Fui criança, indo por um carreiro,
a caminho do mar, mão na outra mão,
entre árvores, pedras, insectos e aves.
moda a Natureza me coube nas pupilas,
mestra de sentimentos , e eu discípula.
E se fechava os olhos, ela punia-me
com o silêncio cruel das ondas,
a mudez imerecida dos insectos,
e a distância das aves que doía.
Se os abria, tudo me rodeava,
apaziguado e meu,
mas a mão que me trazia a mão
puxava-me para a luz de cada dia.
a caminho do mar, mão na outra mão,
entre árvores, pedras, insectos e aves.
moda a Natureza me coube nas pupilas,
mestra de sentimentos , e eu discípula.
E se fechava os olhos, ela punia-me
com o silêncio cruel das ondas,
a mudez imerecida dos insectos,
e a distância das aves que doía.
Se os abria, tudo me rodeava,
apaziguado e meu,
mas a mão que me trazia a mão
puxava-me para a luz de cada dia.
Fiama Hasse Pais Brandão (Lisboa, Portugal, 15 de agosto de 1938 - Lisboa, 19 de janeiro de 2007) - Além de poeta, foi tradutora, dramaturga e ensaísta portuguesa. Recebeu o Prêmio Adolfo Casais Monteiro com seu primeiro livro Em Cada Pedra Um Vôo Imóvel (1957). Tornou-se conhecida através da revista/movimento Poesia 61. Traduziu obras de grandes autores de diversas línguas como Brecht, Artaud e Tchekov.
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