segunda-feira, 22 de setembro de 2014

INFORTÚNIO BRASIL

http://prosaepolitica.wordpress.com/2014/09/22/infortunio-brasil/

A Coluna de Rapphael Curvo

Raphael Curvo
Raphael Curvo

Antes dos resultados do Ideb, já escrevia que a Educação no Brasil está falida. Nada de anormal para um processo de falência que já impera por mais de 25 anos. Falar nessa falência é chover no molhado. O diacho é que os governos estão cegos para isso, e até mesmo, acreditem, todos os pensantes da área educacional. São dolorosos estes escritos porque mostram que os resultados apurados ao longo dos anos, apesar de calamitosos, continuam a jogar na lata de lixo gerações e mais gerações de jovens. Os resultados estão sendo colhidos anos após anos, são décadas. O fracasso econômico, empresarial e industrial do Brasil não poderia ter outro resultado. Fazer chover apenas realizando a dança da chuva é contar com o imponderável. É preciso cuidar das condições que geram chuvas e consequentes colheitas.

A Educação está sendo gerida por quem não conhece dela. O Brasil entrega a sua galinha dos ovos de ouro a quem mal sabe se ela é bípede ou quadrúpede. Entregue a dirigentes que ao andar emitem o som das ferraduras. Na área educacional deveria estar a nata dos profissionais conhecedores do que é educação e suas necessidades de evolução, sem mencionar que esta área, da educação, exige comando de pessoas competentes, criativas e inovadoras. Mas não é isso que acontece. Está entregue a quem faz do cargo uma atividade recreativa quando não o utiliza para trampolim político. Os números não mentem e não adianta o governo querer explicar o inexplicável como aconteceu há pouco tempo ao dizer que houve pequena melhora, apesar do Brasil estar em penúltimo na avaliação internacional.

Quantos forem os resultados apurados através de pesquisas internas ou externas, nosso País não conseguirá bons resultados já que os fundamentos não se alteram na Educação. Os erros da política educacional, se é que existe uma porque o PNE é uma fantasia, continua a massacrar os jovens que estão em total crise “existencial” com a escola. Percebem que não há respeito com eles e então, extravasam suas frustrações na ausência de compromisso com o aprendizado e menos ainda com quem o ensina, se é que ensina já que o ensino perdeu sentido e razão, está morto, falta apenas enterrar. Há um conflito permanente entre União, Estados e Municípios na execução do ensino no Brasil. Não falam a mesma língua e são dissociados na ideologia e na concepção.

A evasão escolar é brutal. Ela não representa apenas os que deixam de frequentar as salas de aulas, mas também todos os que não tem nas aulas nenhuma razão de estudar, ou seja, fazem apenas um tour pelas escolas, um ponto de encontro. Nada os motiva para encarar como algo necessário a sua vida um bom aprendizado, uma boa formação escolar. As dificuldades serão imensas em futuro próximo e, só então, esses jovens começarão a entender o que o Brasil fez com eles. Não conseguirão um salário de qualidade e irão impor a sociedade, seu grupo social e familiar, dificuldades de avançar em qualidade de vida.

Diz o governo que recursos existem, mas que tudo se resume a um problema de gestão. A verdade é que o Brasil está sem futuro. O seu futuro não consegue se preparar para os desafios que o mundo competitivo impõe. A ele é negado atitudes inteligentes e sábias que o façam se preparar e gostar disso. O que se apresenta a esse jovem, o futuro, são gritantes desencontros entre o que vê pela internet e outras mídias e o que é realmente o seu palco de vida. A ele é negado o saber, o conhecimento científico e tecnológico já que as universidades, e mesmo as escolas, não apresentam condições mínimas de exercer seu aprendizado de acordo com as exigências do mundo atual. Ainda são estimulados por técnicas da metade do século passado, raras exceções.

Esta é a situação que vive o Brasil. Sem coragem para romper com as amarras do subdesenvolvimento, do atraso. O grupo dominante, se aproveitando da falta de posição dos que poderiam enfrentá-los na educação e em todas as áreas, mas se acovardam, transformam o Brasil em sucata educacional, cultural, profissional, tecnológica e científica e com grande perspectiva de assim continuar ante os despreparos de sua gente que ainda se satisfaz com trocados dos programas sociais entendendo-os como dádivas. Infortúnio Brasil.

Rapphael Curvo

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