segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Um mandato inédito - ELIO GASPARI


FOLHA DE SP - 27/10


Em 2002, na versão 1.0, Romanée-Conti; em 2014, na 2.0, a suíte do Copa, com direito a mordomo


Os eleitores deram ao PT um mandato inédito na história nacional. Um mesmo partido ficará no poder nacional por 16 anos sucessivos. A doutora Dilma reelegeu-se num cenário de dificuldades econômicas e políticas igualmente inéditas. Lula recebeu de Fernando Henrique Cardoso um país onde se restabelecera o valor da moeda. Ela recebe dela mesma uma economia travada. Tendo percebido o tamanho da encrenca, em setembro anunciou a substituição do ministro Guido Mantega. Por quem, não disse. Para quê, muito menos.

A dificuldade política será maior. As petrorroubalheiras devolveram o PT ao pesadelo do mensalão. Em 2005 o comissariado blindou-se e desde então fabrica teorias mistificadoras, como a do caixa dois, ou propostas diversionistas como a da necessidade de uma reforma política. Pode-se precisar de todas as reformas do mundo, mas o que resolve mesmo é a remessa dos ladrões para a cadeia. O Supremo Tribunal Federal deu esse passo, formando a bancada da Papuda. Foi a presença de Marcos Valério na prisão que levou o "amigo Paulinho" a preferir a colaboração à omertà mafiosa.

Dilma teve uma atitude dissonante em relação às condenações do mensalão. Protegeu-se sob o manto do respeito constitucional às decisões do Judiciário. No debate da TV Globo, quando Aécio Neves perguntou-lhe se achou "adequada" e pena imposta ao comissário José Dirceu, tergiversou. Poderia ter seguido na mesma linha: a decisão da Justiça não deve ser discutida. Emitiu um péssimo sinal para quem sabe que as petrorroubalheiras tomarão conta da agenda política por muito tempo.

Será muito difícil, e sobretudo arriscado, tentar jogar o que vem por aí para baixo do tapete. Ou a doutora parte para a faxina, cortando na carne, ou seu governo vai se transformar num amestrador de pulgas, de crise em crise, de vazamento em vazamento, até desembocar nas inevitáveis condenações.

O comissariado acreditou na mágica e tolerou o contubérnio do PT com o PP paranaense do deputado José Janene. A proteção dada aos mensaleiros amparou o doutor e ele patrocinou a indicação do "amigo Paulinho" para uma diretoria da Petrobras. Ligando-se ao operador Alberto Youssef, herdeiro dos contatos de Janene depois que ele morreu, juntaram-se aos petropetistas e a grandes empresas. O resultado está aí.

Em 2002, depois do debate da TV Globo, Lula foi para um restaurante do Rio e comemorou seu desempenho tomando de uma garrafa de vinho Romanée-Conti que custava R$ 9.600. A conta ficou para Duda Mendonça, o marqueteiro da ocasião. Quem achou a cena esquisita pareceu um elitista que não queria dar a um ex-metalúrgico emergente o direito de tomar vinho caro. Duda confessou que fazia suas mágicas com o ervanário do mensalão. Passaram-se doze anos e os repórteres Cleo Guimarães e Marco Grillo mostraram que, na semana passada, Lula esteve em São Gonçalo, onde disse que "a elite brasileira não queria que pobre estudasse". Seguiu da Baixada Fluminense para a avenida Atlântica e hospedou-se no Copacabana Palace, subindo para a suíte 601, de 300 metros quadrados, com direito a mordomo. Outros sete apartamentos estavam reservados para sua comitiva.

JHSF MUDA O FOCO PARA LUCRAR COM ALUGUEL DE IMÓVEIS



Em meio aos altos e baixos do mercado imobiliário no País, uma das maiores empresas do setor decidiu dar uma guinada no seu modelo de negócios. Famosa por ter erguido o complexo de luxo Cidade Jardim na capital paulista, a JHSF trabalha com incorporação de edifícios de alto padrão desde a década de 80. Foi com esse perfil que ela abriu o capital na Bolsa em 2007 e deixou de ser uma sigla totalmente desconhecida no mercado. Agora, ela tenta explicar aos investidores que deixou de fazer parte do clube das grandes incorporadoras para "viver de aluguel".

