Milton Corrêa da Costa
A recente proposta de legalização de drogas, aí também incluída a cocaína, decisão oriunda da comissão de juristas encarregada de apresentar o anteprojeto do novo código Penal, foi também objeto de posicionamento favorável da conhecida atriz Betty Faria, no jornal O Dia, trazendo à baila novamente a polêmica questão da descriminalização e legalização de drogas ilícitas.
Disse BettyFaria, que tem quatro netos: “O problema existe porque há uma hipocrisia internacional. Se o Evo Morales fala que tem que liberar cocaína porque milhares de famílias vivem atravessando (a folha de coca) e ganhando dinheiro, tem que liberar. Cada um que plante a sua ( maconha). Não encham o saco. A cachaça não é liberada?”, compara a atriz.
Com todo respeito à talentosa atriz, mas não concordo. Em defesa de minha convicção sobre a não legalização de drogas – o infortúnio do álcool e do cigarro já são males evidentes –, vale recordar uma recente pesquisa sobre os efeitos nocivos do uso da cocaína, uma droga mortífera, causa de acidente vascular encefálico e de outros males.
“Dependência de cocaína acelera o processo de envelhecimento do cérebro”, concluíram pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. No estudo publicado no periódico Molecular Psychiatry, a equipe comparou o cérebro de usuários e não usuários de cocaína e concluiu que a droga provoca uma perda maior da massa cinzenta do órgão. “Dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de forma significativamente mais rápida, o que poderia ser sinal de envelhecimento prematuro. E suas taxas de mortalidade são estimadas em até oito vezes maiores do que na população saudável. Alterações psicológicas e fisiológicas normalmente associadas à velhice como declínio cognitivo, a atrofia do cérebro, ou imunodeficiência também são vistos nos dependentes de cocaína.”
Explica a autora do estudo, Karen Ersche: ”Com o envelhecimento, todas as pessoas perdem volume de massa cinzenta. Essa é a região do cérebro que possui o corpo das células nervosas e abrange partes do órgão envolvidas no controle muscular, memória, emoções, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir. No entanto, o que temos visto é que os dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de uma forma significativamente mais rápida, o que poderia ser um sinal de envelhecimento prematuro.”
A prevenção, o tratamento terapêutico de dependentes e a repressão ao tráfico continuam sendo a mais eficaz e sensata estratégia de combate às drogas no mundo. Melhor que plantar e cultivar folha de coca seria se Evo Morales, por exemplo, direcionasse parte da economia de seus país para o plantio do milho, soja ou feijão.
Drogas não agregam valores sociais positivos. A busca de estados alterados de consciência é um perigoso caminho de destruição humana e familiar. Quem se ama não se droga. A legalização de drogas é uma perigosa ameaça à juventude brasileira. É preciso ter consciência disso.
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