quinta-feira, 24 de abril de 2014

OBRA-PRIMA DO DIA (ARQUITETURA) O Castelo de Chapultepec e a história do México

Blog do Noblat
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
24.4.2014
 | 12h00m

Localizado no alto da colina do mesmo nome, coberta por um magnífico bosque, o Castelo de Chapultepec representa o papel de eterna testemunha da História do México.

Do terraço do castelo, o bosque com a cidade do México ao fundo

Chapultepec foi um local cultivado desde tempos pré-colombianos, pois ali existiam santuários; os astecas acreditavam que havia duas entradas para o inferno, uma na cidade de Mitla, na província de Oaxaca, e outra numa caverna na colina de Chapultepec, um pouco escondida mas ainda visível na face sul da colina.
Além do lado mágico, havia o pragmático: as inúmeras fontes de água doce que atendiam à sempre populosa Cidade do México. Depois de conquistado por Cortés, o México passou a fazer parte da Nova Espanha e sua capital era a sede do Vice-Reinado; ergueram ali um castelo como sede e residência do vice-rei. A Espanha teve 61 vice-reis durante 286 anos, até que em 1821 o México se tornou independente.


Todos esses fatos foram testemunhados pelo castelo que sofreu com a ação do tempo, guerras, revoltas, bombardeios, explosões, falta de interesse do governo central em restaurá-lo, conquistas e derrotas, traidores e herois, até que, em 1862, Napoleão III, imperador da França, atendeu aos pedidos do Partido Conservador Mexicano e se envolveu na nomeação do arquiduque Maximiliano da Áustria como Imperador do México.
Casado com Carlota, filha do rei Leopoldo I da Bélgica, o novo imperador restaurou e ampliou o castelo, cuja decoração foi toda feita para atender ao gosto da Imperatriz e às necessidades da Casa Imperial.

                                               Salão de entrada decorado com malaquita

Quarto da Imperatriz

Casa Imperial que não durou muito – dois anos depois a França não pretendia mais ajudar, retirou subvenções e o exército que ajudava a manter Maximiliano no trono.
Carlota (1840-1927), desesperada, parte para a Europa para tentar convencer Napoleão III a continuar a manter o império mexicano. Com a recusa francesa, ela vai a Roma pedir ao Papa que a ajude. Lá tem uma crise nervosa, é examinada por um médico austríaco e considerada insana, é internada num asilo na Áustria, onde viveu até morrer.
Sem o apoio francês, Maximiliano foi preso, julgado e fuzilado em 19 de março de 1867.
A beleza arquitetônica do castelo, as pinturas, tapetes, lustres, mobiliários, painéis, encantam quem o visita, mas ao saber da triste história de seus moradores, fica a pergunta: valeu a pena?
Com a República, o castelo foi Observatório Astronômico e mais tarde residência oficial dos chefes de Estado até 1939.
Desde então é sede do Museu de História Nacional do México.

                                                                  Diego Rivera

                                                              José Clemente Orozco
  
David Alfaro de Siqueros

Acima paineis dos grandes muralistas mexicanos, David Alfaro de Siqueros, José Clemente Orozco e Diego Rivera, que enriquecem sobremaneira as paredes de Chapultepec, ao contar episódios da história do país.

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