Isso significa que, em vez de comprar terrenos para construir e revender imóveis, a empresa está desenvolvendo projetos para lucrar com renda. Nessa linha, a JHSF já tem shoppings, uma participação no hotel Fasano e está construindo um aeroporto executivo internacional - a receita virá de tarifas e da locação de hangares. O próximo passo será construir apartamentos residenciais para alugar em Nova York.

A decisão de direcionar a companhia ao aluguel foi tomada no fim de 2010. De lá para cá, a JHSF deu sequência aos seus projetos de incorporação, enquanto estruturava novos ativos para alugar. Neste ano, aconteceu a virada: a empresa passou a ter como principal negócio os ativos que geram "renda recorrente", ou seja, receitas com aluguel de imóveis e participações em vendas. Nos seis primeiros meses de 2014, 58% da geração de caixa da empresa veio do aluguel de ativos, superando pela primeira vez o peso da incorporação imobiliária, que gerou 37% do volume financeiro.

Com a mudança, a JHSF quer se proteger das incertezas do negócio de incorporação e garantir um fluxo de caixa previsível no longo prazo. "Quando a empresa conclui a incorporação de um empreendimento, ela volta para a estaca zero. Com o aluguel, as receitas são de longo prazo", explica o presidente da companhia, Eduardo Camara.

A ideia é DE que o peso do aluguel seja cada vez mais relevante no resultado da JHSF. No relatório financeiro do segundo trimestre, a empresa previu receitas anuais de R$ 412,5 milhões com 15 projetos de renda em operação e desenvolvimento. Na lista estão, por exemplo, o outlet Catarina, inaugurado há uma semana em São Roque (SP), o projeto de expansão do shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e a reforma e ampliação de um edifício residencial em Nova York, que terá apartamentos de 323 metros quadrados para alugar. A projeção ainda não considera a operação do aeroporto que fará parte do complexo Catarina.

A JHSF não está estruturando projetos novos na área de incorporação. A companhia ainda tem terrenos que adquiriu no passado que devem receber lançamentos, mas ainda não há data definida para colocar os projetos no mercado. Um deles é a segunda fase do loteamento Fazenda Boa Vista, um condomínio residencial de luxo em Porto Feliz. O outro é o Reserva II, projeto para o entorno do shopping Cidade Jardim que inclui o lançamento de apartamentos residenciais de alto padrão.

"A empresa está se voltando completamente para a renda recorrente. A incorporação será um negócio pontual, para aproveitar oportunidades específicas", disse Camara.

Sozinha

O movimento da JHSF é, ao menos por enquanto, um caso isolado no mercado imobiliário brasileiro. Nenhuma das outras incorporadoras de capital aberto está construindo imóveis para alugar. O caminho escolhido pela maioria delas, diante do atual desaquecimento do mercado, foi pisar no freio e reduzir lançamentos.

Segundo o analista da Empiricus Research, Roberto Altenhofen, a JHSF é mais sensível que as demais incorporadoras ao desaquecimento do mercado imobiliário porque o resultado do braço de incorporação da empresa depende de projetos grandes e voltados para a alta renda. Diferentemente da família que compra o primeiro imóvel, o consumidor de imóveis de luxo não tem uma necessidade premente e costuma adiar a decisão de compra em momentos de incerteza.

Segundo Altenhofen, a única empresa de capital aberto que pode ser comparada à JHSF é a Multiplan. A administradora de shopping centers fez o caminho contrário, mas também mantém operações de renda e de incorporação imobiliária. A Multiplan tem na gestão de shoppings o seu carro chefe e lança alguns projetos de incorporação imobiliária pontualmente, principalmente, no entorno dos seus shoppings.

