MUDAR OU ESTOCAR PAPEL HIGIÊNICO?
Mauro Pereira
Por mais que Lula e seu rebanho tentem disfarçar, fica nítido que os números das pesquisas eleitorais apontando o derretimento de sua candidata à reeleição nas eleições presidenciais de 5 de outubro próximo levaram o desespero para dentro do universo petista.
Aturdido com a inesperada reviravolta no quadro político que até pouco tempo dava como irreversível a reeleição de Dilma Rousseff ainda no primeiro turno, o Partido dos Trabalhadores recorreu a velha prática inescrupulosa de terceirizar sua incompetência administrativa responsabilizando aqueles que não rezam de acordo com a sua cartilha pelo retumbante fracasso do seu governo.
O PT pode passar toda a eternidade desfrutando das delícias do poder, mas, ainda assim, jamais deixará de ser uma caixinha de obviedades.
Imune a frescuras como constrangimento, quando se veem acuados os petistas dão adeus à vergonha e na maior cara dura recorrem a expedientes pouco recomendáveis. E aí avolumam-se os desvarios: do alto da branquitude esplendorosa de suas lideranças denunciam a implacável perseguição da elite branca e preconceituosa, fazem o sinal da cruz ao contrário, negam Marx quantas vezes forem necessárias, celebram a promiscuidade tornando-se inimigos íntimos de amigos que odeiam fraternalmente, inventam golpes de estado, criminalizam a vítima, vitimizam o bandido. Com extrema maestria, batem a carteira e gritam pega o ladrão!
No entanto, é quando tentam se passar por vestais que jamais foram se escondendo atrás do pudor que nunca tiveram que escancaram o pouco apreço dedicado a valores como ética e moral.
O pudico e respeitador Lula, por exemplo, ficou inconsolável com o xingamento dirigido à presidente Dilma Rousseff por parte da torcida brasileira durante o jogo entre Brasil e Croácia na abertura da “Copa das Copas”. Oportunista convicto, o deus de Marta não perdeu a oportunidade para tentar reverter a situação e capitalizar algum dividendo eleitoral. Consternado com a indelicadeza daquela ingrata “brancaiada bonita e de mão descalejada” disparou: “Educação se recebe dentro de casa. Eu nunca tive coragem de faltar com respeito a um presidente da República”.
Opa!, devagar com o andor, seu doutor!, não é bem isso que a história nos conta. Todo brasileiro minimamente informado sabe que o repertório de grosserias de Lula, além de vasto também se sobressai pela diversificação.
É praticamente impossível não lembrar daquela passagem em que, furioso com o jornalista americano que o chamara de pé-de-cana, exigia sua expulsão sumária do País. Alertado pela vassalagem que o jornalista era casado com uma brasileira e, por isso, a Constituição vedava sua expulsão, reagiu no melhor estilo Lula de ser: “foda-se a Constituição!”. Isso pode. É poesia para ouvidos marilenicamentes sensíveis. Mandar Dilma ir catar caju, não! É baixaria da elite branca e raivosa.
Seu repentino respeito quase devocional a um presidente da República manifestou-se naquele episódio deprimente publicado pela imprensa em maio de 1993, se não me engano, em que ele chamou o então presidente Itamar Franco de “filho da puta”. Longe de mim enveredar pelos caminhos presunçosos do prejulgamento, mas ao aceitar como verdadeira a afirmação de Lula sustentando que educação se recebe dentro de casa, não estarei afrontando a verdade se concluir que ele foi criado em algum orfanato.
Através de sua assessoria, Itamar Franco respondeu: “gostaria de saber o que aconteceria se a situação fosse inversa, ou seja, se este indivíduo arrogante e elitista fosse o presidente da República e alguém lhe chamasse disso. O Sr. Luiz Inácio Lula da Silva me chamou de filho da puta. Minha mãe se chamava Itália Franco. Mas fosse eu efetivamente um filho da puta, certamente teria pela minha mãe o mesmo amor filial”. Qualquer outro que não Lula, com certeza se sentiria desmoralizado. Mas ele é Lula e sua divindade o desobriga da sujeição a essas amenidades.
Apavorado ante o crescente sentimento de rejeição do eleitorado e o fortalecimento de candidatos da oposição à corrida presidencial, o PT mandou a compostura às favas e tratou de acelerar seu projeto de tomada definitiva do poder antecipando a edição do nefasto e golpista decreto 8.243 instituindo o governo de partido único, escorado em uma espécie de sovietes castro-descendentes. Visivelmente desnorteados com a reação do Congresso Nacional e de parte da imprensa condenando o tal decreto, os petistas piraram de vez e, aproveitando a abrangência e a celeridade das redes sociais, publicaram uma propaganda no mínimo inusitada convidando a população para ocupar o governo.
De uma vez por todas, eu desisto da minha saga trintenária de querer compreender os desígnios da alma petista. Em junho do ano passado quando a população estava disposta a ocupar o governo, a dadivosa presidente que hoje está determinada a acolher o povo em seu colo quase maternal, convocou o Exército para impedir que a ocupação se consumasse. Freud deve estar agradecendo aos céus por não ter nascido nesses cinzentos anos de lulopetismo.
Não sei se algum dia eu vou deixar de denunciar as mistificações de Lula, a subserviência de Dilma e a delinquência do PT. Só depende deles. No entanto, quanto mais eles se alinharem para tomar de assalto o estado brasileiro, mais me convencerei ser essa missão uma obrigação moral minha para com o meu País.
Ou nas eleições de outubro nos preocupemos em escrever um futuro mais alentador do que esse que o PT prepara para o Brasil, ou, então, que comecemos a estocar papel higiênico.
Destaquei em vermelho alguns palavrões petralhas. Dentre eles, o maldito 8243. Perdoe-me a intromissão, Mauro. (Anhangüera)
Nenhum comentário:
Postar um comentário