quinta-feira, 26 de abril de 2012

O que a ata do Copom diz nas entrelinhas


Enviado por Valéria Maniero - 
26.04.2012
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09h00m


A esperada ata do Copom, que traz as justificativas para o corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros, foi divulgada há pouco pelo BC. Os economistas costumam ler esse documento, bastante extenso, com muita atenção para tentar identificar os próximos passos da autoridade monetária. Tentam responder à pergunta: o BC continuará cortando a Selic ou não?
E no parágrafo 35 há uma informação importante, porque a instituição fala que qualquer movimento de corte de juros adicional deve ser conduzido com "parcimônia". Parece dizer que, em caso de nova redução, ela seria mais moderada.
- Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional (leia-se corte na Selic) deve ser conduzido com parcimônia - informa a ata.
Para o economista Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, isso significa que, se o BC continuar reduzindo a Selic, o corte será menor, ou seja, não mais de 0,75 ponto, como feito nas últimas vezes. Na visão do economista, também fica aberta a possibilidade de o BC não fazer mais cortes na taxa básica de juros.
- Desde janeiro, esse parágrafo 35 traz o recado do BC. Agora, na minha opinião, indica que, havendo corte, não deve ser mais no ritmo de 0,75 ponto, mas mais "parcimonioso". E o que seria isso: 0,25 ponto ou 0,50 ponto percentual, o mercado vai se dividir. Pode indicar, portanto, desaceleração do ritmo ou a possibilidade de não haver mais cortes - diz Leal.
Ainda segundo o ata, os riscos para a inflação "permanecem limitados".

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