Pouco usada no País, consultoria de home staging é apontada como receita que acelera as negociações de apartamentos ou casas
Um conceito americano de marketing aplicado à venda de imóveis usados pouco adotado no Brasil tem ganhado espaço no País. Chamado de home staging, a técnica consiste em preparar visualmente um imóvel para a venda. Mas não se trata apenas de corrigir pequenos vícios de uso presentes e que podem desvalorizar a casa ou o apartamento. Trata-se de ir além e decoraro espaço de modo a torná-lo atrativo aos olhos do público-alvo do produto, despertando nele o desejo pela compra.
"Entrar em um imóvel à venda e se deparar com indícios da personalidade de quem mora ali, como fotos de família, quadro do time favorito etc., pode reduzir o interesse de quem vem comprar, pois a pessoa não consegue se enxergar ali, diz a diretora de venda de imóveis de terceiros do Sindicato da Habitação (Secovi), Roseli Hernandes. "Por outro lado, entrar em um imóvel vazio, com fios de iluminação à mostra e aquela impressão de abandono é igualmente prejudicial", acrescenta a especialista.
"O home staging busca justamente dirimir esse quadro e busca criar um ambiente decorado, mas sem marcas muito pessoais. Ou seja, tem o objetivo de criar uma sensação agradável para uma quantidade maior de pessoas e, assim, aumentar as chances de venda", explica Wanderley Revert, proprietário da Revert Realce Imobiliário, empresa especializada na prestação desse tipo de consultoria.
Segundo ele, estudos feitos por uma associação de corretores dos Estados Unidos dão conta de que a decisão de compra do imóvel ocorre apenas 30 segundos após o comprador entrar no local. "Se a pessoa entra em ambientes bem decorados, no lugar de um local bagunçado ou vazio, a chance de ele querer morar ali e fechar a compra aumenta", acredita Revert.
No Brasil, segundo Roseli, não há dados do impacto desse remodelamento na decisão nas vendas, já que se trata de um conceito novo no País. Porém, de acordo com ela, nos Estados Unidos a velocidade da venda aumenta em 78%. "E oito em cada dez imóveis vendidos no país são decorados por esse trabalho."
Além de aumentar a velocidade da venda, o investimento no home staging pode também valorizar o bem à venda, como ocorreu com a administradora de empresas Débora Campos. Após mudar para um novo imóvel, ela precisava vender a casa antiga, de 500 m², localizada em um condomínio fechado.
"Recebi uma indicação e decidi contratar o serviço, já que a casa estava vazia. Em menos de uma semana estava tudo pronto, e a venda ocorreu no início deste mês", conta. Mais do que a velocidade com que com que concretizou o negócio, Débora comemora a valorização de mais de 30% no preço que pediu inicialmente pelo imóvel, valor que cobriu com folga o investimento.
O home staging, no entanto, não se trata de algo acessível apenas aos imóveis de padrão elevado, afirma a arquiteta Susana Damy-Lacy, que se especializou na prestação desse trabalho no Brasil. De acordo com ela, o cliente determina o tamanho das mudanças a serem realizadas.
"A pessoa pode tanto reorganizar o imóvel com aquilo que ela já tem quanto fazer uma reforma maior", diz. Nos imóveis que já estão desocupados, o cliente aluga a mobília até que a venda do bem seja concretizada.
Pagamento
A cobrança pelo serviço pode se dar com base nas horas trabalhadas do profissional contratado ou de acordo com um porcentual do valor de venda do imóvel. Este tipo de negociação é mais frequente nos projetos maiores, que envolvem reforma e locação de mobiliário para o local.
Apesar dos resultados positivos, o conceito do home staging ainda não deslanchou por aqui, avalia Susana. Para ela, o público brasileiro é resistente a esse tipo de novidade, já que o costume por aqui é oferecer o imóvel totalmente vazio para o comprador.
Para Roseli Hernandes, do Secovi, faltam, ainda, profissionais especializados no assunto. Por isso, a entidade já estuda a criação de cursos de formação para que os corretores possam auxiliar seus clientes nesse sentido e reduzir assim o tempo de venda dos imóveis.
"O comprador cansa de ver vários imóveis. Ele tem a intenção de fechar a compra o quanto antes. Sendo assim, se o vendedor está apto a preparar o imóvel para a venda, ele reduz esse tempo de procura", afirma.
Reportagem de Leandro Costa
Fonte: Estadão
Segundo ele, estudos feitos por uma associação de corretores dos Estados Unidos dão conta de que a decisão de compra do imóvel ocorre apenas 30 segundos após o comprador entrar no local. "Se a pessoa entra em ambientes bem decorados, no lugar de um local bagunçado ou vazio, a chance de ele querer morar ali e fechar a compra aumenta", acredita Revert.
No Brasil, segundo Roseli, não há dados do impacto desse remodelamento na decisão nas vendas, já que se trata de um conceito novo no País. Porém, de acordo com ela, nos Estados Unidos a velocidade da venda aumenta em 78%. "E oito em cada dez imóveis vendidos no país são decorados por esse trabalho."
Além de aumentar a velocidade da venda, o investimento no home staging pode também valorizar o bem à venda, como ocorreu com a administradora de empresas Débora Campos. Após mudar para um novo imóvel, ela precisava vender a casa antiga, de 500 m², localizada em um condomínio fechado.
"Recebi uma indicação e decidi contratar o serviço, já que a casa estava vazia. Em menos de uma semana estava tudo pronto, e a venda ocorreu no início deste mês", conta. Mais do que a velocidade com que com que concretizou o negócio, Débora comemora a valorização de mais de 30% no preço que pediu inicialmente pelo imóvel, valor que cobriu com folga o investimento.
O home staging, no entanto, não se trata de algo acessível apenas aos imóveis de padrão elevado, afirma a arquiteta Susana Damy-Lacy, que se especializou na prestação desse trabalho no Brasil. De acordo com ela, o cliente determina o tamanho das mudanças a serem realizadas.
"A pessoa pode tanto reorganizar o imóvel com aquilo que ela já tem quanto fazer uma reforma maior", diz. Nos imóveis que já estão desocupados, o cliente aluga a mobília até que a venda do bem seja concretizada.
Pagamento
A cobrança pelo serviço pode se dar com base nas horas trabalhadas do profissional contratado ou de acordo com um porcentual do valor de venda do imóvel. Este tipo de negociação é mais frequente nos projetos maiores, que envolvem reforma e locação de mobiliário para o local.
Apesar dos resultados positivos, o conceito do home staging ainda não deslanchou por aqui, avalia Susana. Para ela, o público brasileiro é resistente a esse tipo de novidade, já que o costume por aqui é oferecer o imóvel totalmente vazio para o comprador.
Para Roseli Hernandes, do Secovi, faltam, ainda, profissionais especializados no assunto. Por isso, a entidade já estuda a criação de cursos de formação para que os corretores possam auxiliar seus clientes nesse sentido e reduzir assim o tempo de venda dos imóveis.
"O comprador cansa de ver vários imóveis. Ele tem a intenção de fechar a compra o quanto antes. Sendo assim, se o vendedor está apto a preparar o imóvel para a venda, ele reduz esse tempo de procura", afirma.
Reportagem de Leandro Costa
Fonte: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário