sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Amar o que faz não garante sucesso, diz Roberto Shinyashiki


O palestrante mais disputado do Brasil explica como atingir o sucesso na carreira e diz que a frase “não me traga problemas, me traga solução” é ridícula

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Roberto Shinyashiki durante palestra
Roberto Shinyashiki: "sucesso significa ajudar o seu cliente a resolver problema, fracasso é não conseguir ajudar o cliente a resolver o problema"
São Paulo - Ele já vendeu e continua vendendo milhões de livros. Com 35 anos decarreira, Roberto Shinyashiki é um dos palestrantes brasileiros mais requisitados por empresas e órgãos públicos. Ministra cursos de formação de empresários e de palestrantes. E, como executivo, está à frente da Editora Gente.

Médico psiquiatra e terapeuta de formação, ele temMBA e doutorado em gestão de negócios pela Universidade de São Paulo (USP), especialização no Japão e já participou de seminários e convenções mundo afora. 
Mas, diz ele, não é isso que o mantém no mais alto degrau da sua carreira. “Eu não confio no meucurrículo. Confio na minha capacidade em ajudar o meu cliente a resolver o problema dele e, se me perguntar por que eu ainda estou no topo, eu digo que é por isso”, afirma.
Ao abrir as portas do seu escritório em São Paulo para EXAME.com ele falou sobre sua trajetória, as guinadas de carreira que empreendeu, sucesso, problemas e motivação profissional. Confira os principais trechos da conversa:
EXAME.com – De médico psiquiatra a um dos palestrantes mais disputados do Brasil e escritor de sucesso. Como foi essa guinada de carreira?
Roberto Shinyashiki – Estou nesse mercado de palestras há 35 anos. Sou psiquiatra, mas comecei minha carreira atendendo clientes de psicoterapia. No fim dos anos 1970, começo da década de 1980, um amigo meu, o Marco Antonio Oliveira, atendia alguns herdeiros que estavam em conflitos. Naquela época não havia essa série de especialistas na área de sucessão para fazer o trabalho de integração e de resgate da cooperação e fui levado para fazer esse trabalho. Esses herdeiros gostaram do meu trabalho e pediram para eu falar sobre temas de liderança, manejo de conflitos, formação de equipes nas suas empresas. Naquela época não existiam as palestras, essa é a história do nascimento das palestras.
EXAME.com- Você foi um dos criadores desse mercado de palestras?
Roberto Shinyashiki – Como esses herdeiros eram os donos das empresas, eles fizeram isso acontecer, porque quando o dono fala que quer... Isso virou uma coqueluche, eu ia para várias empresas, de todos os tipos, de Philip Morris a Alpargatas. E, em 1984, eu resolvi escrever meu primeiro livro, “A Carícia Essencial”, que fala da importância de a gente falar para as pessoas o que é importante, falava para o pai falar “eu te amo” para o filho, para o “chefe falar você é importante para o colaborador” e esse livro estourou. Virou texto de pós-graduação de recursos humanos, de gestão de negócios e comecei a ser convidado para fazer seminários sobre ele. Então, no fim dos anos 80 quando começou essa moda de palestra organizacional, de convenções, eu já estava no mundo das empresas.
EXAME.com – Você fala que recebeu muitas críticas durante a sua vida. Por quê?
Roberto Shinyashiki - A minha vida inteira eu fui criticado. Quando estava na faculdade de medicina, era um dos melhores alunos de cirurgia e meu professor falou que queria que eu fosse assistente dele. Se eu ficasse na cirurgia já estava com minha vida organizada, e quando você está na faculdade ter um porto seguro é algo que atrai. Deu muito trabalho falar para ele que iria para a psiquiatria, ele perguntou: por que você vai fazer isso, você é tão inteligente. Em 1975, só de eu ir para psiquiatria eu era um rebelde porque quem ia ser psiquiatra diziam que era porque não queria estudar muito. E quando fui para psiquiatria, comecei a estudar psicoterapia. Naquela época era muito forte a coisa de dar eletrochoque, dar remédio, tinha que internar, e eu fui para psicoterapia, que é conversar. Meus colegas psiquiatras diziam: “Agora você realmente resolveu “avacalhar” com tudo”.
EXAME.com- Você continuou sendo criticado?
Roberto Shinyashiki – Continuei, porque fui estudar psicoterapia de grupo. Aí meus colegas da psicoterapia individual me chamavam de charlatão. Aí lancei o livro “A Carícia Essencial”. Meus colegas psiquiatras, que esperavam um tratado de 500 páginas porque eu era muito estudioso, disseram: “pô Roberto, você escreve esse livrinho aí”. E por aí foi. Veja o que ele diz no vídeo:

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