segunda-feira, 22 de outubro de 2012

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Enseada na Normandia (1909): Semana Georges Braque



Georges Braque nasceu em 13 de maio de 1882, em Argenteuil-sur-Seine, pertinho de Paris. Viveu parte de sua infância ali e outra parte no Havre. Em 1899, passou de aprendiz a pintor na firma de pintura decorativa de seu pai.
Em 1902, vai para Paris a fim de dar prosseguimento ao sonho de aprender pintura na Escola de Belas Artes. Ficou muito impressionado com o estilo ousado dos Fovistas, numa exposição que viu em 1905. Entre os Fovistas estavam Henri Matisse e André Derain que, com sua paleta de cores brilhantes e estrutura livre de formas rígidas, entusiasmaram Braque. Até 1907, foi a escola de pintura que ele seguiu.
Em 1907 conhece Pablo Picasso. A amizade entre esses dois homens talentosos, inteligentes, e extremamente criativos, resultaria numa revolução nas Artes Plásticas. São os criadores do Cubismo.
Na verdade, o germe do cubismo começou com Cézanne. Ele foi o primeiro a dizer que a pintura deveria se sujeitar às formas básicas e essenciais da natureza: cones, esferas e cilindros.
Mas Braque e Picasso foram ainda mais longe. Eles se propuseram a representar os objetos em suas três dimensões, numa superfície plana, com o uso das formas geométricas e o predomínio das linhas retas. É a desestruturação dos elementos, é o chamado cubismo analítico.
A decomposição dos elementos, isto é, o registro dos planos sucessivos e superpostos, todos os ângulos sendo examinados ao mesmo tempo, fragmentados, chegou a um ponto tal que já não se conseguia reconhecer qualquer figura nas pinturas e esculturas cubistas.
Temos a semana para falar das diversas fases dessa escola dos dois grandes mestres, e amigos, Braque e Picasso.


A tela cuja imagem mostramos hoje, Enseada na Normandia, foi pintada entre maio e junho de 1909. O farol e os barcos, parecendo brinquedos com suas formas básicas, oferecem ao espectador vários planos e facetas e como o céu e o mar recebem o mesmo tratamento, o todo se confunde e por vezes não distinguimos uma coisa da outra.
Tudo se desintegra e se separa à medida que o espectador olha de um para outro objeto, para só se reorganizar quando o espectador se afasta um pouco e olha o quadro todo.
Óleo sobre tela, 81.1 x 80.5 cm

Acervo The Art Institute of Chicago, Illinois, EUA

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