Estou desatualizada com a busca de emprego no Brasil, mas aqui em Seattle o QI é o mais importante. Quem Indica. Em época de economia difícil, relacionamento é tudo.
“Até 85% das oportunidades de reposicionamento em Seattle são obtidas através de relacionamentos”, diz Paul Anderson, diretor da consultoria de carreira Prolango. Anderson viaja o país inteiro fazendo workshops, mas diz que é em Seattle que estão os grandes desafios.
Ele diz que os recrutadores, muito jovens, estão mergulhados em pilhas de currículos. E que investem segundos – sim, segundos! – para identificar se um candidato é bom ou não. Isso depois de o currículo ter passado pelo funil dos sistemas que identificam palavras-chave.
Ser visto por um recrutador através dos bancos de talento é praticamente um milagre. Mais eficiente, ensina o consultor, é desenvolver relacionamentos com pessoas da área em que você quer trabalhar. E também da(s) empresa(s) em que você quer trabalhar. Objetivo: que seu nome venha à tona quando houver uma oportunidade de trabalho.
Faz sentido, mas o jeito de ser local é um empecilho. Um sorriso gentil pode querer dizer “perca as esperanças porque não pretendo encontrar você para um café, mas não quero dizer isso na sua cara”. Muita gente prefere ignorar um e-mail a dizer que não vai poder recomendar você ao chefe. Eles acham que não é educado. Fica difícil construir relacionamento assim.
Foto: currículos@cc
Uma saída é procurar os eventos de networking. Um monte de gente querendo apresentar você a alguém porque sabe que um dia você pode retribuir o favor. Nunca vi tanta gente junta querendo conversar com desconhecidos.
Nem parecia que eu estava em Seattle.
Nem parecia que eu estava em Seattle.
Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.
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