Fábio Masqueira
Convocada a dar explicações à Câmara, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou, em nota oficial, que “sempre esteve e se mantém à disposição para os esclarecimentos necessários” ao Congresso.
Ideli foi convocada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. A audiência ainda não tem data. Os deputados querem explicações sobre a compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, que foi controlado pela ministra no início do ano passado.
Ela está superconfiante, porque o contrato das lanchas, no entanto, não foi fechado na gestão de Ideli na Pesca, mas acontece que empresa que participou da venda revelou que um diretor do Ministério pediu doação de R$ 150 mil para o PT em Santa Catarina em 2010. E mais de 80% da campanha de Ideli ao governo do Estado foi financiada pelo comitê financeiro do PT, que recebeu a doação. Mas a nota oficial afirma ainda que a ministra não tem relação com a empresa e que sua “campanha ao governo de Santa Catarina não foi beneficiada com doações da Intech Boating”.
E acrescenta a nota: “Nos cinco meses em que a ministra esteve à frente do Ministério da Pesca, não assinou e não firmou nenhum novo contrato ou convênio. Devido aos deveres intrínsecos ao cargo, executou os contratos e convênios sobre os quais não recaíam quaisquer vetos dos órgãos fiscalizadores.”
EXPLICAR O INEXPLICÁVEL
A ministra Ideli Salvatti não devia estar tão confiante. Embora não fosse ministra da Pesca na época do contrato, agora ela representa oficialmente o governo e terá de explicar por que seu antecessor comprou lanchas inúteis, que o Ministério da Pesca nem tem com utilizar e acabou doando à Marinha.
Terá de explicar também por que o Tribunal de Contas da União apontou superfaturamento e direcionamento da licitação para fornecer as lanchas no valor de R$ 31 milhões ao ministério.
Vai ser engraçado ver a ministra tentando explicar o inexplicável…
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