Os Nabis, palavra que significa “profetas”, foram um grupo de artistas franceses pós-impressionistas com grande influência nas Artes Gráficas e nas Belas Artes, na França dos anos 1890. Ficaram amigos em 1880, quando se conheceram na Académie Julian.
Muito jovens, rebeldes, dispostos a subverter o mundo das artes, e com um interesse comum no tipo de literatura e artes plásticas que achavam mais dignas de seu tempo, eles se uniram em torno de Paul Serusier, que foi uma espécie de guru do grupo. Serusier não se cansava de citar Paul Gauguin como exemplo a ser seguido, o homem que largou tudo em busca de seu sonho.
O nome Nabis lhes foi dado pelo poeta Henri Cazalis que fez um paralelo entre a vontade desses artistas em revitalizar a pintura e os antigos profetas que rejuvenesceram Israel. Possivelmente esse apelido tenha surgido também pelo fato da maioria usar longas barbas, por muitos deles serem judeus, e pelo modo fervoroso como encaravam seu oficio.
Eles abriram caminho para o surgimento, no começo do século XX, da arte abstrata e não-figurativa. Seu objetivo principal era integrar a arte com a vida diária, um objetivo que tinham em comum com a maioria dos mais avançados artistas de seu tempo. Queriam mostrar a natureza não como ela é, mas através de símbolos e metáforas estéticas.
O grupo, como grupo coeso, não durou muito. Em 1896, antes de seu nome ficar conhecido do grande público, a união já se esgarçara.
Nesta semana falaremos dos que tiveram um papel mais importante dentro dos Nabis e que depois seguiram carreiras de sucesso, independentes. São Pierre Bonnard, Maurice Denis, Felix Vallotton, Édouard Vuillard e Aristide Maillol.
Hoje apresentamos Pierre Bonnard, nascido em 3 de Outubro de 1867 e falecido em 23 de Janeiro de 1947. Por ter assistido um dia, na Escola de Belas Artes, uma exposição de arte japonesa e ter ficado muito impressionado com as obras alí apresentadas, passou a ser chamado pelos companheiros de “o nabi japonês”.
A primeira apresentação de sua obra aconteceu em 1893. Foi ilustrador da revista La Revue Blanche. Em 1924, realizou sua primeira grande retrospectiva. Em 1925, casou-se com Marie Boursin, conhecida por Marthe, que viria a lhe servir de modelo em algumas obras.
Bonnard foi sem dúvida um dos pintores mais interessantes do grupo dos Nabis. Suas telas têm nas cores claras e luminosas a capacidade de transmitir emoção. Os objetos parecem se formar pela solidificação do ar. Ele pesquisou longamente a variação das cores sob a luz, obtendo efeitos de muita beleza.
Óleo sobre tela, 34.9 x 48.3 cm.
Acervo Metropolitan Museum of Art, Nova York
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