Boa parte do mercado, no entanto, ainda não percebeu a virada na estratégia da JHSF. Em reunião recente com um banco de investimentos, o presidente da companhia se surpreendeu ao perceber que os analistas ainda enxergavam a JHSF como incorporadora. "Ela não é uma incorporadora", corrigiu. "É uma desenvolvedora e administradora de ativos imobiliários." 

Fonte: O Estado de S. Paulo.

domingo, 26 de outubro de 2014

Investidores tartarugas – Conheça essa história


A mídia nos diz que os investidores médios, agora, supostamente, entendem o conceito de risco, ainda se preocupando com possibilidades e ignorando as probabilidades de atingir um nível epidêmico
Esta é a história de como simples alunos – muitos sem experiência em Wall Street – foram treinados para serem investidores milionários. Algo parecido com o show de Donald Trump, The Apprentice (O Aprendiz), jogado na vida real, com dinheiro de verdade, e contratações e demissões reais. Contudo, esses aprendizes foram jogados no fogo e desafiados a FAZER DINHEIROquase que de imediato, com milhões em jogo. Eles não estavam tentando vender sorvete nas ruas da cidade de Nova York. Eles estavam negociando ações, contratos, moedas, petróleo e dúzias de outros mercados para fazerem fortuna.
Essa história de aprendiz (investidores tartarugas) na vida real poderia não ter ocorrido se eu não tivesse aberto, por acaso, a edição de julho de 1994 da revista Financial World, que trazia o artigo “Os melhores jogadores de Wall Street”. Na capa, estava o famoso gerente de investimentos George Soros jogando xadrez. Soros conseguiu fazer US$ 1,1 bilhão em apenas um ano. O artigo listava os 100 investidores que mais ganharam dinheiro em 1993, onde eles viviam, quanto ganharam e, de modo geral, como eles conseguiram fazer fortuna. Soros era o primeiro da lista. Julian Robertson foi o segundo, com US$ 500 milhões. Bruce Kovner foi o quinto, com US$ 200 milhões. Henry Kravis, da KKR, foi o décimo primeiro, com US$56 milhões. Os famosos investidores Louis Bacon e Monroe Trout também estavam na lista.
O ranking (e os ganhadores) mostrava claramente quem eram os “Mestres do Universo” no assunto “fazer dinheiro”. Ali estavam, sem dúvidas, os melhores “jogadores”. Inesperadamente, um deles passou a viver e trabalhar a duas horas da minha casa. O vigésimo quinto na lista era R. Jerry Parker Jr., da Chesapeake Capital. Ele havia feito apenas US$ 35 milhões. Sua breve biografia o descrevia como um ex-aluno de Richard Dennis (quem?) e dizia que ele havia sido treinado para ser uma “Tartaruga” (o quê?). Parker foi descrito, em seguida, como um contador de 25 anos que frequentou a escola de Dennis em 1983 para aprender seu “SISTEMA DE RASTREAMENTO de tendências”. O artigo dizia que ele era um discípulo de Martin Zweig (quem?), que aparecia apenas em 33º na lista dos mais bem pagos daquele ano. No momento, o nome “Denis” não era nem mais nem menos importante que “Zweig”. O que importava era que aqueles dois homens tinham tornado Parker extremamente rico.

