Inevitável – 85% das pessoas tem de lidar com conflitos em sua vida profissional. Então, já que evitá-los é utopia, precisamos mudar a forma de encará-los a fim de que se tornem algo proveitoso. Caso isso seja difícil
para você, olhe para trás e analise se a partir de desentendimentos ou divergência de opiniões não surgiram novas ideias, maior confiança, processos de inovação ou melhores decisões. O desafio é fazer com que as pessoas aceitem a existência do confronto como parte integrante do ambiente de trabalho, e não como um desentendimento pessoal.
para você, olhe para trás e analise se a partir de desentendimentos ou divergência de opiniões não surgiram novas ideias, maior confiança, processos de inovação ou melhores decisões. O desafio é fazer com que as pessoas aceitem a existência do confronto como parte integrante do ambiente de trabalho, e não como um desentendimento pessoal.
O grande problema é que hoje são poucos os indivíduos realmente capacitados para gerenciar conflitos nas organizações. A maioria resolve do seu próprio jeito e, com isso, algumas pessoas se saem bem e outras não. Os benefícios da boa administração são a criatividade mais destacada e competitividade, o que, consequentemente, resulta em maior produtividade. Já os conflitos mal resolvidos trazem divergências acentuadas, desavenças pessoais, dispersão de forças e desvio dos objetivos.
Origem – Quando questionados sobre o que consideram ser a principal causa de conflitos, os funcionários responderam que a personalidade tem um papel crítico na questão, divergências de personalidade e egos são a principal causa de desentendimentos no ambiente de trabalho. O estresse e pressões da carga de trabalho também são grandes responsáveis por conflitos.
Principais causas de conflito nas empresas:
- Diferenças de personalidade e/ou conflito de egos
- Estresse
- Grande carga de trabalho ou recursos inadequados
- Liderança ineficaz vinda do topo da organização
- Falta de honestidade e abertura
Várias das causas estão ligadas, ironicamente, àquela que é uma das principais ferramentas na solução de conflitos: a comunicação. Ações falhas e mensagens subentendidas têm levado muitas equipes a um processo de deterioração do relacionamento.
Warren Buffett, apontado pela revista Forbes como o homem mais rico do mundo, declarou que 80% dos problemas em suas companhias ocorriam por falhas na comunicação, até que ações preventivas e corretivas foram implantadas.
Consequências – Conflitos mal gerenciados trazem inúmeros custos para a empresa, até mesmo com perda de clientes e bons funcionários. Outro custo comprovado é o tempo gasto para resolver problemas, gerenciar desentendimentos e apaziguar ânimos acalorados. Sem contar que emoções acentuadas têm reflexo direto no nível de engajamento dos colaboradores.
Resultados negativos do conflito no ambiente de trabalho:
- Ataques e/ou ofensas pessoais
- Doença e/ou faltas
- Conflitos entre departamentos
- Bullying*
- Pessoas que deixaram a organização
*Termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados com o objetivo de intimidar ou agredir alguém incapaz de se defender.
Controle – Um conflito administrado de forma inadequada representa perda de produtividade, autoestima e eficácia operacional, a não ser que o líder faça sua parte para mediar a situação, mostrando que as divergências podem ser construtivas. Mas isso só acontece se ele e os envolvidos tiverem uma competência fundamental para administrar as emoções sem perder o controle da razão: a Inteligência Emocional. Se bem alinhadas, a razão e emoção facilitam a administração do conflito, permitindo flexibilidade, empatia, capacidade de negociação, de ouvir o outro e abrir mão de sua ideia como sendo a única.
No entanto, não basta ser emocionalmente inteligente se líder e equipe não estiverem inseridos num ambiente de confiança, onde falar e ouvir sejam características marcantes da cultura organizacional. Isso começa com você sendo justo nas decisões e reagindo com tranquilidade as diferenças de opinião de seus colaboradores. Há empresas que lidam com a diversidade de percepções de maneira natural, em que existe até mesmo a expectativa de que as pessoas expressem suas diferentes opiniões. Isso é muito comum nas organizações americanas. Por outro lado, companhias de cultura mais autocrática e relacional tendem a evitar o conflito, especialmente com quem tem mais poder.
