10/05/2012
às 16:44
Escrevi, nesta manhã, um texto aplaudindo a reação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, segundo quem a conspiração (a palavra é minha) de mensaleiros e outras pessoas descontentes com o Ministério Público (Collor — a suposição é minha) está na raiz da gritaria que se faz por aí contra ele. E está mesmo! Nesta quinta, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, defendeu o procurador-geral e disse o óbvio: não faz sentido ele ir à CPI. Não porque esteja acima da lei. ELE NÃO PODE IR JUSTAMENTE PORQUE ESTÁ SUBORDINADO A ELA. Como pode ser testemunha de um caso em que ele entra como investigar e acusador? É um disparate! Aliás, um disparate a que já se assistiu — se não em CPI, em outras comissões do Congresso.
Durante o governo FHC, cansamos de ver procuradores como Luiz Francisco, Guilherme Schelb e Janice Ascari em comissões do Congresso, a fazer verdadeiros libelos acusatórios contra o então secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira. E o que havia mesmo contra ele? Os fatos provaram: nada! A presença de procuradores no Congresso para falar sobre casos específicos já é um problema. Tanto maior no caso de uma CPI, especialmente quando a disposição de linchar o procurador-geral já está mais do que anunciada.
Já escrevi diversos textos a respeito e reitero: existe hoje um núcleo empenhado em mandar para o lixo as instituições — não necessariamente a pessoa deste ou daquele — com o intuito claro de livrar a própria cara. Vale tudo: atacar STF, Procuradoria-Geral da República, imprensa, qualquer ser que se mova e não esteja empenhado em proteger quadrilheiros.
Não deixa de existir um dado positivo nessa história toda. Denunciei aqui no dia 1º de abril a manobra desses caras. Era a homenagem que eles faziam ao Dia da Mentira. Alguns me acusaram, então, de estar forçando a mão, de estar vendo coisas que não existiam. Quarenta dias depois, ninguém mais tem direito à dúvida. Os mensaleiros e seus associados querem melar a CPI para tentar livrar o próprio couro ou para se vingar. É preciso que tudo vá para o lixo para só reste “o partido” como a voz da verdade.
Hoje, “eles” querem pegar STF, Procuradoria e imprensa. Se forem bem-sucedidos, vão tentar caçar e cassar em seguida os que os auxiliarem na tarefa de agora. Porque essa é a natureza do jogo.
O colaborador de véspera dos assassinos de instituições será sempre um futuro alvo.
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