Investidores tartarugas – Conheça essa história

Eu estudei a lista intensamente, e Parker pareceu ser o único considerado “capacitado”. Para alguém como eu, procurando formas de tentar e GANHAR DINHEIRO dessa maneira, sua biografia foi imediatamente inspiradora, mesmo não me mostrando exatamente o que fazer. Aquele era um homem que se gabava de ser um produto do interior da Virgínia, amante de música country e que preferia viver o mais distante possível de Wall Street. Essa não era uma história típica de investidor – isso eu sabia. O senso comum de que a única forma de ter sucesso era trabalhando até os oitenta anos nos arranha-céus de Nova York, Londres, Hong Kong ou Dubai estava completamente errado. O escritório de Jerry Parker era absolutamente no meio de lugar nenhum, 48 quilômetros distantes de Richmond, em Manakin-Sabot, Virginia. Logo depois de ler a revista, eu viajei para conhecer o seu escritório, notando a falta de pretensão, e sentei no estacionamento pensando: “você só pode estar brincando comigo. É aqui que você faz todo aquele dinheiro?”
Uma famosa citação de Malcolm Gladwell diz que “pode haver valor tanto em um piscar de olhos quanto em meses de análise racional”. Ver o escritório de Parker foi um impulso elétrico para mim, dissipando permanentemente a importância da localização. Mas eu não sabia nada mais sobre Jerry Parker, além do que tinha na edição de 1994 da Financial World. Havia mais desses alunos? Como eles se tornaram alunos? O que lhes foi ensinado? E quem era esse Dennis, que havia ensinado a Parker e outros?
Richard Dennis foi um iconoclasta, investidor de Chicago não afiliado a um grande banco de investimento ou uma empresa da Fortune 500. Em 1983, quando ele tinha 37 anos, ele fez centenas de milhões de dólares com um investimento inicial de apenas algumas centenas. Dennis fez do seu jeito, em menos de 15 anos, sem treinamento formal ou orientação de ninguém. Ele tomou riscos calculados, alavancando suas RESERVAS de dinheiro. Se ele gostou de um negócio, ele pegou tudo que pôde. Ele viveu os mercados como um negócio de “apostas”.
Dennis simplesmente seguiu um caminho diferente. Ele evitou divulgar informações sobre seu patrimônio, embora a imprensa tenha feito muitas especulações. Talvez ele fosse discreto quanto a sua riqueza porque o que ele realmente queria era provar que aquelas suas habilidades para GANHAR DINHEIRO não eram nada especiais. Ele achava que qualquer um poderia negociar, se corretamente preparado.
Seu colega, Willian Eckhardt , discordava, e o debate entre eles resultou em uma experiência com um grupo de investidores aprendizes recrutados entre 1983 e 1984 para duas “aulas” sobre investimento. Aquele nome “Tartaruga”? Foi simplesmente o apelido que Dennis colocou em seus alunos. Ele havia estado em uma expedição em Singapura e visitou uma fazenda de criação de tartarugas. Uma grande cuba onde se aglomeravam várias tartarugas o inspirou a dizer: “nós vamos preparar investidores como Singapura prepara tartarugas”.
Depois que Dennis e Eckhardt ensinaram iniciantes como Jerry Parker a fazer milhões e a “escola” fechou, a experiência virou lenda através do boca a boca, por vários anos, apoiada por alguns fatores. A versão da National Enquirer sobre a história foi abordada em 1989 por uma manchete do jornal Wall Street: “as habilidades para ser um investidor de sucesso podem ser aprendidas? Ou são inatas, alguma espécie de sexto sentido, coisa de quem nasce com sorte?”
Desde os anos 80, muito tempo se passou, muitos podem perguntar se a história dos Tartarugas ainda tem relevância. Ela tem mais relevância que nunca. A filosofia e as regras que Dennis ensinou aos seus alunos, por exemplo, são similares às estratégias de negociação empregadas por numerosos e bilionários fundos derivativos.