Sentimentos causados pelo conflito:
- Desmotivado, pois o conflito desvia minha atenção
- Nada, estou acostumado
- Com raiva e frustrado
- Confiante, pois os problemas foram trazidos à tona
- Nervoso, com dores de estômago
- Com insônia e estressado
- Estimulado, foi uma chance de provar meu valor
- Energizado, é o tempero da vida
O lado positivo – Compreender as diferenças individuais é um passo importante para lidar melhor com conflitos. Para isso, é preciso se conscientizar da diversidade, entendendo que o que falta em você pode estar no outro e vice-versa, a fim de que as divergências possam gerar novas ideias, percepções e oportunidades de melhoria. É importante perceber que as pessoas são diferentes e, ao discordarem, não estão procurando briga ou querendo magoar. Simplesmente, têm percepções, expectativas, crenças e valores diferentes.
Resultados positivos gerados pelo conflito no trabalho:
- Melhor compreensão dos outros
- Relações de trabalho mais saudáveis
- Solução para um problema ou desafio
- Melhor desempenho da equipe
- Aumento da motivação
- Inovação importante e/ou nascimento de uma ideia
O lado negativo – Claro que, às vezes, a situação fugirá do controle e os conflitos da equipe poderão resultar em ressentimentos, sensação de derrota e ambiente de trabalho pesado. Quando isso acontecer, o líder deverá ouvir todos os envolvidos a fim de resolver o desentendimento de forma que ninguém se sinta prejudicado.
Nesse caso, uma boa alternativa é propor atividades ou jogos que facilitem a reflexão da atuação individual em conflitos negativos, possibilitando ao grupo desenvolver um plano de ação construtivo. O líder deve criar situações que ensinem aos colaboradores a hora de ceder para não se desgastar física e emocionalmente, procurar pontos positivos nas relações e envolvimentos, ajudar a desenvolver confiança em si e nos outros, buscar entender outros pontos de vista e aceitar as mudanças, minimizando o medo dos erros.
Conflito saudável – Você sabia que existem companhias que estimulam o confronto entre seus funcionários com o objetivo de aumentar a produtividade e inovação? Por mais estranho que possa parecer, colocar os profissionais em constantes desafios acirra os ânimos, incentiva a competitividade e proporciona chances de se tornarem criativos.
Mas cuidado! Esse procedimento pode ser fatal para aqueles que não se adaptaram a tais mudanças. Eles ficarão para trás e buscarão novas áreas. O mundo corporativo é muito competitivo e predatório. Não há mais lugar para indivíduos que, com a menor pressão, perdem o rumo.
Por exemplo: pense numa reunião de planejamento estratégico em que cada colaborador expõe ideias diferentes para alcançar determinado resultado. Pode-se criar um clima de maior tensão, mas com foco na ideia para melhor atender a empresa, não definindo posturas de acusado e acusador. Agora, imagine a mesma reunião de planejamento, porém com alguns participantes sentindo-se ofendidos por não serem ouvidos e valorizados. Nesse caso, a discussão não é mais pela ideia, e sim por competição entre os membros da reunião.
Embora o conflito de ideias e questionamentos sobre trabalho e processos evitem a estagnação, estimulem a criatividade e iniciem processos de mudanças, atenção para não confundi-lo com falhas de comunicação. Quando as pessoas divergem totalmente sobre os objetivos, métodos e procedimentos ou não recebem informações suficientes, ocorrem os chamados conflitos disfuncionais, que atrapalham o desempenho do grupo gerando ansiedade, erros, retrabalho e fortes tensões.
Dicas para o líder administrar o conflito no trabalho com mais eficácia:
- Assuma o papel de mediador quando surgir discussões.
- Converse, informalmente, com cada pessoa que você gerencia.
- Esclareça às áreas de responsabilidade o que se espera da situação.
- Forneça aconselhamento para os funcionários em conflito.
- Identifique e resolva tensões subjacentes antes que as coisas deem errado.
- Lidere com mais firmeza os indivíduos nocivos que geram situações desagradáveis.
- Não permita que os egos interfiram na situação.
- Promova mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Seja um modelo de comportamentos adequados.
- Traga à tona o assunto que possivelmente irá gerar conflito.
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