26/10/2012
Plínio Zabeu
O STF encerrou o julgamento depois de quase 3 meses de atividades quando os ministros – dois deles deveriam se declarar suspeitos já que são intimamente ligados aos principais réus – discutiram e colocaram suas conclusões. A imprensa ainda livre (sempre devemos usar o termo “ainda” já que os atuais mandantes não deixam de lutar pela volta da censura) permitiu o acompanhamento dos detalhes pela parte da população realmente interessada em conhecer os bastidores da política brasileira. Foi possível avaliar a realidade dos fatos e a incrível desfaçatez da parte ruim dos dirigentes governamentais nos últimos anos.
As acusações foram comprovadas, alguns réus foram absolvidos, ficando a condenação para os que sempre comandaram a operação da mais alta corrupção na história do país como “nunca antes”.
Um deles, mais ativo no setor dinheiro, recebeu uma pena ainda provisória de 40 anos de cadeia mais uma multa de mais de um milhão. Dá para prever qual será a do principal articulador e executor do mensalão.
Os ministros esperavam a conclusão total para antes do segundo turno das eleições municipais. Mas, ao que tudo indica, não haverá tempo suficiente para isso. São muitos réus e cada um terá que ser condenado diante dos fatos julgados. Além do mais, uma condenação completa poderia, de alguma forma, influir nas eleições.
Como sempre acontece no Brasil, falta muito para uma conclusão final quanto às penalidades e o cumprimento delas. Sabemos que, pela Constituição, a decisão do Supremo é definitiva e não caberá nenhum recurso embora os réus digam sempre que vão continuar lutando para provar a inocência.
Só que, de inocência, não existe nada mesmo. Foram provadas tantas falcatruas, tantos atos ilegais, inclusive aqueles que, por serem comuns tornaram-se de certa forma “legais”, como o chamado “caixa 2”.
Na verdade estamos diante de uma dúvida: Vamos continuar chamando tudo isso de mensalão ou seria melhor mudar o termo para podridão? Essa gente se apossou do dinheiro público, manipulou dados, desrespeitou as leis, os direitos legais transformando tudo numa atividade corrupta “como nunca antes” no Brasil.
Sejam quais forem as penas impostas, quando tudo acabar o que precisa ficar definida será uma transformação total no modo de gerir o país em todas as esferas sejam federal, estaduais ou municipais. Algo de bom certamente acontecerá e quem sabe uma nova era baseada na honestidade, na sinceridade, na ética e principalmente no respeito à nação e aos brasileiros em geral. O dinheiro que essa gente roubou e dividiu entre eles é originado dos altíssimos impostos que o brasileiro paga à custa do seu trabalho diário. Se a lição for entendida e bem aplicada, ninguém mais poderá dele se apossar, fazendo o que vem ocorrendo principalmente de 2003 para cá.
Uma nova fase poderá se iniciar e então não teremos mais nem podridão, nem mensalão. È o que os brasileiros conscientes esperam.
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