Luiz Cordioli
Em matéria de telefonia, quanto a números, tão caros a alguns, hoje, minha conta mensal em dólares, casa e empresa, dá uns US$ 500, em média. Números caros mesmo… e são mensais e em moeda forte.
Equivalem, portanto, como quantificado acima, a meio “telefone antigo” inteiro ou, no valor maior citado aqui no Blog da Tribuna, a um décimo de “telefone antigo” ao mês. É este o “Custo Brasil telefônico privatizado” 2012. Só de tarifas.
Na melhor situação numérica, então, hoje eu pago cerca de um “telefone antigo” por ano. Só em tarifas, repito. Que se vão para alguma off-shore como as palavras, soltas ao vento…
Eu, que tenho que pagar tal conta, todavia, não acho graça alguma. Sei que estou sendo roubado com mãos de pelica.
Fosse pela regra antiga, com a grana gasta, desde a privatização em 97 até hoje, eu já teria acumulado o valor de 15 aparelhos, declarados no meu IR, formando um patrimônio de $ 75 mil dólares.
No real ? Seja no plano, seja na moeda, seja na situação de fato, contudo, hoje não tenho nada. Nada de nada. Simplesmente “falei” 15 telefones inteiros…
Quanto ao números do rfepórter Ethevaldo Siqueira e ele sendo do Estadão… não valem nada. Só servem ao patrão do momento.
Vejo a manipulação semântica dele no textículo, em três questões óbvias:
1) Se o governo tinha só 19% da Telebrás, como afirma, é porque já tinha pulverizado boa parte da empresa, por baixo dos panos, sem falar nada a ninguém. O termo ‘pulverizado’ colocado no lugar de ‘privatizado’, ademais, antecipa cheiros não muito agradáveis… Mas só quando formos investigar a fundo a privataria.
2) Se, como dono de 19% da empresa o governo gastou $ 21 bilhões antes da privatização total dos seus 19%, então…
E os outros “proprietários”, entraram com outros $ 89,53 bilhões, também antes da privatização, correspondentes à parte deles, de 81% naquele latifúndio ?
E os outros “proprietários”, entraram com outros $ 89,53 bilhões, também antes da privatização, correspondentes à parte deles, de 81% naquele latifúndio ?
3) Quantos dos $ 190 bilhões investidos pós-privatização o foram com recursos do BNDES e qual sua implicação com os títulos emitidos para tanto e a Dívida Pública atual ?
4) Porque adequado e pertinente, qual foi o faturamento do setor no período ?
Será que o Ethevaldo Siqueira teria resposta outra que não esta:
Sim, 1) o governo já havia “pulverizado” os 81% por baixo dos panos e 2) os demais “sócios” não aportaram os seus $ 89,53 bilhões. Quanto aos itens 3) e 4), os $ 190 bilhões investidos e o faturamento, ora, isto é sigilo bancário…
Sim, 1) o governo já havia “pulverizado” os 81% por baixo dos panos e 2) os demais “sócios” não aportaram os seus $ 89,53 bilhões. Quanto aos itens 3) e 4), os $ 190 bilhões investidos e o faturamento, ora, isto é sigilo bancário…
Porque esta seria a única resposta verdadeira que mostra desde o cadáver resultante, até o crime, o criminoso, o veneno e a cobra e o pau que matou a cobra… [créditos ao Vanzolini]
O número mais correto a ser analisado, portanto, é o que mostramos alguns aqui: quanto custavam antes, telefone e tarifas – contemporâneas -, e quanto custam agora. O resto é empulhação, lero-lero, me engana que eu gosto, ou outro nome que queiram dar.
Bom seria um relato adicional do Marcio Silva, para que soubessemos um pouco mais do que ocorria “por dentro” e de como se brecava a Telebrás de outros jeitos.
Sem falar que os “serviços” privatizados, hoje, estão uma droga de primeiríssima qualidade, como de resto o excelente esquema neoliberal!
Prova disto é que o próprio governo, de tanto maus serviços prestados, bloqueou oficialmente as novas vendas de produtos das teles no mês passado. Nem precisava tanto, estavam autobloqueadas, tantos e tais são os seus problemas.
Ou está tudo perfeito, como nas fábulas ?
Ou está tudo perfeito, como nas fábulas ?
Interessante observar como, a despeito de tudo, alguns babam de alegria e satisfação porque as empresas privatizadas, agora, ganham esta fortuna imoral e indevida.
Eles mesmos não ganham nada (creio), apenas vibram como simplórios torcedores de um “futebol telefônico”. Na sua lógica, entendem que estando alinhados sempre ao lado “vencedor”, e como as empresas sempre “ganham”, eles sempre “ganham”, também.
Como qualquer ingênuo torcedor, ficam felizes com a vitória “do seu time”. A audível pseudo-euforia justifica sua alegria:
“Ganhamos!”. Nada mais importa, pois.
“Ganhamos!”. Nada mais importa, pois.
Diga-se, a final, que isto, nem Freud explica. Pois resta a pergunta: quem ganhou o quê, cara-pálida?
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