sexta-feira, 12 de abril de 2013

Explicando a genialidade de Jobs, Franklin e Einstein




Segundo Isaacson a genialidade dessas 3 personalidades estava em saber que faziam parte de algo maior
Na primavera de 1974, Walter Isaacson sentou-se na igreja Harvard Memorial e escutou o reverendo Peter J. Gomes transmitir suas últimas palavras de sabedoria aos formandos.
O discurso, relembra Isaacson, foi intitulado de “o que esqueci de dizer”. Gomes disse aos estudantes: “não é tudo sobre vocês. Um dia, no final da jornada vocês vão descobrir ser parte de algo maior que vocês mesmos”.
Essa compreensão, de que as pessoas faziam parte de um mundo mais amplo foi primordial para 3 homens famosos e sobre quem Isaacson acabou sendo o escritor de suas biografias:Benjamin FranklinAlbert Einstein e Steve Jobs.
Essa semana, no Radcliffe Ginasium, Isaacson explorou o gênio desses 3 homens de transformação, desvendando tanto seu brilhantismo intelectual quanto sua vontade em ajudar a mudar o mundo.
Em 2011, quando Steve Jobs sabia que não ia vencer o câncer que havia o abatido há alguns anos, disse a Isaacson que ele percebeu a que a história da criatividade e a história da tecnologia é como um rio que podemos usar como fonte.
Mas o mais importante é que você sempre pode contribuir com alguma coisa.
Steve Jobs deu ao mundo uma maneira inimaginável de interação.
Steve Jobs deu ao mundo uma maneira inimaginável de interação.

O algo maior de Steve Jobs

O que Jobs deu de volta ao mundo foi uma maneira nova e revolucionária de se envolver com ele: elegantes computadores pessoais, telefones e MP3 players que faziam músicas, fotos e acesso à internet disponíveis ao toque do dedo.
A genialidade de Jobs, segundo Isaacson, estava em seu jeito meticuloso, sua paixão pela perfeição, sua crença inabalável de que a beleza e a tecnologia não eram apenas exclusivas, mas interligadas entre si.
Isaacson também dirige o Aspen Institute e realizou cerca de 50 entrevistas ao longo de 2 anos, além de conversar com devotos e detratores do empreendedor ao longo do livro.
Ele ouviu como Jobs convenceu a empresa a adiar o lançamento do Macintosh para que os funcionários pudessem refazes as placas de circuito, um pequeno detalhe em que os usuários nunca iriam ver. Para Jobs, a placa não era bonita o suficiente.
Quando chegou a hora do iPhone, Jobs não queria plástico – queria um vidro liso, sedoso, forte e resistente .
Depois de uma busca exaustiva, ele recrutou a Corning para produzir o famoso Gorilla Glass, que até então só existia em uma fórmula e um conceito.
Jobs, segundo Isaacson foi o mito da criação americana, sobre como crescer após criar uma empresa na garagem de seus pais em um bairro de classe média, com um amigo gordinho da rua de baixo e a transformar na empresa mais valiosa     da história do mundo, apenas acreditando em conceitos como design e beleza.
Na busca pela beleza, Jobs frustrou seus funcionários, mas também os levou a fazer coisas que nem eles mesmos sabiam que eram capazes de fazer.
Enquanto explorava a adesão de Henry Kissinger à realpolitik para uma biografia sobre o ex-secretário de estado, Isaacson começou a observar as raízes do realismo na polítca e tropeçou em Benjamin Franklin.

Benjamin Franklin: o método científico para superar divergências políticas

Franklin, conhecido por seu trabalho pioneiro na eletricidade, possuía uma curiosidade insaciável, uma sensação intuitiva para o espírito e as leis do universo.
E, além disso, rodeado por uma alegria pela beleza da ciência e pela apreciação da utilidade da ciência.
Semelhante a Jobs, Franklin queria encontrar formas de colocar suas descobertas para ajudar a melhorar o mundo.
Mas Franklin, além de mudar o curso da história com seus experimentos de ciência, ajudou a mudar o mundo em sua capacidade como estadista hábil e experiente, confiando seu país ao método científico para superar divergências políticas.
Isaacson explicou o pensamento de Franklin em “Benjamin Franklin: An American Life, de 2003.

Benjamin Franklin e a confiança no método científico para superar divergências políticas.
Benjamin Franklin e a confiança no método científico para superar divergências políticas.

Einstein: paixão por evidências empíricas

Outro grande homem obcecado pela evidência empírica foi Albert Einsten, o tema da biografia de Isaacson, Einstein: His Life and Universe de 2007.
Isaacson queria tornar Einstein mais acessível ao público e transmitir não apenas seu brilho, mas também a sua beleza e criatividade.
Isaacson disse que a beleza se manifestou em Einstein em experimentos mentais visuais, que era a sua maneira de visualizar os conceitos mais complicados.
Essas imagens vívidas fariam dele o maior cientista de seu século, especialmente quando ele tentou imaginar qual seria o gosto de andar ao lado de um feixe de luz.
Tanto Einsten, quanto Jobs e Franklin sabiam que seu trabalho seria fazer mais do que simplesmente satisfazer sua curiosidade. Eles entenderam que faziam parte de algo maior do que si mesmo.
Einstein: paixão pela ciência até em seu leito de morte.
Einstein: paixão pela ciência até em seu leito de morte.

Fazemos parte de algo maior. Tudo que sabemos é dominado pela imaginação coletiva

Isaacson disse que, seu próximo livro, dedicado à noção do que ele chamou de criatividade colaborativa, incidirá sobre um grupo de pessoas que ajudaram a inaugurar a era digital e juntos criaram o computador.
Essa história de que todas as pessoas estão jogando juntos é, para mim, a essência da verdadeira criatividade, especialmente nas ciências, finaliza Isaacson.
A história da ciência no século 21 provavelmente não será dominado por gênios solitários, mas pela imaginação coletiva aplicada.
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Este artigo foi adaptado do original, “Jobs, Einstein and Franklin”, da Harvard Gazette.

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