terça-feira, 16 de junho de 2015

O PT PRECISA APRENDER A SE CALAR - PEDRO LUIZ RODRIGUES

No momento delicado em que vive o País,  quando uma nova equipe econômica tenta reparar o enorme estrago produzido pela incompetência da anterior, o PT, que deveria apoiar incondicionalmente o Governo, só trata de atrapalhá-lo.

É lamentável que o  presidente do partido,  o deputado estadual (por São Paulo) Rui  Falcão, não tenha aprendido lição importante nos anos em que foi chefe de redação da revista de negócios Exame:  para dar certo, as decisões na área econômica devem ser previamente acertadas com as partes envolvidas.
É que Falcão - talvez entusiasmado pelo clamor de seus correligionários , na reunião da semana passada em Salvador - defendeu a volta da da CPMF como forma de aumentar a arrecadação federal.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, que não consegue resolver os problemas mais elementares de sua própria pasta, também resolveu se meter onde não era chamado, e assegurou também a seus colegas petistas que uma nova CPMF estaria a caminho.
Perderam, ambos, excelente oportunidade de ficar calados, pois  foram irresponsavelmente dar pitacos em área na qual não têm competência nem autoridade para fazê-lo.
Todos sabem que quem de fato manda na área econômica, é o ministro Joaquim Levy, que se viu obrigado a desautorizá-los de imediato, eassegurando à opinião pública que o governo não trabalha com a hipótese de resuscitar a CPMF.
Mas não foi só o Ministro da Fazenda que se encarregou de desmentir as invencionices de Falcão e Chioro. O governo, percebendo os efeitos danosos das declarações dos dois petistas,  teve de mandar seu próprio líder na Câmara,  o deputado José Guimarães, se posicionar contra a ideia estapafúrdia de seus colegas, na mesma reunião.
Mais tarde, o Ministério da Saúde viu-se obrigado a desmentir as declarações de seu próprio ministro, e informar ao público de que  “não há, no âmbito do governo federal  nenhuma discussão em curso sobre o tema”. 
Antes de ficarem propondo iniciativas para aumentar a tributação,  os líderes do PT fariam melhor se começassem a se preocupar sobre como melhorar o desempenho de seus gestores, tornando-os mais eficientes e elevando seu nível de competência.
Deveriam todos ter também uma aula sobre a importância da credibilidade na esfera da atuação pública. Esse tipo de desencontro de informações sobre a CMPF é apenas um pequeno exemplo do desacerto de posições no PT, onde cada um fala o que quer, sem nenhum compromisso com a realidade ou com a verdade.
No mundo das coisas sérias, declarações irresponsáveis podem trazer danos irreparáveis.

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