terça-feira, 27 de agosto de 2013

Taxa de corrupção transformou-se num fim para políticos


Pedro do Coutto
A taxa de corrupção no país, hoje em dia, ultrapassa de muito os limites de antigamente. Incrível. De meio ilícito para obter vantagens indevidas transformou-se num fim, cada vez mais aceito, mais praticado, mais incorporado à realidade as vida administrativa brasileira, portanto cada vez mais prejudicial à população e, portanto, ao próprio país.       A leitura das duas últimas edições da revista Veja e dos jornais de agosto aponta para essa conclusão inevitável. Não é só o mensalão, a roubalheira, ou a tentativa de assaltar os cofres públicos, torna-se cada vez mais intensa e presente ao noticiário. O conflito entre interesses sombrios ilumina as versões efetivamente estarrecedoras. 
Reportagem de Rodrigo Rangel na Veja que está nas bancas revela que uma empresa de telefonia acumula multas aplicadas pela ANATEL no espantoso montante de 10 bilhões de reais. E agora se empenha em, através de influência política, reduzir oitenta por cento desse total. Imaginem os leitores a soma de irregularidades e desvios praticados que deu margem à aplicação de tal montante. As multas, através da corrupção, podem ser diminuídas. Mas e os prejuízos causados que deram origem a uma cifra provavelmente recorde no setor? São irresgatáveis. É preciso pensar também com base nesse lado da questão. 
A influência ilegítima apresenta-se no campo da agricultura, na tentativa de aliciamento de magistrados, no funcionamento privilegiado de escritórios de advocacia. Na nomeação de desembargadores, para não falar na concessão de montanhas de créditos. Neste ponto cabe um destaque especial para o empresário Eike Batista que acumula dívidas astronômicas. Claro que junto ao BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, organismos estatais. Por falar em órgãos estatais, seria interessante levantar o total, pelo menos aproximado, dos compromissos não efetuados devidamente no plano dos créditos. 
PIB DA CORRUPÇÃO 
Teríamos então uma perspectiva do produto nacional bruto da corrupção. E saberíamos para que escala administrativa foram e são transferidos os resultados negativos resultantes para a economia nacional. Não são somente econômico financeiros. São também sociais. Em todos os sentidos. Faltam recursos para a realização de obras, para a melhoria dos serviços de saúde, educação, transporte. E deixam na atmosfera nacional a presença de desejos incontidos de enriquecimento ilegal e ilegítimo. A corrupção cada vez mais se incorpora ao comportamento brasileiro esse espalha por todos os setores. Passa a ser aceita como algo comum do comportamento coletivo. 
Como um objetivo de vida. Claro. Pois se governantes e políticos lançam-se a ela em busca dos mais variados lucros e formas de consegui-los, por quais motivos as pessoas simples devem se envergonhar? Como disse  no início deste artigo, a corrupção transforma-se num fim mesma a praticada por uma minoria que tem acesso aos instrumentos de acioná-la atinge em cheio a imensa maioria que trabalha e vive honestamente. Com isso, os ladrões se consagram enquanto os corretos recebem (dos corruptos) o atestado de ingênuos ou seres estranhos ao mundo real. Quem não rouba passa a ser injustamente considerado um otário ou ingênuo. O  povo paga a conta.
Aliás todas as contas lançadas no rol das multas não pagas, dos financiamentos públicos não esgotados. A conclusão, nos prazos, das obras importantes deixou de ser uma prioridade. A prioridade é a obtenção dos créditos oficiais. Resgatá-los deixou de ser importante. Fica para depois. Até que a cobrança se evapore numa nuvem que transporta o improvável para o definitivo. Os exemplos estão aí à vista de todos. Basta ler os jornais e as revistas.

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