(E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“A forma de governo mais adequada ao artista é a ausência de governo. Autoridade sobre ele e a sua arte é algo de ridículo” (Oscar Wilde)
Vieram de um antigo templo budista japonês esses bibelôs dos três macaquinhos lado a lado, um com as duas mãos na boca, outro cobrindo os olhos e o terceiro tapando os ouvidos. No Japão as imagens dos três macacos esculpidas em pedra representam uma lição de Buda, que ensinou as regras da alienação, não fale, não veja e não escute.
A fuga da realidade é uma das regras da meditação, mas é também uma prática usada pelos pelegos fingindo falta de consciência para a realidade a fim de esconder as suas desonestidades.
Os oportunistas e carreiristas chegam ao poder simulando qualidades que não possuem, como o vate do verso de Fernando Pessoa no seu poema “Autopsicografia” reconhecendo que “O poeta é um fingidor/ (que) finge tão completamente”. Há os fingidores também na política, na sociedade e nas artes…
Temos disso o exemplo mais do que perfeito com Lula repetindo como um mantra que não viu, não ouviu e não sabia dos atos corruptos dos seus partidários que ele mesmo comandou. A pelegagem é indefensável e desprezível posando de novos ricos…
Também os artistas se dividem entre os fingidores do bem, que usam este dom para incorporar personagens, e os fingidores do mal, que simulam patriotismo para amparar uma facção política. Chega-me à lembrança uma célebre polêmica em que Millôr Fernandes disse a Chico Buarque: “Desconfio do idealista que lucra com o seu ideal!”
Há artistas – alguns entre aspas – que dissimulam o comportamento em troca de favores. Os outros, compromissados com o seu ofício, resistem em vender o seu talento.
Ainda está vivo na memória o afaire que envolveu a atriz Regina Duarte, a – “Namoradinha do Brasil” – que sofreu horrores do terrorismo lulo-petista por expressar sua opinião numa campanha eleitoral. Pagou alto preço, mas não mudou de opinião, que hoje se vê ter sido a verdade nua e crua.
Nos tempos românticos do grande poeta Castro Alves, os estudantes pernambucanos liderados por ele desatrelaram os cavalos do coche que conduzia a atriz portuguesa Eugênia Câmara, e eles próprios se atrelaram nos varais para conduzi-la. Eu faria o mesmo para transportar Regina.
Não citarei nomes, que são muitos, de artistas patriotas que defendem o Brasil vendo a realidade e se pronunciando pelo afastamento da incompetente e leniente com a corrupção presidente Dilma. Também omitirei os que se vêem escravizados aos pixulecos sem pensar no futuro do país.
Prefiro contar a piada (que me foi trazida por um seguidor do Blog) de uma artistinha que entrou de gaiata no arrastão dos bolsistas rouanet, e deu uma entrevista a uma revista de fofoca dizendo sorridente que era esquizofrênica… Acho que foi por solidariedade que quis se igualar a Dilma.
Tudo bem, o direito de manifestação é assegurado pela Constituição e eu o respeito muito; mas o sorriso, se não foi por fingimento, deveria dar lugar à tristeza, pois a esquizofrenia – palavra que vem do grego – “skizo”, separa, e “fren”, pensamento, é um tipo de loucura produzido pela desintegração da personalidade…
Faz pouco tempo, outro artista protestou por ter sido confundido como um garçom; considerou o fato racismo, por ser negro; o que considero absurdo, porque a profissão de garçom (que deve angariar respeito) é exercida por gente de todas as cores e origens.
São exemplos hilários, mas tal idiotia pode ser curada com ajuda médica. Doentes incuráveis são os artistas defensores da corrupção sem ir onde o povo está, sem ver a destruição da Petrobras pelo roubo, e sem protestar pelos desmandos na Diplomacia, na Educação e na Saúde.
Triste é que, arrastados por esses exemplos, os desdobramentos de personalidade se multiplicam: Do alto de apartamentos de cobertura (alguns triplex parecidos com aquele que não é de Lula) moram falsos socialistas que defendem o narco-populismo do PT e o mandato fracassado de Dilma…
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