Os Três Mosqueteiros Corporativos: Cultura, Equipe e Liderança.
Thiago Muniz
- “Júlio? Atende o cliente lá para mim?” – apela Pedro desesperado.
- “E o meu trabalho quem vai fazer?” – retrucou o jovem impaciente.
É normal, somos seres humanos, não é?
Para algumas pessoas, quando se fala em comportamento humano, o máximo que o “ser humano normal” pode chegar, é quase atender a expectativa. Será isso mesmo?
Bem, para os desbravadores do aparentemente impossível, não! Mas para grande parte que decidiu “não ter dor de cabeça”, essa situação passou ser totalmente aceitável, ou seja, “é normal”.
As justificativas extrapolam o senso do descaso ao desenvolvimento de uma nação. “Isso é o Brasil”! Há até os que se comparam em uma analogia medíocre, dizendo: “ainda estou melhor que muitos por aí!”. Engraçado? Para mim é a exteriorização insensata da pobreza da cultura empresarial e pessoal.
É aceitar um pequeno inseto subindo em sua perna e dizer: “viu? ainda não é um rato!”.
Estufando o peito, com olhar imperial, o empresário “normal”, proclama: “eu conquistei tudo isso com o suor do meu trabalho”.
Aplausos! Porém doa a quem doer, isso hoje não serve mais pra nada! Pois viver glorificando o passado não constrói uma equipe e muito menos desenvolve uma cultura projetada no futuro!
Mas, enquanto aceita-se o colaborador (funcionário), que fala o dia inteiro de MSN e está feliz porque seu salário paga a prestação da motinha no final do mês, continuaremos a ouvir empresários dizendo “fazer o quê né? dando para pagar as contas já está de bom tamanho, né?”.
Esses dias tive o desprazer de ouvir, de um empresário: “não fale sobre paciência para o Paulão que ele não aceita, viu?”. Eu estava pronto para dizer algumas palavras, mas ele encerrou a conversa me entregando o produto, dizendo: “ainda bem que eu já acostumei!”.
Quando eu falei em “trabalho em equipe”, eu quis ir mais longe, com a missão de deixar um pensamento sobre “A Construção de uma Cultura focada no Futuro”.
Para isso é necessário primeiramente uma caminhada interessante na mudança da filosofia da empresa; principalmente sobre Capital Humano.
A era pescoço para baixo, sofre uma derrocada acelerada, que para muitos visionários o século XXI irá representar 20.000 anos de progresso.
O escritor irlandês George Bernard Shaw, nos faz lembrar essa questão, com seu célebre pensamento: “Progresso sem mudança é impossível; aqueles que não conseguem mudar sua mente não são capazes de mudar nada.”
Algumas organizações ainda se desgastam com a pergunta: “COMO CONQUISTAR OS FUNCIONÁRIOS DO PESCOÇO PARA CIMA?”
Esse processo passa pelo conceito de espiritualidade. Isso significa reconhecer que podemos encontrar um significado maior no que fazemos do que simplesmente operar uma máquina oito horas por dia. E o líder tem um papel muito expressivo nesse contexto.
Cabe a ele lembrar às pessoas que o que elas fazem é muito importante, ajudá-las a ver sentido no seu trabalho e a se desenvolver. Em resumo, cabe ao líder servir.
Quanto mais servimos, mais bem-sucedidos nós somos. E vice-versa. Já se sabe no meio corporativo, que dois terços dos funcionários que deixam seus empregos na verdade estão se demitindo de seus chefes e não das empresas. E a espiritualidade está influenciando esse movimento. As pessoas param e pensam: “Há algo mais do que trabalhar 40 anos para um chefe que não me entende nem valoriza. Quero que minha vida seja mais do que isso”.
A liderança baseada no poder está entrando em colapso. E a conseqüência é uma forte pressão, nas corporações, pela formação de líderes que atendam às novas demandas dos profissionais.
Eis aí, os grandes três mosqueteiros: “Cultura, Equipe e Liderança”.
Prof. Thiago Muniz
(Palestrante, Professor e Presidente da Motivus – Desenvolvimento do Capital Humano)
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