27/04/2013
Rapphael Curvo (1)
É de estarrecer o que está acontecendo no Brasil nos últimos anos de nossa política. É mais estarrecedor ainda perceber que os destinos da Nação estão entregues nas mãos de pessoas despreparadas para os cargos de maior envergadura na estrutura de governo. O espetáculo de grotesca incompetência que vem sendo exibido há mais de dez anos está chegando ao seu ápice.
Eu tenho que acreditar nisso como último fio de esperança a este País que pulverizou todas as suas oportunidades de desenvolvimento consistente nesta última década. Seria cômico se não fosse sério, todo o comportamento em tramitação pelo Congresso Nacional e pelo executivo federal.
Neste show de horrores praticado no executivo e legislativo federal, de grande intensidade de ignorância, vive o Brasil. Mais, isto tem efeito irradiante que contamina não somente as instâncias inferiores como também expande na população a falsa idéia de que vivemos um momento de avanços jurídicos, políticos, administrativos e sociais. Os últimos acontecimentos no Congresso Nacional deixam clara a falta de conhecimento mínimo e elementar da maioria dos seus ocupantes para a representação do povo naquele parlamento. É inadmissível o desconhecimento do texto constitucional básico por parte dos senhores deputados, e mais ainda da equipe de assessores que são inúmeros.
O Congresso Nacional vem sendo desmoralizado há muito tempo, e com mais intensidade nos últimos anos após a ascensão do governo Lulla que promoveu um vale tudo em que tudo é permitido, menos observar os princípios da ética, da moral e da honestidade. Os fatos estão aí na mídia nacional e na vida congressual. Desvios de dinheiro público por parlamentares já virou notícia corriqueira na imprensa. Mesmo assim sem efeito algum para reação aos desmandos. A população acata passivamente ou por ignorância para analisar os fatos, dando a entender como incorporados na cultura política e governamental.
Acontece que a afronta aos bons costumes está se processando de forma intensa. O Senado com a presidência de Sarney e Renan Calheiros é prova inconteste. Ambos não são compatíveis com a lisura que o cargo merece e exige. Apenas no conceito de Lulla, e olha quem, Sarney é intocável, um homem acima de tudo. Renan Calheiros está aí às voltas com processos que o fizeram renunciar à presidência no mandato anterior. A Câmara Federal não fica atrás. O próprio presidente tem vários processos em tramitação na justiça. O hilário de tudo é ter na sua Comissão de Constituição e Justiça – CCJ, membros condenados pelo Supremo Tribunal Federal – STF.
Estes condenados pelo STF, Deputados José Genuíno e João Paulo Cunha, associados aos deputados ignorantes dos dispositivos constitucionais, aprovaram na CCJ proposta absurda contida no Projeto de Emenda Constitucional – PEC que propõe controle do STF em suas decisões. Não bastasse esse absurdo e total desconhecimento básico de normas jurídico-legais por parte dos membros da CCJ, tal comissão aprovou o texto de reforma com menos de 1/3 (um terço) dos integrantes presentes a reunião. Foi uma festa com manifestação vibrante do condenado Genoíno, na busca incessante de uma saída honrosa aos seus desvios de conduta.
A balbúrdia não fica só aí. No executivo a demanda é a mesma. Programas na TV já se tornaram campanhas políticas eleitorais na busca direta do voto e muitos outros irão acompanhar a toada. Na economia demonstra a falta de segurança em suas atitudes o que tem levado o mercado a uma retração sem precedentes. Está constatada a desindustrialização do País. O Brasil não é mais atração ao investimento estrangeiro, está em queda a entrada de dólares. É provável que serão obrigados a aumentar os juros para voltar a intensidade da entrada de dólares especulativos.
O Tesouro Nacional continua financiando, via BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, as grandes empresas (180), principalmente aquelas amigas do Rei, o ex presidente. Os exemplos estão aí com o vendedor de sonhos Eike Baptista, José Carlos Bumlai e outros tantos. A mesma distribuição de dinheiro para atender o sonho político de Dilma/Lulla e da estratégia do marqueteiro João Santana, está sendo operada no Programa Minha Casa, Minha Vida. O ritmo é acelerado sem qualquer fiscalização. O risco de cair o teto na cabeça dos moradores é grande. Aguardem, é uma tragédia anunciada, é uma balbúrdia.
(1) Jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes-RJ
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