FOLHA DE SP - 28/12
Inflação em queda lenta e economia em ritmo igual ao deste ano são as conclusões pouco animadoras do último relatório trimestral de inflação de 2013 divulgado pelo Banco Central. Há, pelo menos, a expectativa positiva de que os juros parem de subir em breve.
As projeções apontam para alta de preços de 5,6% em 2014 e 5,3% em 2015. É uma convergência modesta em direção à meta de 4,5%, resultado frustrante quando se considera que a previsão de crescimento foi reduzida ainda mais, de 2,5% para 2,3% neste ano, patamar que deve se repetir em 2014.
São conhecidos os riscos inflacionários: retomada internacional, expansão de gastos públicos e necessidade de corrigir alguns preços controlados pelo governo.
Do lado externo, a diminuição dos estímulos monetários nos EUA não provocou por ora o sobressalto que se temia. Mas, caso se confirme a recuperação da economia americana, o fluxo de dólares em direção àquele país afetará o câmbio dos emergentes.
Verdade que o Banco Central tem amenizado o impacto inflacionário de um real mais desvalorizado. As intervenções no mercado cambial, entretanto, já atingem quase US$ 100 bilhões e devem prosseguir até meados de 2014, ao ritmo de US$ 200 milhões por dia.
No campo dos gastos públicos, a expectativa do BC é que tenham menor impacto nos preços em 2014 --aposta otimista, para não dizer irrealista, num ano eleitoral.
Por outro lado, o relatório afirma que o governo precisa assegurar superavit primário (economia feita para pagar juros da dívida) da ordem de 2% do PIB nos próximos anos. É o montante necessário para a dívida pública não crescer e para evitar um rebaixamento da nota de crédito do país.
Quanto aos preços administrados, estima-se que a inflação seria elevada em um ponto percentual caso o governo permitisse a correção das tarifas de energia e combustíveis --o que cedo ou tarde precisará fazer.
Cenário difícil, portanto. O Banco Central, ainda assim, prefere mencionar a influência gradual que a política monetária tem sobre a economia. O custo mais alto do dinheiro --a taxa básica, Selic, já subiu 2,75 pontos percentuais-- afeta primeiro as decisões de consumo e investimento; somente depois se reflete nos preços.
São indicações de que os juros devem estacionar no primeiro trimestre, em torno de 10,5%. Infelizmente, permanecem muito acima do padrão mundial.
Inflação em queda lenta e economia em ritmo igual ao deste ano são as conclusões pouco animadoras do último relatório trimestral de inflação de 2013 divulgado pelo Banco Central. Há, pelo menos, a expectativa positiva de que os juros parem de subir em breve.
As projeções apontam para alta de preços de 5,6% em 2014 e 5,3% em 2015. É uma convergência modesta em direção à meta de 4,5%, resultado frustrante quando se considera que a previsão de crescimento foi reduzida ainda mais, de 2,5% para 2,3% neste ano, patamar que deve se repetir em 2014.
São conhecidos os riscos inflacionários: retomada internacional, expansão de gastos públicos e necessidade de corrigir alguns preços controlados pelo governo.
Do lado externo, a diminuição dos estímulos monetários nos EUA não provocou por ora o sobressalto que se temia. Mas, caso se confirme a recuperação da economia americana, o fluxo de dólares em direção àquele país afetará o câmbio dos emergentes.
Verdade que o Banco Central tem amenizado o impacto inflacionário de um real mais desvalorizado. As intervenções no mercado cambial, entretanto, já atingem quase US$ 100 bilhões e devem prosseguir até meados de 2014, ao ritmo de US$ 200 milhões por dia.
No campo dos gastos públicos, a expectativa do BC é que tenham menor impacto nos preços em 2014 --aposta otimista, para não dizer irrealista, num ano eleitoral.
Por outro lado, o relatório afirma que o governo precisa assegurar superavit primário (economia feita para pagar juros da dívida) da ordem de 2% do PIB nos próximos anos. É o montante necessário para a dívida pública não crescer e para evitar um rebaixamento da nota de crédito do país.
Quanto aos preços administrados, estima-se que a inflação seria elevada em um ponto percentual caso o governo permitisse a correção das tarifas de energia e combustíveis --o que cedo ou tarde precisará fazer.
Cenário difícil, portanto. O Banco Central, ainda assim, prefere mencionar a influência gradual que a política monetária tem sobre a economia. O custo mais alto do dinheiro --a taxa básica, Selic, já subiu 2,75 pontos percentuais-- afeta primeiro as decisões de consumo e investimento; somente depois se reflete nos preços.
São indicações de que os juros devem estacionar no primeiro trimestre, em torno de 10,5%. Infelizmente, permanecem muito acima do padrão mundial.
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