um Presidente?” pois que os CEO’s não têm conseguido sequer dormir em paz neste mundo louco em que vivemos.
Como diferenciar a empresa? Como ter uma equipe com mentalidade de “caixa”? Como ter uma equipe com “senso de urgência”? Como fazer para que as informações relevantes fluam na empresa e que a comunicação com o mercado seja eficaz? Como manter uma equipe realmente “motivada” – isto é – que compreenda os motivos para um maior comprometimento e faça as coisas acontecerem…. São os temas que tiram o sono dos presidentes das empresas.
Adicione a tudo isso a grande angústia de todos eles: “O que poderei não estar enxergando?”.
Além disso, todo presidente consciente sabe que a sua posição de CEO é solitária e com um alto risco de juntar em torno de si os bajuladores de plantão que só fazem elogiar, poupá-los das más notícias e culpar o mercado, o governo, a concorrência, os fornecedores, os funcionários, etc. pelo que não está dando certo. O risco é alto. Não se tem muito com quem trocar idéias e até com quem desabafar as angústias próprias da função.
E como se isso tudo não bastasse, um Presidente que se preze, não pode pedir licença do cargo por alguns meses para fazer um curso numa universidade de prestígio onde ele possa aprender, trocar idéias, discutir profundamente novas teorias e experiências, etc. Nem dos bons cursos e treinamentos internos que a sua própria empresa realiza ele pode, de fato, participar. A sua presença inibe aos demais. Se ele faz uma pergunta ou comentário infelizes o espanto será geral. É melhor não participar. A presunção do cargo é que se ele é “O Presidente” é porque já sabe tudo…
E também não fica bem a um Presidente ficar visitando empresas concorrentes ou mesmo empresas de setores diferentes. Ademais ele sabe que quando, por insistência, fizer essas visitas, elas serão formais, acrílicas, exteriores e ninguém vai lhe mostrar o “pulo do gato” ou o que realmente interessa e faz a diferença. Será um excelente almoço, no máximo, com discursos e agradecimentos pela visita…
Daí, a insônia…
O que tira o sono do presidente é que ele sabe que se a sua empresa não for ágil, leve, pronta e disposta a mudar com a realidade, com o desenvolvimento científico e tecnológico, ser diferente, ter os melhores em tudo – produtos, processos, gente – com certeza não sobreviverá. Ele sabe que tem que ter junto de si os melhores profissionais, as melhores pessoas. Melhores em tudo. Não basta ter “mais-ou-menos”. E ele sabe que os melhores exigem muito. Muita autonomia, muita licença para iniciativas próprias, investimentos, recompensas, incentivos, motivação. E que esses melhores gerarão ciúmes e inveja nos “mais-ou-menos” que começarão a boicotá-los sempre que puderem. O “clima” interno fica tenso demais. Fofocas, “rádio-peão”, revoltas surdas…. É muito complicado!
Lá nos EUA como aqui e em qualquer lugar do mundo de hoje, o que tira o sono dos presidentes é que a única certeza estável é a certeza de que tudo vai mudar. É mudar ou morrer! E a certeza de que não dá para mudar sozinho. É preciso um “time” disponível e disposto. É preciso um time competente e motivado para reinventar a empresa e o mercado todos os dias, 365 dias por ano. É uma corrida sem linha de chegada!
Com isso tudo na cabeça, dá pra dormir??
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