sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

OBSCENIDADE - by Miranda Sá


MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“O crime organizado na América rende 40 bilhões de dólares. É muito dinheiro, principalmente quando se considera que a ORCRIM não tem despesas de escritório”   (Woody Allen)
Seguindo o exemplo dos governantes petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff, a corrupção domina a maioria dos estados e municípios brasileiros, e seus agentes, nos três poderes da República, estabeleceram uma “mafiocracia”.
Isto se reflete nos andares de baixo onde o crime organizado em facções regionais se fortaleceu; e, enquanto o poder político aparelhou a máquina administrativa, os bandos criminosos dominaram o sistema presidiário pela condescendência do poder público.
Revoltas pontuais, fugas planejadas e auxiliadas por componentes do sistema prisional, denúncias de agentes públicos honestos, MPs e PF, alertaram o governo formado pelo vice-presidente eleito pelo PT, no exercício da presidência para a situação.
Entretanto, o poder público só acordou quando no Estado do Amazonas explodiu uma rebelião de extrema selvageria com mais de sessenta mortes, pessoas de coração arrancado e corpos decapitados.
Trata-se de uma guerra entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa rival da Família do Norte (FDN). O massacre se repetiu em Boa Vista, Porto Velho, São Luiz, Natal e João Pessoa.
A disputa por rotas de cocaína e contatos nos países produtores de drogas é o motivo principal para o confronto de que participa também o PCC e outros grupos menores, mas a poderosa mídia aponta apenas superlotação e administração das cadeias.
O Sistema Penitenciário Nacional é um arremedo do que poderia ser. Nos Estados Unidos, a Lei de Controle do Crime Organizado isola os líderes e chefetes. Na Inglaterra, que reconhece a existência de 38 mil traficantes em atividade, também os deixa solitários, assim como no México após a implantação da guerra ao narcotráfico. Aqui não.
Existem atualmente quatro penitenciárias federais – no Paraná, Rio Grande de Norte, em Mato Grosso do Sul e Rondônia – com capacidade para 832 presos, aguardando-se a entrega de mais uma em Brasília; todas têm vagas, mas os chefes das facções não são transferidos para elas.
Entre nós, temos tristes exemplos: No RN, onde o levante é um crime continuado, o governador covardemente “acertou” com o PCC a transferência de presos que não pertencem ao “Comando” deixando-lhe Alcaçuz à sua disposição. Revoltante!
Vergonhosamente, uma verdadeira obscenidade, é a entrega das prisões ao crime organizado. E a isso se deve a atual escalada de violência, comandada pelo PCC, o CC e o FDN. Os poucos agentes penitenciários são despreparados e em grande parte corruptos; as polícias militares, desprovidas de meios para uma reação, acovardam-se, e a Força Nacional, neste setor, não diz a que veio.
Assim surgiu a ideia de jerico de convocar as Forças Armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica para assumir o papel de “capitães do mato”.  Estas organizações militares deveriam controlar as fronteiras, reprimindo o tráfico de armas e de drogas, e não guardar prisões.
Infelizmente não há um oficial general para dar um basta nesta idiotice. E assim, o governo central, vacilante e de certa maneira leniente, vai empurrando com a barriga para o problema que já ultrapassa os limites, e chega à imprensa internacional nos envergonhando.
Se as operações criminosas abrem uma guerra, o enfrentamento deve ser bélico. Guerra é guerra e se proporcionar mortos e feridos é apenas uma consequência. Preso revoltado, vandalizando o cárcere, se matando entre si, deve ser punido sem dó nem piedade. Que se dane o “direito dos manos”…

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