Gabriela Antunes
Por três anos, a designer gráfica brasileira Anna Mendes percorreu as ruas de Buenos Aires, fez cursos de arquitetura sobre a capital e todos os tours que poderia, mudou de endereço quinze vezes, tudo no intuito de conhecer melhor a cidade. Teve certeza de algo que já sabia: Buenos Aires é mesmo uma “cidade encantadora”.
Deste amor nasceu “Buenos Aires Guia Práctica”, lançado pela editora La Luminosa na Feira de Livros de Autor da cidade neste mês. Trata-se de um guia meticuloso e que traz mais de 200 dicas, divididas em 13 bairros, com sugestões de lugares para comer, beber, comprar, passear e ver a capital com os olhos da viajante Anna Mendes.
Anna não é a única estrangeira a destrinchar Buenos Aires para o mundo. A capital argentina é material para diversos guias escritos por pessoas que vieram, ficaram e resolveram registrar suas experiências.
E os guias elaborados por estrangeiros vêm se tornando uma febre nos últimos anos, como é o caso do “Guia Buenos Aires para Brasileiros”, um best seller feito na medida para os compatriotas pelas jornalistas Claudia Trevisan e Marcia Carmo.
Também a alemã Sieglinde Oehrlein, que veio morar na capital portenha acompanhando o marido, se envolveu fortemente com a cidade e escreveu o que é hoje uma das melhores referências culturais, o “Guia Cultural de Buenos Aires”.
Com uma livraria para cada seis mil habitantes, a cidade é terreno fértil para os amantes da literatura. Por isso, a jornalista Adriana Marcolini dedicou-se a listar, no “50 Livrarias de Buenos Aires”, as melhores.
Cada estrangeiro no seu nicho. Foi o caso da jornalista brasileira Fernanda Paraguassu, que achou o seu: crianças. Fernanda usou sua experiência como mãe para dar as melhores dicas de programas com a turminha no “Buenos Aires com Crianças”.
“Próxima parada Buenos Aires”. É a proposta do inglês Daniel Tunnard que, após dez anos na cidade, resolveu questionar para onde vão as 140 linhas de ônibus que a percorrem. O resultado é o guia “Colectivaizeishon”, cujo título é uma brincadeira com o nome de ônibus daqui, “colectivos”. É uma jornada épica pelo cotidiano da capital argentina.
Botecos, restaurantes e pizzarias, esses foram o alvo de outro gringo, o italiano Pietro Sorba, que escreveu verdadeiras bíblias glutonas que vão, da alta gastronomia portenha, ao pé sujo de bairro.
São tantos forasteiros que registram sua paixão por Buenos Aires que não cabem na coluna. É a mirada de fora sobre o coração da Argentina, ou o coração estrangeiro debruçado sobre uma cidade, como Anna descreveu, “encantadora”.
Buenos Aires Guia Práctica da design gráfica Anna Mendes
Gabriela G. Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e hoje é uma das editoras da versão em português do jornal Clarín.Escreve aqui todos os sábados.
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