quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MENTIRAS QUE VIRAM VERDADES, VERDADES QUE VIRAM MENTIRAS… E AÍ? VAI FICAR ASSIM?


ZéMaria, o Engenheiro


Leandro escreveu uma bela síntese deste governo que não é governo, em que quem manda é um partido que não é partido (quando muito, uma horda) e quem devia mandar passeia pelo mundo.  Não vou colocar o nome do autor, por não ter pedido licença para enviar o texto para o blog. Se gostarem e acharem que merece um convite para escrever regularmente, publiquem. Ele entenderá como um convite.

Escrito por Leandro LTfoda-se a lei


Mentiras que viram verdades, verdades que viram mentiras… A aí? Vai ficar assim?

Você já tentou discutir com um petista? Então você sabe do que estou falando. Como se vê todos os dias pelo noticiário, o PT não aceita a contestação. E os petistas não sabem conviver com o “contraditório”. Em suas fileiras, apenas discípulos fanáticos. Ou se é um militante cego ou se é considerado um inimigo da seita. Sua guerra também é santa; e eles têm até o seu messias…

Fiz este “manual” para mostrar que petistas não discutem, apenas mimetizam a discussão. Logo, se você entrar numa “discussão” com eles, e tiver lido este texto, já sabe o que vai encontrar…

“Mentira virando verdade” – Vimos isso durante a campanha eleitoral. Era mentira, por exemplo, que a inflação estava “controlada” – mas a informação foi veiculada como verdade, e até repetida, pela presidente, durante os debates. Finda a eleição, qual foi uma das primeiras medidas tomadas? O aumento dos juros – para controlar a inflação.

“Verdade virando mentira” – Do mesmo modo, era verdade aquela informação, na matéria de capa da Veja, de que Dilma e Lula “sabiam de tudo”. Exemplares da revista foram apreendidos, a sede da editora Abril foi vandalizada e a presidente, inclusive, veio a público “desmentir” a reportagem… Acontece que a própria Folha repercutiu a informação contida em Veja. O Globo a colocou inicialmente em dúvida; mas depois voltou atrás. E o Estadão, recentemente, emplacou o seguinte editorial: “Lula e Dilma sempre souberam“. Ou seja, era verdade.

“Bandidos virando heróis” – Essa prática se consagrou durante o julgamento do mensalão, em 2012. Primeiro, tentaram caracterizar o Supremo como um “tribunal de exceção”. Depois, insistiam que era um julgamento “político” (e, não, técnico). E, por fim, como os heróis da resistência à ditadura militar foram mesmo condenados, pelo STF, a saída foi convertê-los em mártires ou *heróis da pátria*. Eram *criminosos*. Nunca deixaram de sê-lo. Pelo menos, para quem acredita nas leis brasileiras e respeita as decisões da Justiça…

“Heróis virando bandidos” – Assim como Joaquim Barbosa presidiu exemplarmente o Supremo, durante o julgamento do mensalão, a operação Lava-Jato tem sido um marco – na desmontagem de um “esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas”… Pois, bem: o ministro da Justiça, do governo Dilma, anunciou que vai “investigar” os delegados que atuam na Lava-Jato – simplesmente porque, durante as eleições, eles manifestaram, em privado, suas preferências políticas (em favor do candidato da oposição). Heróis tratados como bandidos.

“Fora-da-lei virando dentro da lei” – Antes, falávamos de julgamentos e de investigações. Agora, trata-se de legislar em causa própria. Estamos falando da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Por essa lei, o governo federal, assim como os estados e municípios, está obrigado a cumprir uma meta de superávit fiscal. Como não vai conseguir cumprir, pela primeira vez desde que a lei foi criada (no ano 2000), o governo federal quer alterar a LDO – a seu favor, claro. Ou seja: o governo pede a aprovação, do Congresso Nacional, para transformar uma infração em lei – o que é ilegal (descumprir a LDO) passará a ser legal (graças ao que, eufemisticamente, chamam de “revisão” na meta…).

“Ditadura virando democracia” – Quem acha exagerado o uso de termos como “bolivarianismo” e “venezualização”, aplicados ao presente momento do Brasil, deveria ler o documento “Resolução Política” – oficial do PT – e prestar atenção ao uso do termo “hegemonia”… Na Venezuela e em outras repúblicas bolivarianas da América Latina, a “hegemonia” tem sido alcançada através da *democracia*. Hegemonia nada mais é que controle do Executivo, do Parlamento, das polícias, da Justiça e dos meios de comunicação. Quando forem ver, a democracia se transformou. em *ditadura*.

“Democracia virando ditadura” – E estamos assistindo a dezenas de manifestações pacíficas, em todo o Brasil, serem tachadas de “golpistas”. Quando são manifestações “a favor” do governo – mesmo que defendam a “cubanização” do nosso País – são consideradas “democráticas”. Já quando são contrárias a um governo que flerta com o autoritarismo, ou contrárias a um partido com ambições totalitárias, as manifestações são consideradas antidemocráticas…

Desde o ministro da Fazenda, demitido há meses, que faz previsões sobre a política econômica… em 2015 (!). Desde a candidata que prometeu “mais mudanças”, e, reeleita, entrega… “mais do mesmo”. E, ao se ver cada vez mais enredada em escândalos de corrupção, diz que ela própria mandou investigar (a si e aos seus?). Ou um governo que fala em “diálogo” – no discurso da vitória -, mas revela-se cada vez mais afeito ao “monólogo” (segundo sua ministra da Cultura demissionária)…

Enfim, uma gente que projeta seus defeitos nos “outros”. Ataca quando deveria procurar se defender. Acusa outros governos, onde avanços institucionais foram históricos, de “retrocesso”. E chama de “progressista” a vanguarda do atraso na América Latina…

Delírios desse tipo – a História mostrou – nunca acabaram bem. Fernando Collor isolou-se do mundo em seu gabinete. Defenestrado, pegou o avião – todos se lembram da cena – como se nada tivesse acontecido. Vargas – sem saída – acabou com a própria vida (“para entrar na história”). Jânio acusou as “forças ocultas”.

Será que teremos mais um golpe?

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