Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
13.7.2012
| 12h00m
A Mui Nobre e Sempre Leal Vila de Marvão fica numa localização privilegiada: no alto de uma montanha de pedra na fronteira com a Espanha, a 850 metros acima do nível do mar, é região que por sua posição estratégica foi ocupada por lusitamos, romanos, suevos, visigodos e pelos muçulmanos. Por essa ocasião, o castro original ficou conhecido como A Fortaleza de Ibn Marwan, origem do nome do castelo e da vila.
Em seu heróico esforço para retomar Portugal, D. Afonso Henrique conquistou o povoado entre 1160 e 1166. D. Sancho II concedeu-lhe Carta de Foral em 1226, para que Marvão pudesse servir de sentinela avançada de Portugal contra as seguidas invasões vindas de Castela.
Ao longo da história de Portugal e das brigas intestinas entre herdeiros de diversas famílias ducais, o Castelo de Marvão foi sendo sempre fortalecido pelo proprietário da ocasião, o que ajudou a fortaleza a se transformar numa obra de engenharia militar de deslumbrar quem a vê. As muralhas que a protegem, tanto quanto ao povoado, são dos séculos XV e XVI (foto acima).
No século XVII, em mais uma tentativa dos espanhois em retomar a posição, os portugueses os rechaçaram e ainda tomaram a vizinha Valencia de Alcántara. Mas no início do século XVIII, Marvão foi conquistada pelas forças espanholas. E nisso ficaram durante muito tempo.
A última vez que um estrangeiro ocupou Marvão foi durante as Guerras Peninsulares, quando em 1808 as forças de Napoleão invadiram Portugal. Depois disso, foi palco das lutas internas pela coroa portuguesa, entre liberais e miguelistas, ou seja, o nosso Pedro I (Pedro IV de Portugal) e seu irmão Miguel.
O Castelo de Marvão encerra em seus muros a vila medieval. Os muros externos, reforçados por torres, distribuem-se em linhas defensivas concêntricas: a linha interna, reforçada por duas torres e um cubelo, é dominada pela Torre de Menagem, de planta quadrada, que lhe é adossada; a linha intermediária, é coroada por ameias e reforçada por torres maciças; a linha externa, constituída pela barbacã, é de onde parte a muralha que envolve o monte e compreende a vila.
À época da Inquisição, assim como o Castelo de Vide, Marvão foi utilizado como um lugar de refúgio pelos judeus espanhóis, os chamados sefarditas.
Ao longe, onde a neblina começa a ceder, a Espanha
Marvão, Distrito de Portalegre, Alentejo
Nenhum comentário:
Postar um comentário