segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Mercado imobiliário está de olho no envelhecimento da população

 Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 1991 o número de idosos aumentou 2,6% e hoje a quantidade de pessoas com 65 anos, ou mais, ultrapassa os 14 milhões de pessoas. “Com as mudanças nas características demográficas da população brasileira o mercado imobiliário tem que adequar constantemente”, ressalta Elizabeth dos Santos Silva Freitas, vice-presidente da Primar Administradora de Bens.

E os mais velhos vão engordar ainda mais as estatísticas, pois o IBGE afirma que a expectativa de vida dos brasileiros em 2020 será de 76,1 anos e em 2050 deve chegar a 81,3 anos. Para atender esta parcela da população o mercado imobiliário utiliza diferentes tipos de estratégia. “Levando em consideração as principais queixas dos idosos em relação à moradia, as construções passaram a ser planejadas de maneira que se adaptem as necessidades das pessoas da terceira idade e que sirvam também para outras faixas etárias”, destaca.

Entre as reclamações de quem vive a melhor idade estão à ausência de elevadores e rampas nos prédios e edificações, acessos que dificultam a entrada nos imóveis, portas estreitas – o que dificulta a movimentação de um idoso que utilize andador, bengala ou cadeira de rodas -, banheiros com poucos ou sem pontos de apoio para facilitar a hora do banho e a falta de pisos antiderrapantes. “Fechaduras sem alça, iluminação precária dos ambientes e áreas comuns que não são adaptadas para a circulação de idosos também estão entre as insatisfações”, aponta.

Os novos empreendimentos têm que se adaptar a realidade deste nicho de mercado, que além de exigente possui um nível de renda bem maior do que muitos jovens e adultos ativos economicamente. “A demanda é o que mais atraiu a atenção do mercado. Para não perder nenhum negócio há imóveis que não são feitos especialmente para os idosos, mas são construídos pensando no futuro. Ou seja, os espaços são mais amplos e com a estrutura adequada para que na velhice dos proprietários eles já estejam prontos para atendê-los”, observa.

É preciso considerar ainda as constituições familiares contemporâneas, na quais moram sob o mesmo teto gerações diferentes. “Muitos idosos moram com seus filhos, netos e até bisnetos. Em uma mesma moradia pode-se ter vários perfis, com crianças e pessoas mais velhas ao mesmo tempo. Por este motivo os projetos estão mudando de perfil e se adequando para atender a diferentes idades de apenas uma só vez. Além disso, em qualquer etapa da vida todos buscam mais conforto e segurança”, pontua.

Considerado como um público com alto potencial de compra, quem está na terceira idade também ganha alguns mimos em condomínios que estão de olho na qualidade de vida dos seus moradores mais velhos. “Muitos empreendimentos estão consolidando uma cultura de inclusão dos idosos e não apenas das crianças, jovens e adultos. Salões de festas, piscinas e outras áreas comuns ganham áreas de circulação mais amplas e acessórios que facilitam a vida dos idosos. A capacitação dos funcionários para atender melhor os mais velhos é outra estratégia utilizada”, conta.

Todas estas alterações na estrutura e a qualificação profissional voltada ao atendimento dos mais velhos têm como objetivo evitar as quedas em ambientes domésticos, prestar socorro rápido em situações de emergência e tornar o contato entre os profissionais e os idosos mais agradável. “Em geral as pessoas mais velhas gostam de atenção, gentileza e não tem tanta pressa. Por isso é fundamental que os funcionários saibam como lidar com este público, até mesmo pelas diferentes características, como o passo mais lento e o uso de cadeiras de rodas”, acrescenta.

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