13/07/2012
às 20:18 \ Direto ao Ponto
Augusto Nunes
“Eu sou juíza e estou ameaçada de morte”, informa Bárbara Almeida já na primeira linha do artigo publicado pela Folha e reproduzido na seção Feira Livre. Magistrada há 20 anos, hoje baseada na comarca de Embu das Artes, ela conta que deixou de exercer plenamente o direito de ir e vir há pouco mais de um mês, depois de ordenar a imediata desocupação de uma área de proteção ambiental invadida por milícias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.
Para impedir a consumação da vingança prometida por militantes do MTST ─ uma das tantas siglas fora-da-lei que compõem a constelação de “movimentos populares” amamentados pelo governo federal ─, uma escolta passou a segui-la 24 horas por dia. Há duas semanas, decidiu dispensar tal proteção. O perigo não passou, mas ela decidiu que não se renderia ao medo de circular desacompanhada.
A juíza com imagem de durona promete continuar agindo como sempre agiu. E exige a devolução da liberdade parcialmente confiscada por meliantes que agem com a cumplicidade, por ação ou omissão, do governo federal. Essas parcerias obscenas ajudam a explicar o desembaraço e a ousadia dos atropeladores do Código Penal. Num Brasil envilecido pelo desembaraço dos vilões, é compreensível que a magistratura comece a transformar-se em profissão de risco.
As mensagens telefônicas ouvidas pela juíza da pequena cidade paulista são tão insolentes e intoleráveis quanto as tentativas de intimidação sofridas nesta semana pelos ministros do Supremo Tribunal, agora acossados por dirigentes da CUT a serviço do bando de mensaleiros. Depois do assédio movido pelo ex-presidente Lula e dos recados cafajestes remetidos por dirigentes do PT, chegou a vez da pelegagem sustentada pelo dinheiro de quem paga imposto.
O MTST exige que a Justiça legalize o roubo de um terreno. A CUT exige que o STF institucionalize a impunidade dos bandidos de estimação. A altivez de Bárbara Almeida impediu a derrota da Justiça. Para garantir a sobrevivência do Estado Democrático de Direito, o STF precisa evitar que a independência do Poder Judiciário seja ferida de morte. Não é tão difícil assim. Basta que os ministros se mirem exemplo da juíza de Embu das Artes.
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