domingo, 20 de agosto de 2017

Lava Jato, Lava Voto e Lava Toga

Posted: 19 Aug 2017 06:16 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Estado-Ladrão do Brasil, se ainda não faliu, já se desmoralizou e precisa sofrer uma mudança estrutural. A maior dificuldade para a transformação é a falta de caráter da maioria de um povo histórica e culturalmente moldado para ser escravizado por uma zelite canalha e corrupta. O andar de cima não tem visão patriótica. Sua mentalidade é rentista, escravagista e improdutiva. Acostumou-se a enriquecer, mamando nas tetas estatais, enquanto suga o que pode da “sociedade”. O curioso é que exploradores e explorados são, ao mesmo tempo, sugados e beneficiados pela máquina estatal.

Eis o triste resumo do Capimunismo selvagem brasileiro que molda o regime do Crime Institucionalizado, sob domínio do autoritário cinismo sistêmico. A bandidagem organizada dita as regras de uma guerra de todos contra todos os poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Militar). O crime como princípio, meio e fim exerce hegemonia sobre uma sociedade sem caráter. Assim, todos sobrevivemos em simbiose com o ente fictício chamado Estado. Novamente, a contradição entre exploradores e explorados serve de enredo para o conflito institucional que tende a uma ruptura (ou que, segundo alguns analistas, já se rompeu, se corrompeu e se desmoralizou).

Atingimos, no momento, um ponto de alta tesão na guerra de todos contra todos. O fenômeno é visível. O Efeito Mensalão evoluiu para o Efeito Lava Jato e agora tende a chegar ao Efeito Lava Voto (termo empregado pelo partido Rede), com grande chance de agravar o Efeito Lava Toga.  Executivo e Legislativo – há muito desmoralizados – agora se defrontam com um Judiciário (ou Judasciário) em perigoso processo de desmoralização e em batalha aberta com o Ministério Público (o quarto ou quinto poder republicano).

Essa guerra particular entre magistrados e “promotores de Justiça” é o resultado previsível de um Estado-Ladrão com defeitos e vícios danosos: regramento excessivo, rigor seletivo (para punir ou perdoar quem convém aos “poderosos de plantão”) e conseqüente sensação social de impunidade e injustiça. A tragédia se agrava porque a ladroagem estatal é a causadora de várias crises (sobretudo políticas e econômicas). O mais sensível e devastador efeito da roubalheira sistêmica é a explosão de violência e consequente insegurança.


A guerra de todos contra todos não tem moderador. Os militares não querem exercer tal papel. Pelo menos, abertamente, evitam falar do assunto. O Judiciário, que poderia cumprir tal missão moderadora, se divide em três grupos: os que desejam “fazer justiça” de modo implacável, os que foram abduzidos pelo esquema do Crime Institucionalizado e aqueles que só pensam nos polpudos contracheques (agora questionados publicamente, inclusive por parte da cúpula judiciária – no Supremo Tribunal Federal e no Conselho Nacional de Justiça).

O bicho vai pegar porque os jogos são brutos. Carmem Lúcia x Salários Altos dos Magistrados. Gilmar Mendes x Ministério Público. Executivo x Legislativo. Legislativo x Judiciário. Lava Jato x políticos ladrões (e seus sócios ou vítimas empresariais). Eleitorado x Políticos. Equipe Econômica x Cidadão-contribuinte e empresas). Assistimos a embates que empatam em goleadas de covardia, pancadaria e jagunçagem. Por enquanto, apenas os Militares assistem à guerra na beira do campo destruído de várzea. O risco é perderem o campeonato por WO... Na arquibancada, o povo idiotizado e a militância radicalóide, extremista, não importa por qual ideologia torça.

No momento, o mais eletrizante é acompanhar os conflitos nos quais o Judiciário se meteu. Até porque, como bem lembra o sociólogo e advogado Sérgio Alves de Oliveira, o Judiciário brasileiro não tem independência, equilíbrio e harmonia em relação aos outros poderes (principalmente o Executivo e o Legislativo) que têm capacidade de indicar quem pode subir da primeira instância judicial para os cobiçados tribunais superiores. Os beneficiados por políticos e governantes enfrentam o dilema de julgar seus “padrinhos”. Quando perdoam, são acusados de conivência. Quando condenam, são tachados de traidores por quem lhes promoveu aos olimpos dos Palácios de Justiça.

Bacana é ver um País sendo passado a limpo, mesmo contra a vontade da grande canalhada de corruptos ou covardes. Lava Jato, Lava Voto e Lava Toga são fenômenos irreversíveis. A guerra de todos contra todos vai gerar e consolidar as pré-condições para a inevitável Intervenção Institucional – que não vai acontecer via “golpe militar”, mas sim por imposição direta de um povo que não aguantará mais ser explorado ou vitimado pela máquina estatal que tritura gente e dinheiro público.

Quem não terminar impedido, pode acabar detido... E haja Dart Vader para mandar soltar... Haja Dodge Dart para pedir para arquivar... E haja Moro ou Bretão para mandar bandido para a prisão... Mas se a Carmem cortar o salário da toga, os deuses vão se rebelar no inferno... A Maju já éstá pronta para anunciar o furacão e o tsunami no Jornal Nacional da Rede Globo...

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