sábado, 22 de março de 2014

DILMA DEU BILHÕES DE PREJUÍZOS AO PAÍS PORQUE NÃO LÊ O QUE ASSINA. AGORA CORTA VERBAS DO IBGE E DEIXA O BRASIL SEM ESTATÍSTICAS CONFIÁVEIS

sexta-feira, 21 de março de 2014


Com o corte de 50% no orçamento do Ministério do Planejamento, o IBGE, que é vinculado à pasta, vai ter que adiar pesquisas. A Contagem da População, que atualiza o Censo Demográfico, ficou para 2016. Estava previsto para 2015, cinco anos após o Censo ter ido a campo. O custo total da pesquisa é de R$ 1,7 bilhão. Para este ano, estava previsto gasto de R$ 200 milhões, valor maior que o orçamento do próprio instituto, que é de R$ 170 milhões. A Contagem é uma demanda recorrente dos prefeitos, pois baliza a repartição do bolo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "Uma pesquisa desse tamanho precisa de muito tempo de planejamento. São 200 mil pessoas em campo para contar a população. Os R$ 200 milhões são para organizar essa estrutura", afirmou a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. Diante do corte, o instituto terá que fazer uma escolha: ou deixar de fazer a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o maior levantamento socioeconômico depois do Censo Demográfico, ou adia o início da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) para o ano que vem. A Pnad do jeito que vem sendo feita vai acabar de qualquer jeito. Mas a expectativa era que este ano ainda fosse a campo. O levantamento será substituído pela chamada Pnad contínua, que trará resultados nacionais sobre o mercado de trabalho de todo o país a cada trimestre. Até agora, o desempenho desse mercado era medido mensalmente, mas restrito a seis regiões metropolitanas. A Pnad trazia o quadro nacional, mas os resultados só eram divulgados um ano depois. "Ainda estamos decidindo qual a melhor saída. Ou fazemos a última Pnad e adiamos a POF para o início do ano que vem ou desistimos da Pnad e começamos a POF este ano", diz Wasmália. A POF é feita de cinco em cinco anos e atualiza a estrutura de gastos das famílias para o cálculo dos índices de inflação. É um levantamento aprofundado do consumo familiar. É realizado durante um ano, com os domicílios sendo visitados diversas vezes, para apurar o consumo sazonal das famílias e as condições de vida. Também são feitas medições antropométricas (de peso e de altura). A Pnad custa entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, e a POF exige uma despesa em torno de R$ 14 milhões. Não é a primeira vez em que a Contagem da População é adiada por corte no orçamento. A última vez foi em 2005. A pesquisa só foi feita 2007, ainda assim restrita a pequenos municípios. — Chegamos a pensar em não fazer mais a Contagem, pois ela acrescentava pouco por só pesquisar sexo e idade da população, mas as demandas se avolumaram — afirma a presidente do instituto. Dessa vez, a contagem será mais rica, segundo Wasmália. Algumas informações sobre o domicílio e as pessoas serão incluídas no questionário: — Vamos fazer um pequeno questionário. Cada vez mais cresce a demanda por informações municipais, como acesso à energia elétrica. Como o serviço está praticamente universalizado, somente com levantamento censitário é possível saber onde ainda não há luz. É um instrumento importante para dimensionar público alvo e políticas de infraestrutura. Os pesquisadores vão a campo em 2016, ano em que também vai acontecer o Censo Agropecuário. A estrutura desse censo será usada pela Contagem. A Contagem da População de 2007 foi o primeiro levantamento que informou o número de casais gays no país. Como foi restrita a pequenos municípios, só captou 17 mil arranjos familiares desse tipo naquela época. Com o Censo Demográfico de 2010, esse número subiu para 60 mil.

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