Mas que boa notícia! E eu apavorada pensando que esses apagões pudessem ser sabotagem de algum Maia ensandecido!
Você sabe, não é, que há Maias e Maias? Tinha os Maias intelectualmente robustos e os Maias parvinhos. Como dizia uma propaganda antiga nas rádios uruguaias para vender umas pastilhas digestivas: chiquititas, pero cumplidoras...
Sei lá, fiquei com medo que fosse um Maia chiquitito, pero cumplidor... Muito bom saber que foi um ser humano que falhou. Nos humanos podemos dar um jeito. Se não de imediato, pelo menos no dia em que eles forem parar diante do Joaquim Barbosa.
Mas que tal aproveitar sua descoberta que são os humanos que estão a fim de arrebentar com estepaís e dar um jeito nesse seu ministério e nos programas do governo?
O Brasil é imenso, enorme, e já está mais do que na hora de pelo menos voltar a ser o que já foi um dia: o país que olhava para o futuro com esperança e não com a desilusão de hoje.
Que tal essa sugestão? Dinheiro, de agora em diante, só para programas sensatos e voltados exclusivamente para Saúde, Educação, Transporte e Energia.
Esquece a Copa e as Olimpíadas, Dilma. Mateus, primeiro os teus. Vamos cuidar da nossa gente e não dos turistas. Aposto como eles serão os primeiros a aprovar. Já sofreram nas mãos de COIs, FIFAs e governos ambiciosos, sabem o que é isso.
Esquece o pré-sal. Até aquilo render dinheiro o Gabriel já estará formado em Engenharia Elétrica e terá encontrado a solução para impedir que os raios desliguem o sistema. Ele e a geração dele gargalharão muito às nossas custas, mas até lá, perdão, nem sorrir, Dilma, que dirá gargalhar.
Vamos lá: saúde. O que implica em alimentação. Em vez de TVs e jornais e revistas estatais, porque não mercados e mercadinhos municipais com produtos de boa qualidade e preços controlados?
Unidades de atendimento médico são imprescindíveis, mas sem médicos e enfermeiros? Os salários dos profissionais de saúde, assim como os dos professores, deveriam ser o teto salarial do país.
Invista nisso, Dilma. Já pensou todos os hospitais federais do Brasil com o nível do Moinhos de Vento, de Porto Alegre?
O transporte. Bondes, ônibus, metrôs, trens, barcos, aviões.
Primeira necessidade: transporte urbano de qualidade, funcionando bem. Primeira vantagem: um carro por família será mais do que bom. O morador da cidade vai agradecer por não ter que lidar com engarrafamentos, flanelinhas, detrans, seguros, oficinas, revendas, etc. e tal. Dê transporte decente que o carro passa a ser uma necessidade menor.
Uma malha ferroviária segura, trens como os que cruzam a Europa, a Ásia, os EUA. Trem de velocidade normal, que dê para ver a paisagem e até para ler um livro ou terminar um dever. Trens como os que já cortaram nossos estados no tempo de Pedro II! (ver foto abaixo)
Estação no Recife erguida em 1885.
Navegação de cabotagem como a que já tivemos unindo o Brasil de norte a sul (Itamar Franco nasceu num Ita, lembra?). Unir, em vez de separar, como queria o Lula. Esse método de dividir para melhor dominar já não cola, Dilma, é descerebrado.
Olha, achei um Cartão-postal da Cia. Costeira editado nos anos de 1920/30 com portos e datas de escala dos "Itas" que nos serviam. (Acervo- L. J. Giraud).
Nossos rios e lagos também não merecem bons barcos para transportar carga e passageiros? Sem falar que isso iria incrementar o turismo...
Aeroportos em bom estado, funcionando com segurança e conforto para usuários e funcionários, é fundamental. Não vamos repetir o erro de nossos pais: entra o carro, mata o trem e o navio. Voltam os trens e os barcos e esquece os aviões? Não, claro que não.
Mas esqueça, por favor, os tais 800 aeroportos regionais. Quem te deu esse número foi um daqueles Maias sabotadores, bote para correr.
O mesmo com a eletricidade, que sem ela é impossível saúde, educação, transporte. Energia solar? Energia eólica? Hidrelétricas? Usina nuclear? Tudo que temos direito, Dilma. O que não pode é ter apagões, o que não pode é ter gente morrendo – literalmente – pelo calor excessivo ou pela falta de energia durante um procedimento hospitalar.
Você tem fama e jeito de durona. Assim como o Joaquim Barbosa. Não é simpática. Ele também não é. Na semana passada comentei sua cara zangada ao chegar a Paris. Continuo a achar errado. Repito: acrescentar e não subtrair. Polidez não impede sinceridade. A sinceridade é vital. Chega de mentiras. Mas a polidez é fundamental.
Eu não tenho ideias fixas, sabe? Pensei melhor desde a sexta passada e concluí o seguinte: o temperamento dos presidentes do Executivo e do Judiciário pode vir a ser a nossa salvação. Chega de brasileiro tão bonzinho e tão falsinho. Chega de beijos e sorrisos e interesse e afeição mais rasos que um pires.
Vamos amar nossas crianças de todo nosso coração. Para que elas cresçam amando umas às outras e ao Brasil. Uma geração traz as outras a reboque, Dilma. Vamos lá. Os frutos serão nossos, mas os louros serão seus.
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