Mercado imobiliário está de olho no
envelhecimento da população
Segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 1991 o número de
idosos aumentou 2,6% e hoje a quantidade de pessoas com 65 anos, ou mais,
ultrapassa os 14 milhões de pessoas. “Com as mudanças nas características
demográficas da população brasileira o mercado imobiliário tem que adequar
constantemente”, ressalta Elizabeth dos Santos Silva Freitas, vice-presidente
da Primar Administradora de Bens.
E os mais velhos vão engordar
ainda mais as estatísticas, pois o IBGE afirma que a expectativa de vida dos
brasileiros em 2020 será de 76,1 anos e em 2050 deve chegar a 81,3 anos. Para
atender esta parcela da população o mercado imobiliário utiliza diferentes
tipos de estratégia. “Levando em consideração as principais queixas dos idosos
em relação à moradia, as construções passaram a ser planejadas de maneira que
se adaptem as necessidades das pessoas da terceira idade e que sirvam também
para outras faixas etárias”, destaca.
Entre as reclamações de quem vive
a melhor idade estão à ausência de elevadores e rampas nos prédios e
edificações, acessos que dificultam a entrada nos imóveis, portas estreitas – o
que dificulta a movimentação de um idoso que utilize andador, bengala ou
cadeira de rodas -, banheiros com poucos ou sem pontos de apoio para facilitar
a hora do banho e a falta de pisos antiderrapantes. “Fechaduras sem alça,
iluminação precária dos ambientes e áreas comuns que não são adaptadas para a
circulação de idosos também estão entre as insatisfações”, aponta.
Os novos empreendimentos têm que
se adaptar a realidade deste nicho de mercado, que além de exigente possui um
nível de renda bem maior do que muitos jovens e adultos ativos economicamente.
“A demanda é o que mais atraiu a atenção do mercado. Para não perder nenhum
negócio há imóveis que não são feitos especialmente para os idosos, mas são
construídos pensando no futuro. Ou seja, os espaços são mais amplos e com a
estrutura adequada para que na velhice dos proprietários eles já estejam
prontos para atendê-los”, observa.
É preciso considerar ainda as
constituições familiares contemporâneas, na quais moram sob o mesmo teto
gerações diferentes. “Muitos idosos moram com seus filhos, netos e até
bisnetos. Em uma mesma moradia pode-se ter vários perfis, com crianças e
pessoas mais velhas ao mesmo tempo. Por este motivo os projetos estão mudando
de perfil e se adequando para atender a diferentes idades de apenas uma só vez.
Além disso, em qualquer etapa da vida todos buscam mais conforto e segurança”,
pontua.
Considerado como um público com
alto potencial de compra, quem está na terceira idade também ganha alguns mimos
em condomínios que estão de olho na qualidade de vida dos seus moradores mais
velhos. “Muitos empreendimentos estão consolidando uma cultura de inclusão dos
idosos e não apenas das crianças, jovens e adultos. Salões de festas, piscinas
e outras áreas comuns ganham áreas de circulação mais amplas e acessórios que
facilitam a vida dos idosos. A capacitação dos funcionários para atender melhor
os mais velhos é outra estratégia utilizada”, conta.
Todas estas alterações na
estrutura e a qualificação profissional voltada ao atendimento dos mais velhos
têm como objetivo evitar as quedas em ambientes domésticos, prestar socorro
rápido em situações de emergência e tornar o contato entre os profissionais e
os idosos mais agradável. “Em geral as pessoas mais velhas gostam de atenção,
gentileza e não tem tanta pressa. Por isso é fundamental que os funcionários
saibam como lidar com este público, até mesmo pelas diferentes características,
como o passo mais lento e o uso de cadeiras de rodas”, acrescenta.
FONTE: www.obra24horas.com.br
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