A essência da história não tem sido contada a uma grande audiência até agora porque Richard Dennis não é um nome muito familiar, e porque muita coisa tem acontecido em Wall Street desde 1983. Após o fim das experiências, os personagens – tanto professores quanto “tartarugas” – seguiram caminhos distintos e uma importante experiência humana caiu no esquecimento, mesmo que o que aconteceu seja tão significante, atualmente, quanto foi naquele tempo.
Resgatando a “escola”
O esforço para encontrar a verdadeira história começou quando fui convidado para visitar a sede da Legg Mason, em Baltimore, durante a divulgação do meu primeiro livro, Trend Following. Após o almoço, eu me encontrei em uma sala de aula no último andar com Bill Miller, o administrador de US$ 18 bilhões da Legg Mason Value Trust (LMVTX). Seus resultados, nos índices de investidores, o colocaram no mesmo patamar de Warren Buffett. Miller, assim como Dennis, havia tomado extraordinários riscos calculados. Neste dia ele estava lecionando em uma sala cheia de alunos ansiosos.
Repentinamente, Miller me convidou à tribuna para falar com sua turma. As primeiras questões, no entanto, vieram do próprio Miller e de Michael Mauboussin (diretor de estratégias de investimento da Legg Mason). Eles disseram: “fale-nos sobre Richard Dennis e os Tartarugas”. No momento, eu percebi que se aqueles dois profissionais de Wall Street queriam saber mais sobre Dennis, suas experiências, e os “Tartarugas”, era claro que um público maior queria ouvir a história.
Entretanto, como alguém que não existia em 1983, eu sabia que a tarefa de contar uma história completa sobre um objetivo de vantagem, com tantos personagens e agendas concorrentes, seria um grande desafio. Pegar aqueles que viveram a experiência para contar, juntamente com alguém para concordar com tudo, foi a única maneira de tornar essa história real.
Ganhando dinheiro
Para seu prejuízo, as pessoas estão sempre avessas aos riscos na tentativa de se ganhar, mas procurando riscos para o prejuízo. Elas estão presas. Elas avaliam que os métodos dos investidores iniciantes não dão resultados. Elas fazem o que seus amigos estão fazendo. Então, a mídia repercute a história de pequenos garotos estão se dando bem no mercado de ações. Todos eles começam a “investir” escolhendo ações de “baixo” preço. Como o mercado trabalha em seu favor, a possibilidade de prejuízo nunca passa por suas cabeças (“com tanto dinheiro lá, nunca pode quebrar!”). Eles nunca veem a própria desgraça vindo, mesmo que sua bolha de mercado não seja diferente da de outros que passaram.
A mídia nos diz que os investidores médios, agora, supostamente, entendem o conceito de risco, ainda se preocupando com possibilidades e ignorando as probabilidades de atingir um nível epidêmico. As pessoas desperdiçam fortunas em negócios sem rentabilidade ou apostam baixo quando a lógica diz para dobrar tais apostas. E aí chegam ao fim de uma vida e não aprendem o jeito certo de fazer.
Richard Dennis, ao contrário das pessoas em geral, que usam seus “sentimentos” para tomar decisões, usava ferramentas matemáticas para calcular riscos e se dar bem. E o mais importante, Dennis provou que suas habilidades para FAZER DINHEIRO no mercado não eram sorte. Seus alunos, os mais novos, fizeram milhões para ele e para si mesmos.
Como o autor Steve Gabriel escreveu no Yahoo! Finance recentemente, “a experiência já foi feita, e nos mostra que todos nós podemos aprender a negociar para a vida, se quisermos”. Os Tartarugas são uma resposta à velha questão sobre natureza versus criação, a prova viva da mais famosa escola de Wall Street no quesito GANHAR DINHEIRO.
Este texto foi escrito por Por Michael Covel
Quer ler o livro na íntegra? “The Complete TurtleTrader”, de Michael Covel, está disponível na Amazon.

