“A existência do elemento servil é a maior das abominações.” (Rui Barbosa)
No último domingo (18/03/12) o programa fantástico mostrou como a corrupção está arraigada na máquina pública.
A reportagem escandalizou milhões de brasileiros que aos poucos tomam conhecimento do que é feito com o dinheiro que pagam sob o pretexto de imposto.
Se os fatos mostrados causam profunda indignação, causa repulsa também ver nos telejornais importantes ocupantes de funções públicas, de todos os poderes, fingirem surpresa, senão vejamos: ...
O modus operandi mostrado pelo fantástico é o mesmo utilizado pelo mensalão do PT, descoberto em 2004 e até hoje não julgado;
Então não se pode dizer que tais ministros e parlamentares possam se surpreender, pois naquela época já estavam na política e integravam as fileiras do PT ou dos chamados partidos da base aliada (ou será alugada?);
Os órgãos de controle social (policia e MP) também não podem se surpreender, pois há bastante tempo, são protocoladas denuncias naqueles órgãos contendo inúmeras informações e as mesmas sequer são respondidas.
Aliás, a revista eletrônica Quid Novi, em artigo assinado por Mino Pedrosa intitulado O novo governador: A intervenção vermelha no df discorrendo sobre o esquema de Carlinhos Cachoeira diz que “as investigações em que aparece o GDF estão guardadas a sete chaves pelo procurador geral Roberto Gurgel.”
Ora, trata-se de uma grave denúncia contra o órgão que tem o dever de investigar e só cabe ao MP dois caminhos estreitos: ou confirma, se verdadeira a denúncia, ou desmente, se falsa, mas silenciar jamais;
A CLDF também não pode alegar desconhecimento, pois diversos pedidos de investigação do governo Agnelo foram protocoladas naquela casa (minúscula mesma) e o presidente, com o silêncio cumplicioso da maioria, arquivou todas, se recusando a cumprir sua obrigação, que é investigar, incorrendo assim, no mínimo em prevaricação;
Diante das fartas denúncias e aparente inércia dos órgãos a quem compete investigar, talvez se encontre a razão da descrença nas instituições que a cada dia se generaliza no seio da sociedade.
Raimundo Ribeiro*
*Raimundo Ribeiro é advogado
Fonte: Raimundo Ribeiro - 23/03/2012
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