Jornal do Brasil
O tempo passou e quase 20 anos depois, surge o "lobo solitário" (ou seria o “louco solitário”?) Mohamed Merah, de origem argelina, criado sob as benesses do estado francês.
Com um prontuário cheio de problemas desde a adolescência e com passagens pelo Paquistão e Afeganistão, onde possivelmente teve contato com fanáticos fundamentalistas islâmicos do Talibã e Al Quaeda, no dia 11 de março de 2012, na cidade Montauban, executou friamente o sargento Imad Ibn Ziaten, mulçumano, de 30 anos de idade. No dia 15 de março, ele voltou a atacar em Toulouse, cidade que fica a somente 25 quilômetros de Montauban e assassinou dois paraquedistas – Abel Chennouf, 25 anos, católico e Mohamed Legouad, mulçumano, 23 anos – e feriu gravemente um terceiro, Loic Líber, 27 anos (que continua em estado de coma). Os três primeiros são originários do Norte da África (Magreb) e o quarto é originário da ex-possessão francesa de Guadalupe.
Para surpresa geral, eis que o "lobo solitário", quatro dias depois, no dia 19 de março, atacou novamente portando sua Colt 45, na mesa cidade de Toulouse e assassinou, de surpresa e impiedosamente, quatro judeus do colégio Ozar Hatorah.
O mundo ficou chocado com o sadismo e a crueldade do extremista, pois, segundo, se conhece, ele filmou todas as execuções. Foram executados o rabino-professor Jonathan Sandler, de 30 anos, e seus filhos Gabriel, 3 anos e Aryeh, de 5. A quarta vítima, a menina Myriam Monsonego, de 8 anos, tentou escapar, mas foi alcançada pelo fanático que a executou com um tiro na cabeça.
Só após essa carnificina na escola judaica (e depois de 7 execuções sumárias), é que a polícia francesa resolveu caçar o "lobo solitário". Verdade tem que ser dita, entre o primeiro assassinato perpetrado pelo fundamentalista islâmico, dia 11/03 até 19/03, passaram-se 8 dias, com o agravante de que das sete execuções, uma foi em Montauban e 6 foram em Toulouse, cidades distantes somente 25 quilômetros.
Pergunta-se: por que a polícia francesa não agiu logo após o primeiro assassinato em Montauban, evitando assim a matança em Toulouse? Somente no dia 21 de março, através do IP do computador do terrorista é que o RAID conseguiu localizar e cercar Mohamed Merah.
Usando de forma blasfema o sagrado livro do Corão e as palavras do profeta Maomé (que a paz e a benção de Deus estejam com Ele), o terrorista afirmou, entre outras coisas que estava vingando a morte de crianças palestinas pelo governo israelense e que não se entregaria vivo. Acuado pelo RAID, no dia 22 de março resolveu enfrentá-la em um cerrado tiroteio para tentar fugir ao cerco policial quando foi abatido por um atirador de elite.
Desse ocorrido, o Brasil, com dois próximos grandes eventos internacionais em 2014 e 2016, Copa do Mundo e Olimpíada, respectivamente, que favorecem grandes aglomerações, deve fazer uma profunda reflexão e desde já preparar-se para combater de forma rigorosa as ações desses “lobos solitários”.
É ingenuidade total das nossas autoridades pensarem que o Brasil está isento do ataque desses loucos. O exemplo mais contundente da ação desses fundamentalistas foi a prisão em Curitiba de dois suspeitos de incitar a violência contra minorias, inclusive com ameaças de morte a um parlamentar e ataque a estudantes da Universidade de Brasília (tinham até mapas do possível ataque).
Imaginemos o tamanho da carnificina que teria havido, se a Polícia não tivesse agido com presteza. E outros mais “loucos solitários” estão por aí e o estado tem a obrigação e o dever de combatê-los. Essa gente tem que ser caçada e presa para que não fique livre para agir e a França resolveu agir com uma grande ação no dia 30/03 em Toulouse. É tolerância zero e ponto final!
O lema do RAID é "Servir sem errar". Que o Brasil aprenda a lição do ocorrido na França.
Humberto Viana Guimarães é engenheiro civil e consultor, formado pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, com especialização em materiais explosivos, estruturas de concreto, geração de energia e saneamento
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