Dívida: Quitar consignação ou financiamento do imóvel?


em: AMORTIZAÇÃO   |  tags: Custos , Educação Financeira , Prazo   |  fonte: Exame

Internauta tem uma dívida no crédito consignado e um financiamento imobiliário e questiona qual ele deve amortizar primeiro

Amortização : Dívida: Quitar consignação ou financiamento do imóvel?
Amortização
Dúvida do internauta: Possuo duas dívidas, um consignado com prazo de cinco anos, com início em dezembro de 2013, taxa de juros de 1,20% ao mês, no valor total de 60 mil reais e parcelas de 1.417 reais. E a outra dívida é um financiamento imobiliário no valor de 231 mil reais, com parcela inicial de 2.260 reais, prazo de 35 anos e taxa de juro de 9,29% ao ano. Qual delas é mais vantajoso amortizar?
Resposta de Ronaldo Gotlib*:
Sem sombra de dúvida a amortização deve incidir sobre o financiamento imobiliário antes, por dois motivos básicos:
  • O primeiro é que ao quitar esse empréstimo você irá dispor de um patrimônio livre e desimpedido. Assim, além de usufruir livremente do imóvel, você poderá vendê-lo a qualquer momento, em caso de necessidade, ou se você de decidir comprar um novo imóvel.
  • Sem segundo lugar, o imóvel quitado poderá ainda, em caso de emergência, servir como garantia para a obtenção de um novo empréstimo.
O empréstimo consignado poderá ser quitado em uma outra oportunidade e, em caso você enfrente alguma dificuldade financeira, essa é uma modalidade de empréstimo menos agressiva e que pode ser questionada judicialmente.
*Ronaldo Gotlib é consultor financeiro e advogado especializado nas áreas de Direito do Consumidor e Direito do Devedor. Autor dos livros “Dívidas? Tô Fora! – Um Guia para você sair do sufoco”, “Testamento – Como, onde, como e por que fazer”, “Casa Própria ou Causa Própria – A verdade sobre financiamentos habitacionais”, “Guia Jurídico do Mutuário e do candidato a Mutuário”, além de ser responsável pela elaboração do Estatuto de Proteção ao Devedor e ministrar palestras sobre educação financeira.
Fonte: Exame

OBS. do Click Habitação:

Na análise do caso temos algumas considerações a fazer sobre a melhor opção a adotar relativa a sugestões de negociação do cliente junto ao Banco financiador:
1) Sempre a melhor escolha quando se faz um financiamento ou empréstimo é fazê-lo:
  • no menor prazo;
  • com o menor CET – Custo Efetivo Total;
  • com menor taxa de juros.
Veja mais:

Financiamento Habitacional – O que considerar?

2) Assim, a princípio a melhor opção para o internauta é amortizar a dívida mais “cara”.
No presente caso, nos parece claro, que se trata do empréstimo consignado e não do financiamento habitacional.
3) Ao amortizar a dívida do empréstimo consignado deve efetivá-la com a redução do prazo, se não houver dificuldade na capacidade de pagamento dos encargos mensais (parcelas)
Vantagens da redução do prazo:
  • Nessa negociação ele reduzirá significativamente o prazo do financiamento e manterá o valor do encargo mensal.
  • Aumentará o poder de amortização da prestação, em função da redução do prazo.

A opção de amortizar o financiamento habitacional somente faz sentido para quem for utilizar recursos do FGTS, dependendo do enquadramento do contrato nas condições de uso.
Com relação a argumentação do consultor financeiro lembramos que o financiamento habitacional pode ser transferido a qualquer momento sem necessidade de quitação antecipada.

Outra questão é que alguns Bancos permitem a efetivação do Refinanciamento (Home Equity) para consolidação de dívidas, inclusive do financiamento imobiliário.

PROPAGANDA PRÓ-PT


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Aí vai a única propaganda pró-petê que eu apoio:

AOS INDECISOS (PROPAGANDA PRÓ PT)

            Vamos somar pontos?

Ponto 1: Vá a um hospital do SUS. Se ficar satisfeito, vote no PT.

Ponto 2: Se você não vê problema no mensalão, petrolão, e o apoio de Maluf, Collor, Calheiros e Sarney ao Governo, vote no PT!

Ponto 3: O PT gasta 15 vezes mais com juros do que com o Bolsa Família. Se você acha isso correto, vote no PT!

Ponto 4: O crescimento do Brasil está perto de ZERO! Se acha isso bom, vote no PT!

Ponto 5: O preço da gasolina ronda os 3,5 reais o litro. Se você acha que está barato abastecer o carro, vote no  PT!

