FOLHA DE SP - 31/05
A cena se repete. Fosse num país minimamente cioso da coerência de seus políticos, quem sabe a encarássemos como "pegadinha" televisiva, ou até como alguma espécie de superstição inócua para garantir a boa sorte nas eleições.
Não. Apresenta-se como aliança real, mais uma vez, o conluio entre um candidato petista e o PP de Paulo Maluf com vistas a uma migalha de tempo no horário eleitoral.
É Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, quem repete agora o papel de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e atual prefeito da capital, na pantomima das confraternizações com o tradicional figurão da política paulista.
O beija-mão de Haddad a Maluf, nas eleições para prefeito dois anos atrás, foi patrocinado por Lula. Desta vez, o ex-presidente faltou à cerimônia, deixando aos coadjuvantes o encargo pelas declarações de maior impacto.
Padilha tomou a palavra, enaltecendo as "contribuições" que o PP tem a dar nessa aliança. Além do minuto a mais no rádio e na TV, é difícil, contudo, saber que contribuições seriam essas --para nada dizer do que será exigido em troca.
Seria, por exemplo, na área de segurança pública? A habitual truculência de Paulo Maluf no trato dessa questão foi rememorada quando o ex-governador criticou a prevalência do crime organizado nas penitenciárias estaduais.
Estas se transformaram, disse Maluf, num "escritório" de facções criminosas. A denúncia não é absurda, mas tem sua dose de exagero. Também há reuniões desse tipo fora dos presídios; mais precisamente, segundo recente notícia, na sede de uma cooperativa de transportes, com a presença de um deputado estadual petista.
Mencione-se o fato para apontar uma bizarra reviravolta política. Em outros tempos, parecia ser o PT quem sacrificava seu antigo discurso "socialista" e "anticorrupção" ao buscar apoio de Maluf.
Estranhamente, agora é o lado malufista --com sua notória perspectiva policialesca-- que, depois de "contribuir" com o governo Geraldo Alckmin (PSDB), precisa fazer vista grossa. Completa-se, assim, um círculo de cinismo, em que todos se dão as mãos.
A cena se repete. Fosse num país minimamente cioso da coerência de seus políticos, quem sabe a encarássemos como "pegadinha" televisiva, ou até como alguma espécie de superstição inócua para garantir a boa sorte nas eleições.
Não. Apresenta-se como aliança real, mais uma vez, o conluio entre um candidato petista e o PP de Paulo Maluf com vistas a uma migalha de tempo no horário eleitoral.
É Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, quem repete agora o papel de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e atual prefeito da capital, na pantomima das confraternizações com o tradicional figurão da política paulista.
O beija-mão de Haddad a Maluf, nas eleições para prefeito dois anos atrás, foi patrocinado por Lula. Desta vez, o ex-presidente faltou à cerimônia, deixando aos coadjuvantes o encargo pelas declarações de maior impacto.
Padilha tomou a palavra, enaltecendo as "contribuições" que o PP tem a dar nessa aliança. Além do minuto a mais no rádio e na TV, é difícil, contudo, saber que contribuições seriam essas --para nada dizer do que será exigido em troca.
Seria, por exemplo, na área de segurança pública? A habitual truculência de Paulo Maluf no trato dessa questão foi rememorada quando o ex-governador criticou a prevalência do crime organizado nas penitenciárias estaduais.
Estas se transformaram, disse Maluf, num "escritório" de facções criminosas. A denúncia não é absurda, mas tem sua dose de exagero. Também há reuniões desse tipo fora dos presídios; mais precisamente, segundo recente notícia, na sede de uma cooperativa de transportes, com a presença de um deputado estadual petista.
Mencione-se o fato para apontar uma bizarra reviravolta política. Em outros tempos, parecia ser o PT quem sacrificava seu antigo discurso "socialista" e "anticorrupção" ao buscar apoio de Maluf.
Estranhamente, agora é o lado malufista --com sua notória perspectiva policialesca-- que, depois de "contribuir" com o governo Geraldo Alckmin (PSDB), precisa fazer vista grossa. Completa-se, assim, um círculo de cinismo, em que todos se dão as mãos.
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