sábado, 6 de outubro de 2012

Para coordenadora da FGV, não há bolha imobiliária no Brasil



Por Francine De Lorenzo | Valor
SÃO PAULO - A facilitação do crédito e o rápido avanço nos preços dos imóveis não criaram uma bolha imobiliária no Brasil, segundo avaliação da coordenadora de estudos de construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo. Para ela, não existe no país um cenário que leve o setor a uma crise, como aconteceu em países desenvolvidos.
“Não vejo espaço para termos uma grande desvalorização nos preços dos imóveis. Para isso acontecer muitas pessoas teriam que colocar suas casas à venda, o que não é provável de acontecer”, diz Ana. Ela argumenta que a inadimplência no setor imobiliário é muito baixa porque a última coisa que as famílias querem perder é sua moradia. Além disso, Ana acredita que a tendência é de aumentos menores nos preços dos imóveis daqui pra frente, com o ritmo de reajustes ficando próximo ao da inflação.
Já no que se refere ao crédito, o que o governo podia fazer para estimular as concessões – baixar juros e ampliar prazos – já está sendo feito, segundo Ana Maria. “Creio que o crédito imobiliário vai crescer 15% neste ano, em relação a 2011. É bastante, mas é a metade do que se previa no início do ano.”
Para a coordenadora, parte significativa da demanda por imóveis foi atendida nos últimos meses, mas ainda há espaço para crescimento. “Uma grande parcela da população está em idade de constituir família. Com a economia melhorando, aumenta a possibilidade de se comprar imóvel. Mas o avanço do setor será a taxas menores.”

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