Ponto 6: O PT está há 12 anos no poder e continua prometendo somente AGORA resolver o problema da Segurança. Se você se sente seguro, podendo sair de casa à noite sem medo de ser assaltado, vote no PT!

Ponto 7: O governo investiu em Cuba, Venezuela, Bolívia e perdoou dívidas de ditadores africanos. Se você acha que  este dinheiro brasileiro está sendo bem aplicado, vote no PT!

Ponto 8: A Educação brasileira ocupa os piores lugares nas avaliações internacionais. Se você acha que a  escola  pública é boa, vote no PT!

Ponto 9: A inflação está em alta. Se você acha que o seu  salário está comprando mais mercadorias hoje que há 4 anos, vote no PT.

Ponto 10: Você trabalha 4 meses por ano para sustentar o governo e não recebe bons serviços. Se está feliz, com isso, vote no PT!

 Agora, se depois disso tudo você está indeciso e  concorda com o que está abaixo…
1- Porto no Uruguai: US$ 2,6 bilhões;
2- Perdão de dívidas de 12 países africanos: US$ 950 milhões;
3- Rombo na Petrobras e na Eletrobras: US$ 100 bilhões;
4- 39 Ministérios para cabide de emprego dos petistas: US$ 88 bilhões;

5- Metrô na Venezuela: US$ 1,5 bilhão;
6- Refinaria de petróleo na Venezuela: US$ 2,5 bilhões;
7- Copa do Mundo: mais de R$ 30 bilhões;
8- Porto de Mariel em Cuba: US$ 2,5 bilhões;
9- Hidrelétrica na Nicarágua: US$ 2,3 bilhões;

10- Prejuízos com atrasos de obras do PAC: R$ 38 bilhões  (só em 8 projetos);

 11- Prejuízo com o negócio malfeito de Pasadena: US$ 1,28  bilhão;
12- Rodovias para escoar a produção de coca na Bolívia:  US$ 333 milhões;
13- Doação em 2012, aos países africanos, Etiópia, Malawi, Moçambique, Níger e Senegal, para a compra de
alimentos produzidos na própria região, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO): US$ 2,895 bilhões;
14- Doação para compra de alimentos a países africanos, em 2012: US$ 4,670 milhões;
15- Investimento a fundo perdido, de 2005 a 2009:à primeira fábrica de medicamentos contra Aids da África, em Moçambique; fazendas experimentais de arroz no Senegal e de  algodão em Mali; projetos agropecuários, de combate ao  trabalho infantil e de capacitação de docentes para o ensino de português no Timor-leste, e a implantação de bancos de leite humano de 22 países da África: R$ 5,9  bilhões . . ..

Se concordar com tudo isso, meu amigo, você  é PT de carteirinha e só quer tirar  vantagem.

CHARGE - Pós-debate

CHARGE DO SPON

Roque Sponholz


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O EXPRESSO DO PETROLÃO

Alamir Longo


Depois do grande sucesso8

do trenzinho Mensalão,
agora chegou em Brasília
o trem-bala Petrolão
carregado de propina
e movido a corrupção.

No Planalto e no Congresso
a festa foi preparada.
A CPI chapa branca
armou circo na esplanada,
distribuiu bastante pizza
com licor de marmelada.

E foi aquele alvoroço
logo da sua chegada.
Tia Dilma reclamava
que não sabia de nada…
deu uma bronca no pessoal
por não ter sido avisada.

Paulinho, o maquinista,

encostou a composição.
O Youssef veio junto
com o poderoso chefão
para garantir sucesso
nessa espinhosa missão.

A polícia desconfiou
da carga do Petrolão.
Resolveu dar uma espiadinha
e achou dentro dum vagão
enorme carga explosiva
de estremecer a Nação..

Foi um pânico geral
com todo mundo assustado.
Ministro e parlamentar
corriam pra todo lado…
Dizem que caiu no choro
até governador de estado.

A turminha do Planalto
estava desesperada.
O Paulinho declarou
que a carga era roubada
e que contaria tudo
numa delação premiada.

