20/04/2013
Giulio Sanmartini
“Gostei. Me senti, claro, muito honrado; acho que é uma honra muito grande para este tribunal, para a jurisdição constitucional no Brasil. Quanto a mim, extremamente feliz e honrado. Achei muito bom. Fiquei muito feliz, lisonjeado, muito honrado, alegre”.
Foi o que disse, como num desabafo, o ministro do Supremo Tribunal Federal STF Joaquim Barbosa, quando soube que havia sido eleito pela revista americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
Em sua lista anual, publicada nesta quinta-feira, Barbosa figura entre os destaques da categoria “Pioneiros”.
Escreve Sarah Cleveland (*): A máscara de carnaval mais procurada no Brasil este ano, não foi a do rosto de um jogador de futebol ou de um artista popular. Foi o de Joaquim Gomes Barbosa Benedito (58), um jurista que o ano passado presidiu o maior processo de corrupção política do País e logo depois tornou-se o primeiro presidente negro (sic) da Corte Suprema do Brasil.
Os brasileiros escolhem as máscaras para honrar o representado. Estes honraram Barbosa porque no país que importou mais escravos que qualquer outro da América e onde a metade dos 195 milhões de habitantes se identificam como sendo da raça negra ou mestiça, ele simboliza a promessa de um novo Brasil empenhado em multiculturalismo e igualdade.
Trata-se de um magistrado orgulhoso de sua independência, que não se sentiu com obrigações perante o presidente Lula, que o nomeou. Ele enfrentou uma longa tradição de corrupção judiciária tolerada e supervisionou o processo que condenou muitos estreitos colaboradores de Lula de forma exemplar. É o exemplo de um rapaz pobre que mudou o Brasil”.
E não precisou de cota racial. Dá-lhe, Joaquinzão!
(*) Professora de Direitos Humanos e Constitucionais na Columbia Law School.
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