Tostão (OTempo)
Terminei de ler o livro que gostaria de ter escrito, “O Drible”, um romance, uma ficção, do escritor Sérgio Rodrigues, que, brevemente, será lançado pela Companhia das Letras. O maior protagonista do livro é o futebol. Nas primeiras páginas, Sérgio descreve, de uma maneira espetacular, o famoso drible de Pelé no goleiro Mazurkiewicz, do Uruguai, na semifinal da Copa de 1970. Faço uma ponta no livro, pois dei o passe para Pelé fazer o quase gol mais bonito da história.
Tentei escrever um romance, com o futebol de pano de fundo. As dezenas de folhas de papel, escritas à mão, acabaram na cesta de lixo. Seria mais um livro para ser esquecido nas estantes. Discordo que exista pouca literatura sobre futebol do Brasil. Faltam excelentes livros, como “O Drible”, talvez o único grande romance brasileiro sobre o assunto. Escritores, poetas, filósofos, psicanalistas e artistas deveriam escrever mais sobre futebol. No passado, era mais comum. Por não se preocuparem tanto com os detalhes estatísticos, técnicos e táticos nem terem os vícios da linguagem futebolística, além de possuírem uma visão mais humana, teatral e literária do jogo, enriquecem a crônica esportiva.
As classificações e as viradas de Flamengo, Grêmio, Atlético-PR, Goiás e Corinthians, na Copa do Brasil, mostram a força de jogar em casa. Faltam explicações mais convincentes, científicas e psicológicas para o fato de times, diante de suas torcidas, se agigantarem e fazerem partidas heroicas, enquanto os visitantes costumam se sentir desamparados, como crianças indefesas.É frequente e antiga a história de times, como o Cruzeiro, superior ao adversário, que pode empatar por 0 a 0, que tenta “cozinhar o jogo”, em fogo baixo, e, no fim, sofre um gol e é eliminado.
Já o Atlético, mesmo no Independência, onde quem caía estava morto, não repetiu as viradas da Libertadores. São situações diferentes. Uma equipe que, antes do jogo, já tem um álibi, uma desculpa, corre grandes riscos de insucesso. É a mesma situação do Corinthians, após o título mundial. Corinthians e Atlético não se sentem pressionados. A diferença é que o Atlético só pensa no futuro, no Marrocos, enquanto o Corinthians só pensa no passado.
Flamengo e Botafogo também se classificaram por seus méritos. Mano Menezes, que cometeu erros em duas partidas anteriores, foi brilhante, ao colocar, quando o Flamengo pressionava o Cruzeiro, uma dupla de jogadores velozes, pela direita, Rafinha e Paulinho, e ao tirar o lateral. Assim saiu o gol e várias outras boas jogadas. Além de tantas explicações técnicas, táticas, psicológicas e sociológicas para os resultados, existe o importante acaso, que não torce por nenhum time.
ELIMINAÇÕES
Dizem que os torcedores do Atlético e do Cruzeiro estão felizes com a eliminação do rival. No gol do Flamengo, Leandro Guerreiro, em vez de marcar Elias, que se aproximava, correu para dentro da área, onde já estavam três defensores do Cruzeiro. Egídio não tinha nada também que avançar e marcar mais à frente, faltando poucos minutos para terminar o jogo. São detalhes que mudam a história de uma partida.
Dizem que os torcedores do Atlético e do Cruzeiro estão felizes com a eliminação do rival. No gol do Flamengo, Leandro Guerreiro, em vez de marcar Elias, que se aproximava, correu para dentro da área, onde já estavam três defensores do Cruzeiro. Egídio não tinha nada também que avançar e marcar mais à frente, faltando poucos minutos para terminar o jogo. São detalhes que mudam a história de uma partida.
Apesar da eliminação, o Atlético teve muitas chances de gol e não aproveitou. Além disso, o Botafogo é melhor do que o Newell’s Old Boys e o Olimpia. O maior problema do Atlético, desde a Libertadores, continua sendo o de sofrer muitos gols fora de casa e ter de virar o placar.
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