Logo toda a governança
foi tomada de agonia.
A dupla do Petrolão
para a polícia teria
revelado que essa trama
até o cacique sabia.

Do jeito que vai a coisa
ficamos esperançados.
Parece que finalmente
tubarões serão fisgados,
e o tal do “não sei de nada”
está com seus dias contados.

sábado, 25 de outubro de 2014

Veja diz que Lula e Dilma sabiam de tudo. Revista antecipa edição. Bala de prata reproduz videos incriminando Dilma e Lula na corrupção.

Antes de iniciar a delação do Petrolão, Paulo Costa chegou a declarar: "Se eu falar o que eu sei, não sairá eleição". Sairá ? Dilma terá coragem de ir ao debate amanhã a noite na Globo, sabendo que Aécio poderá mostrar áudio ? 

Veja traz gravações da delação premiada que comprovam que Lula e Dilma sabiam do propinoduto da Petrobras.

. A revista irá amanhã para as bancas com as gravações que mostram que Dilma e Lula sabiam e concordavam com o propinoduto da Petrobras. 

.Desde o início da semana corriam boatos em São Paulo de que a publicação preparava uma edição para definir o jogo eleitoral.

. O delator do Petrolão, Paulo Roberto Costa, diz em video, com todas as letras, que combinava tudo com Dilma e com Lula.

. A intimidade de Paulinho com a dupla era tão grande que ele chegou a ser convidado especial para o casamento de Paula, filha de Dilma, a quem regalou com um presentão. Ele esteve com diretores da Petrobrás na cerimônia religiosa na igreja Santo Antonio e também na festa da Associação Leopoldina Juvenil. As fotos que mostram Paulinho sumiram do mercado, mas pelo menos duas cópias estão com o editor. A revista Veja também tem cópias. 

Youssef: “O Planalto sabia de de tudo!” Delegado: “Quem do Planalto?” Youssef: “Lula e Dilma”

Petrobras


O doleiro Alberto Youssef afirma em depoimento à Polícia Federal que o ex e a atual presidente da República não só conheciam como também usavam o esquema de corrupção na Petrobras

Robson Bonin
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado (Ilustração Lézio Jr./VEJA)
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”. VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJApublica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer. Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada. Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada. Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais. A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado des­de março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público. Faltava clarear o lado dos corruptores. Na ter­ça-feira, Youssef apre­sentou o pon­­to até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à pre­sidente Dilma Rous­seff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Yous­sef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o de­poente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo for­necendo pistas falsas e fazendo acu­sações ao léu. Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fa­se atual da investigação. Ele já con­tou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a parlamentares aliados ao partido no Congresso. Citou nominalmente a ex-mi­nistra da Casa Civil Gleisi Hoff­mann, a quem ele teria repassado 1 mi­lhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora ne­gou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância pa­ra a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo. Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa quei­xa­va-­se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tive­ra seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o do­leiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari. O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências. Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da de­lação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão con­fiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir. Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da ­coor­­denação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na cam­panha presidencial de Dilma Rous­seff. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça. Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua amea­ça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
DINHEIRO PARA O PT 
Lula Marques/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari. O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega

ENTREGA NO SHOPPING
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas. As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef

ELE TAMBÉM SABIA
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio. Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar

CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
VEJA
Desde que Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, admitiu na CPI dos Correios ter recebido pagamentos de campanha no exterior (10 milhões de dólares), pairam sobre o partido suspeitas concretas da existência de dinheiro escondido em paraísos fi scais. Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.

UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
VEJA
O doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT. Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.

O círculo vai fechando



Crédito: Broglio/AP/VEJA
ATÉ A MÁFIA FALOU - Tommaso Buscetta, o primeiro mafi oso a fazer delação premiada. Na Sicília, seu sobrenome virou xingamento
​Quem delata pode mentir?
Alexandre Hisayasu
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras. Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade. Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.