Clima de mais puro terror instalou-se no meio político do Paraná. O publicitário Ricardo Hoffmann que, graças às suas “boas relações políticas”, tornou-se “dono” de algumas das maiores contas publicitárias do governo federal, entre elas a da Caixa Econômica Federal e a do Ministério da Saúde, não suportou a pressão do cárcere e decidiu aderir à delação premiada. Hoffmann é gaúcho, mas fez carreira no Paraná, onde se relacionou de forma muito próxima com alguns dos políticos mais importantes do estado. É primo da senadora petista Gleisi Hoffmann (apontada pelo Ministério Público como receptora de R$ 1 milhão em recursos de caixa 2), foi uma espécie de sócio informal do ex-deputado André Vargas (ex-PT), preso na esteira da Operação Lava-Jato por associação com o doleiro Alberto Youssef, com o objetivo de praticar crimes variados contra o erário. Ricardo Hoffmann também foi comandante de duas campanhas vitoriosas do senador Roberto Requião ao governo do Paraná e, segundo comenta-se, mandava e desmandava no governo do peemedebista. Ricardo Hoffmann foi preso sob a acusação de usar fornecedores da agência da qual era vice-presidente em Brasília, a Borghi Lowe, para fazer repasses de R$ 3,17 milhões para uma empresa controlada por André Vargas, que deixou o PT no ano passado e está órfão de partido. Vargas tinha influência no Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal (CEF), segundo os investigadores da Operação Lava Jato, e recebeu o suborno por ter ajudado a agência a conquistar as duas contas. O deputado também está preso em Curitiba desde o dia 10. Procuradores e delegados da Polícia Federal que atuam na operação suspeitam que o esquema encontrado nesses dois órgãos, no qual produtoras de publicidade faziam o repasse do suborno a mando da agência, seja comum em outros órgãos públicos. Entre as empresas que fizeram pagamentos a Vargas por ordem do publicitário, estão produtoras conhecidas como a 02 Filmes Publicitários, que tem como sócio o diretor Fernando Meirelles, de “Cidade de Deus”, e a Conspiração, que produziu o filme “2 Filhos de Francisco”. Com expectativas no mínimo fatídicas, o PT do Paraná acompanha à distância a decisão de Ricardo Hoffmann de fazer delação premiada. O partido saiu devastado das eleições de 2014 e poderá ter sua bancada reduzida a praticamente zero quando as investigações terminarem. André Vargas, que foi coordenador das campanhas de Gleisi Hoffmann, também financiou a eleição de todos os deputados do PT do Paraná. A delação que está para ser selada pelo publicitário pode ter consequências imprevisíveis para Gleisi Hoffman e para o senador Roberto Requião, que até então vinha surfando nas ondas lamacentas do escândalo do Petrolão. Requião corre o risco de ter sua relação com Ricardo Hoffmann esmiuçada durante o desenrolar da delação premiada, o que está sendo considerado como uma bomba de efeito retardado. (Ucho.Info)
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